[Review] Supergirl 1x16/17 - Falling/Manhunter
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Referências aos quadrinhos e a filmes de heróis, bom
desenvolvimento dos personagens centrais, reviravoltas na história, diálogos
interessantes e flashbacks bem feitos
e que, de fato, têm importância na história. Se alguém me pedisse para fazer uma
lista de coisas que devem aparecer em uma série de televisão baseada em
quadrinhos, esses fatores com certeza estariam na minha lista. Mas eu só escrevi
tudo isso aqui por um motivo bem simples: tudo esteve presente nos dois
últimos episódios de Supergirl.
Ignorando alguns detalhes e problemas menores (como esse subplot
ridículo da Siobhan só para poder apresentar seus poderes), Falling e Manhunter
foram dois ótimos exemplos de como uma série de heróis deve funcionar. No
primeiro desses episódios acompanhamos Kara de uma forma nunca antes vista, sua
personalidade mudou completamente devido aos efeitos da kryptonita vermelha e
isso gerou todo um problema que não deve ser resolvido tão cedo. Achei o timing desse evento muito bom, golpear a
credibilidade da Supergirl no começo de sua vida como heroína foi uma ideia
muito boa e que acabou dando certo para a série. Por causa disso, todas as
situações envolvendo a Kara nesses dois episódios acabaram sendo bem diferentes
do que estamos acostumados a ver, e essa variedade (quando é bem executada) só
traz resultados positivos.
E se acertaram com a personagem que da nome à série, não poderiam
fazer desfeita com o outro herói do programa. J'onn J'onzz finalmente teve um
pouco mais de sua história contada e, de bônus, ainda veio uma participação bem
interessante do pai da Alex, além de uma situação bem inesperada envolvendo a
irmã da Kara. Essa cena (com a Alex na prisão) foi interessante, uma vez que o
relacionamento das duas parecia perfeito demais. Ver que essa Alex tão
devotada à sua irmã é algo recente torna a relação delas um pouco mais próxima
da realidade e só faz com que o público consiga se interessar mais por elas.
Mas voltando ao marciano, uma das coisas mais interessantes
que veio do episódio focado no J'onn foi a introdução do nome Cadmus. Quem via o desenho da Liga da Justiça sabe que e esse projeto é, entre outras
coisas, uma tentativa do governo de criar algo capaz de defender os EUA caso os
super-heróis algum dia resolvam se voltar contra a população. Clonagem de
heróis (inclusive da Supergirl!), experiências genéticas e monstros alienígenas
presos esperando a hora certa para serem soltos são algumas das coisas que o
Cadmus fez. Isso é muito interessante, uma vez que se esse projeto for de fato
agir como um vilão para a série, o número de possibilidades de enredo é enorme.
Aquela lista que fiz no começo da review não está completa,
faltou colocar uma coisa: um enredo principal interessante e com um bom vilão.
Isso não apareceu no começou do texto e também não está aparecendo em Supergirl.
Esses dois episódios, mesmo que tenham trazido opções futuras bem interessantes,
não trabalharam o enredo atual. O Non não é um vilão interessante (não é ruim
como o Damien Darhk, mas mesmo assim não é interessante) e eu estou curioso
para saber qual o plano dos kryptonianos para a Terra. Supergirl está desenvolvendo seus personagens melhor que qualquer
outra série de heróis que não seja da Netflix, mas está esquecendo que existe
um enredo central, e isso é um problema bem grande para uma série que não se
propõe a ser um procedural.
Porém, a Supergirl ainda está no começo, e parece que a ideia dessa
temporada não é ter uma história central boa, mas sim explorar bem os
personagens para criar uma base sólida para o futuro. Sendo esse o caso, é
possível esquecer um pouco dos problemas e nos concentrar no fato de que a
série de heróis que começou com críticas não tão boas e com uma audiência da
qual não podia se orgulhar agora está caindo nas graças do público.