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Supergirl | 2x08 - Medusa


Quando qualidade e decepção se misturam. 

Este provavelmente seria um bom subtítulo para o oitavo episódio de Supergirl. Bom do começo ao fim, Medusa funcionou muito bem para encerrar a primeira parte da temporada, mas como início do crossover acabou deixando a desejar.

Começando por aquilo que interessa a todos: foi frustrante ver o Barry e o Cisco chegando apenas no minuto final. Os portais dimensionais que apareceram durante outros momentos do episódio deveriam servir para lembrar que algo estava para vir, mas na verdade só acabaram gerando uma expectativa que não foi alcançada. É bem fácil entender que a série precisava desse episódio para fechar seu arco, mas para aqueles que só estavam interessados no começo do grande evento da CW fica impossível não reclamar do que vimos.

Mas se como início do crossover Supergirl não cumpriu muito bem sua parte, como fim da primeira metade desta temporada o episódio foi ótimo. Os efeitos especiais e alguns momentos de atuação mais duvidosos foram um pouco complicados de assistir, mas, no geral, Medusa trouxe várias conclusões interessantes e um cliffhanger promissor.

O plano de Cadmus foi grandioso, e apesar de até agora não termos ideia de como eles sabiam como acessar informações na Fortaleza da Solidão, é bom ver que a série está se arriscando e tentando fazer eventos dessa proporção na metade da temporada. Mas, com certeza, uma das melhores partes envolvendo o Cadmus foi ver com mais detalhes a relação entre a líder do grupo e sua filha. A traição de Lena Luthor não foi necessariamente inesperada, mas suas interações com sua mãe foram muito boas e revelaram um pouco mais sobre a vida da família Luthor.

E depois de um episódio como este fica difícil falar em relacionamentos e não tocar nos interesses amorosos. A impressão que ficou é que Alex e Maggie estão indo mais rápido do que deveriam. A relação delas começou de modo abrupto, se levarmos em conta as discussões que elas tiveram no episódio anterior, mas não acho que isso seja necessariamente um problema. O casal tem química e funciona na série, só depende agora dos roteiristas e do que eles pretendem fazer com isso.

Mas não são todos os relacionamentos que começaram rápido, Kara e Mon-El estão em um momento complicado depois daquele beijo, e é bom que fique assim por mais tempo. O casal teve momentos muito mais interessantes do que Kara e Jimmy na temporada passada, e parece mais promissor no que se refere às interações entre eles (esse casal é muito mais divertido do que o outro). Entretanto, ainda mantenho minha opinião de que ela não precisa de um relacionamento tão cedo. Independente de vontades ou desejos, o cliffhanger deixou bem claro que o Mike será parte importante da história na outra metade da temporada, então só nos resta esperar para saber como isso vai interferir em um possível relacionamento entre eles.

Antes de encerrar a review, preciso comentar sobre a cena da Alex com sua mãe. Supergirl vem conseguindo trabalhar a sexualidade da irmã mais velha da Kara de um modo que soa muito real. Até aqui vimos dúvidas, medos e reações muito reais (e que foram, aliás, muito bem expressas pela atriz), então faz sentido que agora que a personagem de fato se assumiu para sua mãe, a coisa continuasse da mesma forma. Talvez tenha sido um pouco ideal demais, afinal Eliza reagiu da forma que todos os pais deveriam, mas não acho que isso esteja nem mesmo próximo de ser um problema. É muito bom ver uma cena dessas porque ela serve para lembrar como tinha que ser o amor entre pais e filhos. Pode não ser verdade para todos, mas esse sentimento forte e que supera diferenças e preconceitos é o que deveríamos ver sempre, e nada faz mais sentido do que uma série onde a personagem principal usa um símbolo de esperança no peito para representar um momento tão marcante dessa forma. Parabéns novamente aos roteiristas, pois ficou muito bom.

No geral, Medusa cumpriu quase todas as suas funções. Mostrou uma conclusão temporária para o problema do Cadmus, apresentou um novo inimigo para o resto da temporada e ainda conseguiu trabalhar a vida pessoal dos seus personagens principais. E, acima de tudo, não só "fez sua parte", mas também fez isso muito bem, mantendo o nível de qualidade da série até aqui. É uma pena que acabou decepcionando como início do crossover da CW, mas não acho que isso diga algo sobre a qualidade do episódio. Isso só significa que as expectativas para The Flash ficaram ainda maiores.
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