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Crítica | Ben-Hur


A cada dia fica mais clara a dificuldade que a indústria cinematográfica enfrenta em relação a novos filmes. Está cada vez mais complicado para eles criarem histórias boas e inéditas. A prova disso são as inúmeras refilmagens que estão surgindo nos últimos anos. É muito mais fácil reproduzir uma história já consagrada e conhecida do que de fato produzir algo novo e de qualidade.

Neste remake de Ben-Hur, filme que, em 1959, ganhou 11 Oscars, a família de Judah Ben-Hur, jovem príncipe judeu de Jerusalém, acolheu e criou como igual um órfão romano chamado Messala. Judah e Messala crescem então como irmãos, mas as diferenças entre os dois aumentam ao longo dos anos. Por sempre se sentir em débito com a família Hur e, de certa forma, não pertencente a ela, Messala decide partir para Roma em busca de glória. Ao retornar para Jerusalém depois de anos sem dar notícia alguma, Messala reencontra Judah, mas a felicidade dos dois dura pouco. Falsamente acusado de traição pelo "irmão", Judah se torna escravo nas galés e sua mãe e irmã são condenadas à morte. Após cinco longos anos no mar, Judah retorna a sua cidade natal, agora completamente dominada por romanos, mais especificamente por Pôncio Pilatos. Judah quer vingança, mas encontrará a redenção.

Em comparação ao filme de 1959, muita coisa foi alterada no enredo, principalmente no final, o que com certeza incomodará muitos fãs. Por outro lado, para aqueles que não estão familiarizados com a versão antiga, este pode ser considerado razoavelmente bom. Com tantas alterações na história o filme se constituí de acontecimentos corridos que atropelam uns aos outros e diálogos pobres, capazes de transformar uma trama bonita e repleta de ensinamentos em um simples filme de ação qualquer.

Outro detalhe importante a ser mencionado são as aparições de Jesus no filme. Ou o talento de Rodrigo Santoro (que o interpreta nessa versão) não soube ser aproveitado, ou a direção simplesmente se preocupou apenas em mostrá-lo de qualquer forma que seja, esquecendo do fato de que no filme de 1959 as cenas mais impactantes são as que Jesus aparece, capazes de fazer o coração de qualquer um acelerar, sem nem precisar ver o rosto do ator. Muito mais importante, neste caso, do que o ator que está representando é quem está sendo representado e a mensagem que queria transmitir. Afinal, é essencialmente sobre isso que o filme trata, ou pelo menos deveria tratar: fé e misericórdia. Simples mudanças em pequenos detalhes do enredo e em como Jesus é apresentado, além da personalidade raivosa de Judah, prejudicam essa mensagem, que é salva somente pela cena da crucificação ao final do longa.

Por último, é válido ressaltar aqui que fazer uma versão 3D para esse filme foi totalmente desnecessário, pois são poucas as cenas que realmente valem a pena serem vistas nesse formato. É um artifício apenas para aumentar a arrecadação, que, podem ter certeza, não será pouca. Mesmo assim, diferentemente do antecessor, este Ben-Hur dificilmente entrará para a história do cinema. Não há nada de novo nele que seja bom, tudo o que foi alterado contribuiu para transformá-lo em mais um filme com bons atores que poderia ter sido melhor, mas não foi.

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