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[Review] Supergirl 1x07/08 - Human for a Day/Hostile Takeover


1x07 - Human for a Day


Supergirl foi a melhor surpresa que tive na última leva de séries novas a irem ao ar, e fiquei feliz quando confirmaram que teria a temporada completa. Mas ainda faltava um episódio realmente ótimo, algo que fosse capaz de convencer a todos que a história da heroína de National City merecia sua série; e foi isso o que aconteceu em Human for a Day.

O único problema que consigo encontrar neste episódio foi o plot envolvendo o DEO. A revelação final estampada na capa da review foi a ótima, mas a forma como chegaram nela foi bem sem graça e, por vezes, mal planejada. Jemm, conquistador de 12 mundos, foi um adversário extremamente insignificante. Claro que precisavam mostrar a força do Caçador de Marte, mas todo aquele drama sobre estarem preocupados com o alienígena para, no final, ele ser derrotado tão rápido foi bem anticlimático. Pior ainda foi o momento escolhido por Alex para interrogar seu chefe. Sério que ela não podia ter esperado a crise envolvendo o conquistador de planetas acabar antes de algemar a única pessoa capaz de ajudá-la naquela situação?

Mas se os fins justificam os meios, então valeu a pena passa por esses momentos menos interessantes para chegar ao final. Muitos já suspeitavam da verdadeira identidade do chefe do DEO e eu fico realmente feliz por terem decidido colocar J'onn J'onzz na série. Talvez seja um pouco cedo para isso, mas por enquanto sua presença não atrapalhou o andamento da história e é sempre bom ver um dos personagens mais icônicos da Liga da Justiça em uma série de televisão. Espero que mais pra frente explorem um pouco sua história, com um episódio focado nele e na extinção de sua espécie, porque essa é realmente interessante.

Voltando para a personagem principal: no episódio anterior a cena final mostrou Kara Danvers sangrando, coisa que não deveria acontecer por motivos óbvios, e a explicação que foi dada para tal evento foi bem simples, porém eficiente. Ela só precisava fazer fotossíntese recarregar suas energias e tudo voltaria ao normal. O interessante mesmo foi o que aconteceu enquanto ela estava sem seus poderes. Super-heróis são mais do que seus poderes ou habilidades, eles devem ser símbolos e agir da melhor maneira para garantir que as pessoas normais não sofram tanto quanto normalmente sofreriam. A esperança representada no “S” que Kara usa no peito mostra que ela, assim como seu primo, deve ser o maior entre esses símbolos de heroísmo; e até agora ela não era. Ela estava aprendendo, se esforçando e tentando fazer o máximo que podia, e a função desse episódio foi mostrar que ela não é só alguém de capa, mas é também capaz de trazer o melhor de dentro das pessoas.

Em outras séries de heróis da DC isso demorou mais para acontecer. O Flash levou toda uma temporada para, de fato, ser reconhecido. O Arqueiro Verde só se tornou um herói completo (levando em conta esse conceito de herói) no começo de sua quarta temporada. Então por que com ela foi diferente? A resposta é simples: aquele “S” no peito que eu mencionei antes. O Superman e sua família não estão na minha lista de personagens favoritos por uma série de motivos, mas algo é inegável: seu uniforme é o maior símbolo de esperança dos quadrinhos. É isso que torna ele e seus semelhantes tão importantes, e é por isso que em uma série da Supergirl é necessário que a heroína seja, acima de tudo, um ícone a ser admirado por aqueles que ela protege. Se um episódio com essa função já era esperado, esse pelo menos veio no momento certo e fez tudo da melhor forma possível.

Os diálogos de Kara ao longo do episódio foram todos muito bons, em especial a conversa com James antes de ir impedir o assalto e a conversa final com Cat depois de salvar a cidade. Tudo envolvendo a estrela da série foi bem construído e contribuiu para afastar as dúvidas que alguns ainda poderiam ter sobre a personagem.

Com tudo isso já citado e um cliffhanger que finalmente nos lembra quem deveria ser a vilã da temporada, o sétimo episódio de Supergirl foi o melhor da primeira metade da série e, com certeza, convenceu de vez aqueles que não estavam certos se deveriam ou não continuar acompanhando a trama.



 1x08 - Hostile Takeover



Hostile Takeover tinha uma missão muito difícil: manter a qualidade do episódio anterior e agir como o elo entre essa metade da temporada e a próxima. Ou seja, não bastava ser bom, precisava criar expectativas enormes. E conseguiu? Mais ou menos. Esse foi um episódio muito bom, e seu único defeito realmente grande foi não ser tão bom quanto o anterior. Normalmente isso não deveria importar, mas por se tratar do Fall Finale a obrigação de superar Human for a Day era real e não foi atendida.

Começando com os fatores negativos que prejudicaram o episódio: as coreografias de luta e os efeitos especiais foram decepcionantes. Os efeitos eu consigo ignorar e nem ligo muito, mas a coreografia mal feita com movimentos estranhos (o que foi a Kara montada no ombro da irmã e jogando ela para trás?) e socos no ar são muito desanimadores em uma série que precisa tanto que os combates sejam bem executados. Por favor, arranjem um jeito de contratar a mesma equipe de dublês e corógrafos que trabalha em Arrow (não sei se é a mesma, mas imagino que não), porque está difícil. Outra coisa que me incomoda um pouco é Astra, a “vilã”. Em vários momentos não consigo levar Laura Benanti a sério como inimiga da Supergirl. A atriz foi ótima nas cenas dramáticas que se passavam tanto em Krypton quanto na cela do DEO, mas nas conversas com seu marido e nos diálogos durante a luta ela simplesmente não era convincente. Não sei se isso se deve às escolhas que ela tomou para incorporar Astra ou se simplesmente ela não está se conectando bem com a personagem, mas realmente espero ver uma melhora nesse aspecto.

Mas nem tudo o que se passou nos momentos de Kara como Supergirl foi ruim. Os diálogos, tanto com sua tia quanto com sua irmã, se mantêm muito bons e a atuação de Melissa Benoist está boa em todos os momentos, desde aqueles com mais ação até os mais dramáticos. Entretanto, o grande destaque do episódio foi para os momentos não ligados ao enredo principal e aos alienígenas atacando a Terra, mas sim para as cenas envolvendo o plot dos e-mails hackeados de Cat Grant. Com algumas boas comédias, essa parte balanceou bem todo o drama acontecendo nas outras cenas. Mas a melhor foi o final. Todos sabíamos que era uma questão de tempo até Cat descobrir a verdadeira identidade de sua assistente, e esse foi cliffhanger que mais me interessou para o resto da temporada. O que será que acontecerá com as ótimas interações entre elas até o fim deste primeiro ano?

Outra dúvida deixada foi o desfecho da luta acontecendo na empresa de Maxwell Lord. Não sei o quanto eu gosto de terem parado a luta no meio e usar isso como cliffhanger, mas estou realmente curioso para saber os planos reais que Astra tem para a Terra.

Um episódio muito bom no geral, Hostile Takeover não foi o melhor da série até aqui, mas funcionou bem como um Fall Finale e me deixou curioso para saber o que vem a seguir. Só fica a esperança de que exista uma melhora rápida nas cenas de luta, porque a série precisa muito disso.

Obs.: Alguém mais atentou ao detalhe de que J'onn J'onzz conhece o Superman e parece ter uma relação de amizade com ele? Realmente não quero que o primo de Kara apareça muito na série, mas se for para explorar essa relação e, quem sabe, ver o Caçador de Marte lutando ao lado do Superman, então eu com certeza ficaria muito feliz com uma reunião familiar nessa segunda metade da temporada.

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