[Review] Supergirl 1x12/13 - Bizarro/For The Girl Who Has Everything
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1x12 - Bizarro
O décimo segundo episódio de Supergirl foi um daqueles difíceis de analisar e dar nota.
Problemas que persistem do começo da série e alguns clichês dos quais todos já
estamos cansados apareceram junto de momentos ótimos e cenas que mostram uma
melhora na qualidade da série. E apesar de a balança pender para o lado positivo, ainda existem coisas que precisam ser discutidas.
Nos destaques positivos temos a vilã do episódio, que com
certeza foi o ponto mais alto de Bizarro.
Sua criação, a lavagem cerebral sofrida e suas interações com Kara foram todas
ótimas. Em uma temporada com tanta coisa acontecendo e tantos personagens dando
as caras havia uma chance de que uma dessa importância acabasse não
tendo a atenção merecida, mas não foi isso o que aconteceu. Na verdade, ocorreu
o contrário. E no que se refere aos personagens, a Bizarro foi provavelmente o
único realmente bem escrito nesse episódio. Mas se as cenas menos
movimentadas foram boas, as de ação não poderiam decepcionar, e de fato foi
possível perceber um esforço em tornar as cenas de luta entre a Supergirl e sua
cópia em algo melhor do que aquilo que tínhamos visto até aqui. As coreografias
ainda não estão tão boas quanto poderiam estar, e lutas envolvendo kryptonianos
provavelmente precisam de mais dinheiro disponível para efeitos especiais do
que a série tem acesso, mas foi bom ver que estão começando a acertar nesse
sentido.
Mas se a Bizarro foi o único personagem bem escrito, o que
aconteceu com os outros? Winn perdeu vários pontos por acreditar em “friendzone”, James é praticamente a
versão masculina da Iris de The Flash (o interesse amoroso que nunca dá certo e que
só serve para ser salvo) e Cat Grant foi sem graça pela primeira vez na série.
E fica pior quando pensamos na personagem principal. As interações entre a
Supergirl e a Bizarro foram ótimas, especialmente a última, e as cenas entre ela e Ryder Adam foram boas no geral, mas eles precisavam estragar tudo
com aquela história de “eu preciso me afastar de você para te manter a salvo”.
Sério? De novo? Esse é provavelmente o enredo mais clichê que existe quando se
trata de relacionamentos amorosos dos super-heróis, e por mais que não seja uma
ideia errada, nesse caso pareceu apenas reciclagem de um conceito antigo.
Continuo acreditando que ainda é cedo para fazer a Kara entrar em algum
relacionamento sério. Mas se não pretendem fazer isso, realmente deveriam fazer
algo diferente ao invés de continuar usando essa fórmula tão desgastada.
Acredito que a vilã foi o ponto alto do episódio, fazendo
com que Bizarro acabasse sendo muito
bom de assistir, mas os roteiristas precisam tomar mais cuidado com a forma
como tratam o elenco regular, pois são eles que temos que ver toda semana e
ninguém aguenta duas Iris West.
1x13 - For The Girl Who Has Everything
Adaptando uma das histórias mais famosas do Superman, o décimo
terceiro episódio de Supergirl conseguiu executar muito bem aquilo que se
propôs a fazer e trouxe alguns ótimos momentos de vários personagens.
Se no episódio anterior o problema tinha sido a participação
do elenco secundário, dessa vez os roteiristas acertaram em cheio. As cenas que
em J’onn se passou por Kara foram bem engraçadas e trouxeram um alívio cômico
muito necessário, levando em conta a montanha russa emocional que veio a seguir.
Além da personagem principal, de quem falarei depois, o grande destaque de For The Girl Who Has Everything com
certeza foi a Alex. Seus diálogos com Astra e como chefe do DEO mostraram não
só sua inteligência, mas também o grande amor que possui por sua irmã, e
revelaram que a relação entre elas não foi sempre tão boa quanto é agora. Isso
é interessante, uma vez que de fato a situação entre elas parecia perfeita
demais para ser real. Mas a melhor parte foi sua conversa com Kara
dentro das ilusões criadas pelo parasita Black
Mercy. A atuação de Chyler Leigh (Alex) foi muito boa, especialmente
levando em conta que essa foi a primeira vez em que teve uma tarefa
difícil de executar nesse sentido.
A Supergirl é, desde o começo, o maior acerto da série. E mais uma vez conseguiram fazer algo muito interessante ao explorar um pouco
mais o sofrimento pelo qual a personagem passou. Até aqui, a impressão que dava
era de que a Kara só sentia saudades de sua mãe e que Krypton não passava de uma
lembrança distante que não a afetava muito, mas a sua raiva ao sair da ilusão
foi algo muito bom de ver. Não é a primeira vez que ela tem um acesso de raiva,
mas foi a primeira em que o sofrimento por perder todo um
planeta se fez visível para o público. Ela perdeu todo o seu mundo por duas
vezes, e a surra que ela deu no Non por causa disso foi absolutamente
fantástica. Realmente acho que ele devia ter ficado com marcas, um olho roxo,
um nariz quebrado, mas esses problemas técnicos não são o bastante para
prejudicar muito o andamento do episódio.
Um problema que Supergirl
parece ter aprendido com Arrow é a lerdeza do enredo principal, e por isso fico
feliz que tenham feito algo tão drástico neste episódio. Eu estava gostando
cada vez mais da Astra e realmente cheguei a achar que uma reconciliação entre
ela e sua sobrinha seria o final dessa história, mas gostei muito do que fizeram.
Ela teve uma cena de luta muito boa, apesar de problemas de coreografia, e
morreu em uma das cenas mais emocionantes da série até aqui. Meu único problema
com tudo o que aconteceu foi o fato de que a Alex não disse a verdade sobre
quem matou a tia da Kara. Isso provavelmente vai render algum episódio com uma
discussão clichê no qual a Supergirl vai falar que ela está brava não com o ato
em si, mas sim com a mentira. Espero estar errado, mas pode acontecer.
No geral, For The Girl
Who Has Everything teve tudo o que a série precisava: desenvolvimento de
personagem e do enredo principal. Deixando claro que a mediocridade não está nos
planos dos roteiristas, Supergirl
segue forte na direção de uma primeira temporada bem sucedida.