[Review] Supergirl 1x05/06 - How Does She Do It?/Red Faced
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1x05 - How Does She Do It?
É muito difícil para as séries que estão começando manter um
nível alto de qualidade durante toda a primeira temporada. Especialmente a
primeira metade, quando ela está brigando para ser renovada, o esforço excessivo
para que as coisas funcionem pode acabar prejudicando o programa. Supergirl teve seu primeiro tropeço no
quinto episódio, e isso serviu para mostrar exatamente aquilo que não está
dando certo.
How Does She Do It?
parece uma metáfora para a situação enfrentada pelos roteiristas da série. Kara
está cheia de tarefas para fazer em todas as diferentes facetas da sua vida, e
isso acaba sobrecarregando-a. Já os roteiristas parecem querer tanto garantir a
continuidade da série que estão exagerando nas referências, aparições de
personagens e sub-enredos; e isso não teria como dar certo para sempre.
O final do episódio foi muito bom, e logo chego nele, mas o
que tivemos que aguentar para chegar a este momento foi bem sem graça.
Fazer com que a Kara seja babá do filho de sua chefe foi a coisa mais útil dos
primeiros 25 minutos, o que diz muita coisa sobre o resto das cenas. O maior
problema de todos é, de longe, esse triângulo amoroso entre James, Kara e Lucy.
É cedo demais na série para quererem colocar um interesse amoroso para a
personagem principal. Ela está descobrindo seus poderes, começando a ser uma
heroína, e isso não é algo relevante o bastante a ponto de precisar ser
trabalhado logo no começo. Isso sem contar o fato de que todas as
cenas entre James e Lucy foram muito chatas, o romance dos dois só está
servindo para fazer com tenhamos pena da Kara, e não penso que seja isso que o
personagem principal em uma série de heróis deve passar para o público.
Mas, como eu disse, a melhor parte foi o fim. O diálogo
final entre Maxwell Lord
e Supergirl foi muito bom, e realmente me deixou feliz pelo simples fato de que
Lord será retratado como um vilão desde o começo. Nos quadrinhos ele era um
humano normal, um vilão sem poderes, até ser atingido por uma bomba alienígena
(e nem preciso dizer o quanto que isso é possível de acontecer nessa série) e ganhar
o poder de controlar a mente das pessoas. Sozinho, ele quase matou Batman e
Superman (fazendo com que eles se enfrentassem) e conseguiu separar
temporariamente a trindade (os dois já citados mais a Mulher Maravilha) com
seus planos. Admito que eu estava ficando sem paciência vendo o Maxwell da
série sendo um personagem neutro. E por mais que já imaginasse que ao longo da
temporada ele se tornaria vilão, estava bem chato acompanhar suas cenas até a
conversa no final de How Does She Do It?.
Esse foi o maior saldo positivo do episódio e a porta de entrada para muitas
possibilidades de histórias futuras.
No final disso tudo, chego à conclusão que os roteiristas
deveriam dar atenção ao conselho que eles mesmo escreveram e parar de querer
fazer tudo de uma vez. A série terá temporada completa e tem tudo para dar
certo, então não tentem fazer tudo correndo e junto, pois essa é a receita para o
fracasso.
1x06 - Red Faced
Se o episódio anterior foi um tropeço, então Red Faced foi o momento em que a série
se recuperou do problema. Dando menos atenção ao drama mal planejado (e
conseguindo fazer essa parte da história dar certo naquela cena em que Kara
soca o carro) e explorando bem os personagens dos quadrinhos, esse episódio com
certeza foi melhor que o anterior.
O Tornado Vermelho é, nos quadrinhos, um androide criado
para enfrentar a Liga da Justiça e que depois acaba se unindo ao grupo.
Presente em algumas formações da equipe antes do reboot da editora, e agora em versão
feminina na Terra 2, esse é um personagem que dificilmente ganharia destaque no universo
cinematográfico da DC e, por isso, fico muito feliz com sua inclusão na série. Aliás,
sua participação foi muito bem feita, mesmo que os efeitos especiais tenham
deixado a desejar em alguns momentos.
Mas a série não é sobre ele e sim sobre a garota de aço, e
fico muito feliz com a forma como abordaram suas crises de raiva. Esse
novo lado de sua personalidade é exatamente o que deveria aparecer no começo, e a forma como mostraram isso foi realmente muito boa. A cena em que ela
responde para sua chefe foi absolutamente tudo o que eu gostaria de ver, e o
diálogo seguinte enquanto elas estavam no bar foi também ótimo. Com ou sem
tropeço na série, novo vilão ou não, as conversas entre Kara e Cat estão se
mostrando uma constante muito positiva, e eu espero que isso não acabe
tão cedo.
O confronto com o Tornado Vermelho foi muito bom (e admito
que torci para que ele matasse a Lucy só para que as cenas chatas que a envolvem
acabassem), todas as cenas envolvendo Cat Grant interessantes e com bons
diálogos, e nada disso é tão bom quanto o cliffhanger
no final do episódio. A garota de aço sangrando? Isso com certeza tem potencial
para gerar um bom episódio. Desde que, assim como em Red Faced, saibam lidar com
a enorme quantidade de coisas que está acontecendo nesse começo de temporada.