Resenha | Menina Má
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Menina Má é um romance de William March que teve sua primeira
edição publicada em abril de 1954. O livro foi aclamado pelas críticas na época
de seu lançamento, sendo posteriormente adaptado para os palcos e depois para as
telinhas. A edição que li é um pouco mais “recente”, com uma introdução feita
por Elaine Showalter em 1997. É importante citar essa introdução de Elaine,
pois ela está ali para te transportar até abril de 1954. Além disso, Showalter
também faz uma análise geral dos personagens e o quanto eles refletem a vida de
March.
A história foca em Rhoda
Penmark, a menina má. Apesar de explicitar no título do livro que não devemos confiar
em Rhoda, a trama dos primeiros capítulos nos vende a personagem muito bem. Uma
garotinha, oito anos de idade, cara de anjo e uma covinha unilateral. Porém nada
disso dura por muito tempo. À medida que a trama vai se desenrolando e
Christine Penmark, mãe de Rhoda, vai ficando ciente do que a filha é capaz, começamos a encaminhar para o lado mais obscuro. Com reviravoltas extasiantes e capítulos muito bem escritos, Menina
Má é capaz de te entreter durante horas. William cria uma teia onde todos
os pontos de sua trama estão interligados, justificando o motivo de tanto
clamor pelo romance há 62 anos.
Com personagens coadjuvantes
cativantes, a história de Rhoda e sua semente do mal nos leva ao êxtase. March
escreve um desfecho surpreendente e que eu não imaginava enquanto lia. É suspense da melhor qualidade até a última linha do livro. Rhoda e Christine,
apesar de serem mãe e filha, não podiam ser mais diferentes. Isso fica claro
durante todo o tempo e a raiz desse problema atormenta Christine durante toda a obra. Menina Má é um livro antigo
com um conto muito atual, a trama cumpre o seu papel de ser sombria e
extasiante.
"Certos assassinos,
particularmente aqueles mais hábeis cujo nome depois ficava célebre, costumavam
começar ainda crianças e demonstravam seu talento desde cedo, tal qual poetas,
matemáticos e músicos geniais."