[Review] Supergirl 1x14/15 - Truth, Justice and The American Way/Solitude
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Cada vez mais próximos do final da temporada, parece que os
roteiristas já sabem o que devem e o que não devem fazer na série. É verdade
que nem tudo está perfeito, mas estes dois episódios são um bom exemplo do
porquê essa série merece destaque dentro do seu gênero.
Desde o começo, o maior ponto positivo do programa é sua
personagem principal. Kara Danvers é bem escrita e interpretada,
e o que estamos vendo ao longo desse primeiro ano é um exemplo incrível de
desenvolvimento de personagem. O episódio 14 entra para a lista dos destaques
dessa primeira temporada justamente por isso. O vilão soou um pouco filler (exceto a menção ao Lobo), os
efeitos especiais deixaram a desejar, a coreografia de luta poderia ser melhor
e o triângulo amoroso com James e Lucy é insuportável, mas o modo como retrataram
o desenvolvimento da Supergirl foi absolutamente fantástico. Deixar Lord preso
não é algo absurdo de se imaginar, mas não condiz com aquilo que o Superman
normalmente representa, e apesar dessa série ser sobre sua prima, é interessante
ver que eles seguem o mesmo código. Mas a melhor parte disso é ver que existiu
uma situação que a fez chegar sozinha a essa decisão. Ela acabou de colocar a
capa e o “S” no peito, e isso é algo que não conseguimos esquecer devido a episódios como esse, que conseguem apresentar uma história de origem que não
cai em clichês já batidos (coisa que a série já fez algumas vezes).
Outro ponto interessante, dessa vez presente nos dois episódios, foi a forma como exploraram os outros personagens. Non pela primeira vez ganhou alguma profundidade além do fato de ser o vilão com a cena do funeral de Astra, e isso é ótimo porque de vilões clichês e sem nada de interessante já basta aquele que fica na cidade onde o pessoal usa máscaras. Winn está finalmente tendo uma utilidade além de ser um possível interesse amoroso da personagem, e apesar de achar que ele não passa de uma versão masculina piorada da Felicity, admito que desde que ficamos sabendo sobre seu pai ele começou a ficar mais interessante. James e Lucy continuam sendo a parte chata do episódio, mas no 1x15 o que vimos foi uma situação real e a primeira cena interessante envolvendo o relacionamento deles (além de ter o ponto positivo, que foi a cena em que eles terminaram). E por último, mas não menos importante, temos a Alex. O abraço entre as irmãs foi um dos momentos mais tocantes da série e, por mais que eu ainda ache o relacionamento delas um pouco perfeito demais, foi bom ver um momento de aceitação e perdão como esse entre elas.
Mas pensando um pouco no enredo, ainda tem muita coisa para
acontecer. Não sabemos o que é o projeto Myriad, nem o que Non vai fazer agora
que o período de luta por suas esposa acabou. Além disso, a vilã Indigo trouxe
outras possibilidades interessantes com a inserção da história do Brainiac na
série. Ele é um dos maiores inimigos do Superman e alguém do nível dele seria
ótimo de ver mais pra frente na série, quando a Supergirl já estiver um pouco
mais experiente.
Apesar de não desenvolver muito o enredo central, Truth, Justice and The American Way e Solitude foram dois bons episódios que
apresentaram uma quantidade enorme de desenvolvimento para a personagem
principal e para alguns dos secundários, além de encher a tela da televisão com
referências na fortaleza da solidão e de apresentar a possibilidade da presença
do Brainiac em uma temporada futura. A impressão que tenho é que uma temporada
perfeita nunca esteve nos planos. Aqui parece que a ideia é criar uma base
sólida para uma série mais longa, e por enquanto isso está sendo bem feito.