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[Review] Supergirl 1x03/04 - Fight or Flight/Livewire


Acho que surpresa é a palavra que define melhor minhas impressões sobre estes dois episódios de Supergirl. Eu já disse que os criadores aprenderam com os erros de séries anteriores e imagino que agora não existe mais ninguém que discorde disso. Apesar de probleminhas aqui e lá, essa série está tendo um início muito melhor do que o esperado.

Começo já destacando uma melhora visível: as coreografias das cenas de ação. Ainda não está perfeito e alguns momentos não tão bons acabaram indo ao ar, mas no geral não houve nenhum problema como aqueles vistos no segundo episódio. Outro ponto positivo ligado diretamente a isso são os efeitos especiais. Tanto dentro quanto fora de combate está sendo surpreendente ver o que a CBS está conseguindo fazer com um orçamento não tão grande: todas as cenas envolvendo os poderes da Livewire ficaram muito bem feitas, em especial aquelas nas quais a vilã se transforma em eletricidade para se locomover. Os raios de energia criados por Reactron não tiveram uma qualidade tão grande quanto os dela, mas também merecem elogios.

O fator de destaque da série, entretanto, não são suas cenas de ação, mas sim a construção da personagem principal. É difícil conseguir equilibrar as histórias de origem, ou tudo parece fácil demais ou então temos a impressão de que tudo não passa de uma enrolação sem graça; e Supergirl supera de forma incrível esse grande problema. Fight or Flight é meu episódio favorito até agora justamente porque conseguiu fazer com que essa necessidade da Kara de sair da sombra do primo e se consolidar como heroína não soasse como algo chato. Adorei a forma como o episódio foi construído: o fato de que Kara foi salva pelo Superman exatamente no momento em que ela queria provar que podia vencer suas próprias batalhas (especialmente depois da matéria escrita por sua chefe, que dizia que ela tinha a tendência a pedir ajuda sempre que o problema fosse grande) não serviu para fazer pouco de suas habilidades, mas sim como um momento definidor da sua forma de agir. A verdade é que ela é uma kryptoniana e poderia, provavelmente, bater em todo mundo até vencer; mas já que isso se tornaria em algo entediante de assistir, admito que gostei de como o trabalho em equipe foi incorporado à forma da Supergirl de proteger a cidade.


Mas existe algo que precisa ser apontado aqui: não querer deixar as coisas fáceis demais não é sinônimo de ignorar toda a extensão dos poderes da Kara. As cenas de luta contra Reactron, por exemplo, foram interessantes, mas esqueceram de um detalhe importante: a garota de aço NÃO é apenas uma mulher super forte. Os kryptonianos possuem velocidade de movimento muito maior que a de um ser humano normal (ao ponto de existir aquela velha discussão sobre quem é mais rápido entre o Flash e o Superman), então mesmo sendo pega de surpresa em um primeiro ataque, ela deveria ser completamente capaz de desviar dos próximos. O mais estranho foi o combate no lançamento da revista em que, ao invés de desviar do raio de energia, ela simplesmente levou o primeiro golpe de graça. Se eles querem reduzir sua invulnerabilidade e força para que tudo não fique fácil demais eu até entendo, mas não podem se esquecer da velocidade, porque isso já é um erro de adaptação.

Pelo menos a construção dos vilões foi interessante, especialmente da Livewire. Suas tendências homicidas ficaram meio exageradas e vieram muito do nada, mas ela é a primeira vilã cuja origem foi apresentada na série, então espero ver mais dela no futuro. Mas falando de personagens, não foram os vilões que se destacaram nesses dois episódios, mas sim as personagens femininas “do bem”. A relação entre Kara e sua irmã é um grande acerto dos roteiristas, a forma como elas se ajudam e se relacionam não só é bem realista (quando você ignora toda essa história de alienígena) como também é muito bem interpretada. Outra que não tem como não mencionar é a Cat. Se mostrando cada vez mais interessante, a chefe da moça de aço é uma das melhores personagens da série e eu fico feliz por ela ter aparecido tanto e tão bem nesses dois episódios.

No geral, Fight or Flight e Livewire foram dois episódios muito bons (sendo o primeiro um pouco superior) e que conseguiram moldar bem a personagem central da série. A falta de desenvolvimento do enredo principal nem serve como fator negativo levando em conta a qualidade apresentada. Ainda falta um episódio incrível que convença a todos que essa série merece ser assistida, mas a consistência apresentada até aqui é mais do que suficiente pra mim.

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