[Review] Supergirl 1x07/08 - Human for a Day/Hostile Takeover
https://siteloggado.blogspot.com/2016/01/review-supergirl-1x0708-human-for.html
1x07 - Human for a Day
Supergirl foi a
melhor surpresa que tive na última leva de séries novas a irem ao ar, e fiquei
feliz quando confirmaram que teria a temporada completa. Mas ainda
faltava um episódio realmente ótimo, algo que fosse capaz de convencer a todos
que a história da heroína de National City merecia sua série; e foi isso o que
aconteceu em Human for a Day.
O único problema que consigo encontrar neste episódio foi o plot envolvendo o DEO. A revelação final
estampada na capa da review foi a
ótima, mas a forma como chegaram nela foi bem sem graça e, por vezes, mal
planejada. Jemm, conquistador de 12 mundos, foi um adversário extremamente
insignificante. Claro que precisavam mostrar a força do Caçador de Marte, mas todo
aquele drama sobre estarem preocupados com o alienígena para, no final, ele ser
derrotado tão rápido foi bem anticlimático. Pior ainda foi o momento escolhido
por Alex para interrogar seu chefe. Sério que ela não podia ter esperado a
crise envolvendo o conquistador de planetas acabar antes de algemar a única
pessoa capaz de ajudá-la naquela situação?
Mas se os fins justificam os meios, então valeu a pena passa
por esses momentos menos interessantes para chegar ao final. Muitos já
suspeitavam da verdadeira identidade do chefe do DEO e eu fico realmente feliz
por terem decidido colocar J'onn J'onzz na série. Talvez seja um pouco cedo
para isso, mas por enquanto sua presença não atrapalhou o andamento da história
e é sempre bom ver um dos personagens mais icônicos da Liga da Justiça em uma
série de televisão. Espero que mais pra frente explorem um pouco sua
história, com um episódio focado nele e na extinção de sua espécie, porque essa é realmente interessante.
Voltando para a personagem principal: no episódio anterior a
cena final mostrou Kara Danvers sangrando, coisa que não deveria acontecer por
motivos óbvios, e a explicação que foi dada para tal evento foi bem simples,
porém eficiente. Ela só precisava fazer fotossíntese recarregar suas
energias e tudo voltaria ao normal. O interessante mesmo foi o que aconteceu
enquanto ela estava sem seus poderes. Super-heróis são mais do que seus poderes
ou habilidades, eles devem ser símbolos e agir da melhor maneira para garantir
que as pessoas normais não sofram tanto quanto normalmente sofreriam. A
esperança representada no “S” que Kara usa no peito mostra que ela, assim como
seu primo, deve ser o maior entre esses símbolos de heroísmo; e até agora ela
não era. Ela estava aprendendo, se esforçando e tentando fazer o máximo que
podia, e a função desse episódio foi mostrar que ela não é só alguém de capa, mas é também capaz de trazer o melhor de dentro das pessoas.
Em outras séries de heróis da DC isso demorou mais para
acontecer. O Flash levou toda uma temporada para, de fato, ser reconhecido. O Arqueiro Verde só se tornou um herói completo (levando em conta esse
conceito de herói) no começo de sua quarta temporada. Então por que com ela foi
diferente? A resposta é simples: aquele “S” no peito que eu mencionei antes. O
Superman e sua família não estão na minha lista de personagens favoritos por
uma série de motivos, mas algo é inegável: seu uniforme é o maior símbolo de
esperança dos quadrinhos. É isso que torna ele e seus semelhantes tão
importantes, e é por isso que em uma série da Supergirl é necessário que a
heroína seja, acima de tudo, um ícone a ser admirado por aqueles que ela
protege. Se um episódio com essa função já era esperado, esse pelo menos veio
no momento certo e fez tudo da melhor forma possível.
Os diálogos de Kara ao longo do episódio foram todos muito
bons, em especial a conversa com James antes de ir impedir o assalto e a
conversa final com Cat depois de salvar a cidade. Tudo envolvendo a
estrela da série foi bem construído e contribuiu para afastar as dúvidas que alguns
ainda poderiam ter sobre a personagem.
Com tudo isso já citado e um cliffhanger que finalmente nos lembra quem deveria ser a vilã da
temporada, o sétimo episódio de Supergirl
foi o melhor da primeira metade da série e, com certeza, convenceu de vez aqueles
que não estavam certos se deveriam ou não continuar acompanhando a trama.
1x08 - Hostile Takeover
Hostile Takeover
tinha uma missão muito difícil: manter a qualidade do episódio anterior e agir
como o elo entre essa metade da temporada e a próxima. Ou seja, não bastava ser
bom, precisava criar expectativas enormes. E conseguiu? Mais ou menos. Esse foi
um episódio muito bom, e seu único defeito realmente grande foi não ser tão bom
quanto o anterior. Normalmente isso não deveria importar, mas por se tratar do Fall Finale a obrigação de superar
Human for a Day era real e não foi
atendida.
Começando com os fatores negativos que prejudicaram o
episódio: as coreografias de luta e os efeitos especiais foram decepcionantes.
Os efeitos eu consigo ignorar e nem ligo muito, mas a coreografia mal feita com
movimentos estranhos (o que foi a Kara montada no ombro da irmã e jogando ela
para trás?) e socos no ar são muito desanimadores em uma série que precisa tanto
que os combates sejam bem executados. Por favor, arranjem um jeito de contratar a
mesma equipe de dublês e corógrafos que trabalha em Arrow (não sei se é a
mesma, mas imagino que não), porque está difícil. Outra coisa que me incomoda
um pouco é Astra, a “vilã”. Em vários momentos não consigo levar Laura Benanti
a sério como inimiga da Supergirl. A atriz foi ótima nas cenas dramáticas que
se passavam tanto em Krypton quanto na cela do DEO, mas nas conversas com seu
marido e nos diálogos durante a luta ela simplesmente não era convincente. Não
sei se isso se deve às escolhas que ela tomou para incorporar Astra ou se simplesmente ela não está se conectando bem com a personagem, mas realmente
espero ver uma melhora nesse aspecto.
Mas nem tudo o que se passou nos momentos de Kara como
Supergirl foi ruim. Os diálogos, tanto com sua tia quanto com sua irmã, se
mantêm muito bons e a atuação de Melissa Benoist está boa em todos os momentos,
desde aqueles com mais ação até os mais dramáticos. Entretanto, o grande
destaque do episódio foi para os momentos não ligados ao enredo principal e aos
alienígenas atacando a Terra, mas sim para as cenas envolvendo o plot dos e-mails hackeados de Cat Grant.
Com algumas boas comédias, essa parte balanceou bem todo o
drama acontecendo nas outras cenas. Mas a melhor foi o final. Todos
sabíamos que era uma questão de tempo até Cat descobrir a verdadeira identidade
de sua assistente, e esse foi cliffhanger
que mais me interessou para o resto da temporada. O que será que acontecerá com
as ótimas interações entre elas até o fim deste primeiro ano?
Outra dúvida deixada foi o desfecho da luta acontecendo na
empresa de Maxwell Lord. Não sei o quanto eu gosto de terem parado a luta no
meio e usar isso como cliffhanger,
mas estou realmente curioso para saber os planos reais que Astra tem para a
Terra.
Um episódio muito bom no geral, Hostile Takeover não foi o melhor da série até aqui, mas funcionou
bem como um Fall Finale e me
deixou curioso para saber o que vem a seguir. Só fica a esperança de que exista
uma melhora rápida nas cenas de luta, porque a série precisa muito disso.
Obs.: Alguém mais atentou ao detalhe de que J'onn J'onzz conhece
o Superman e parece ter uma relação de amizade com ele? Realmente não quero que
o primo de Kara apareça muito na série, mas se for para explorar essa relação
e, quem sabe, ver o Caçador de Marte lutando ao lado do Superman, então eu com certeza
ficaria muito feliz com uma reunião familiar nessa segunda metade da temporada.