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Review | Game of Thrones 6x06/07/08 - Blood of My Blood/The Broken Man/No One


Uma era sombria.

Quando o sexto ano de Game of Thrones começou, as expectativas eram altas, os showrunners finalmente seriam postos à prova e a gente esperou pelo maior dos espetáculos. Às portas de uma Season Finale e do clássico penúltimo episódio, que tende a ficar por dias nas nossas mentes, eu posso dizer sem medo de estar me equivocando que essa é a temporada mais instável da história da série. No momento em que os roteiristas sentaram e pensaram em aparar arestas, os problemas maiores de uma trama com tantos núcleos começaram a saltar aos nossos olhos. Enquanto toda a guerra fria travada entre Cersei e o Alto Pardal, bem como o crescente e empolgante levante do Norte, pareciam merecer mais tempo de tela a cada nova cena. Todo o pífio desenvolvimento dos núcleos de Braavos e Meereen só me faziam revirar os olhos e olhar para a duração dos  episódios. A falta de um fio condutor mais claro alimentada pelos necessários, porém perigosos, desvios deixou tudo com um aspecto episódico demais e ironicamente Game of Thrones esfriou justo quando o inverno chegou aos Sete Reinos.

Eu confesso que sou suspeito em falar de Porto Real pelo simples motivo de que é sempre na capital de Westeros onde os melhores desdobramentos dramáticos tomam forma. Durante essas três horas, assistimos Tommen ceder às manipulações religiosas do maquiavélico Alto Pardal, acompanhamos o isolamento de Cersei com a partida de Jaime e dos Tyrell e ainda ganhamos um misterioso e bem-vindo espaço para os planos de Qyburn. Tudo isso veio recheado com uma beata – ou seria dissimulada? – rainha Margaery no auge da representação de sua casa. Vou repetir com veemência que se focado majoritariamente nas maquinações palacianas que sempre moveram a série, essa sexta temporada entraria fácil para a lista de melhores do ano, só que agora ficou difícil.

De uma forma menor, até mesmo o breve destaque dado ao sumido Sam me agradou mais do que sequências com personagens maiores. Foi excelente a representação máxima do patriarcado em Westeros, com o roteiro dando espaço para o subestimado herói dar a volta por cima ao garantir mais uma arma contra o exército do Rei da Noite. Igualmente empolgante, a jornada dos irmãos Greyjoy, mesmo que delegada a uma pequena ponta em The Broken Man, tornou-se fácil no meu momento favorito de Theon em anos de série. Alfie Allen matou a pau com aquele olhar e comoveu como nunca antes.

O encontro de Bran com Benjen Stark também nos proporcionou daqueles retornos furiosos que só Game of Thrones consegue realizar, algo comparável apenas com a reintrodução do Cão de Caça. Afinal, podem chamar de avulso como for, porém Rory McCann ao dar vida novamente ao impiedoso Sandor Clegane ofuscou facilmente nomes como o de Peter Dinklage, que vem amargando tramas chatíssimas na pele de Tyrion desde a metade do quinto ano. Nessa toada, vem também meus sentimentos mistos para com o cerco de Correrrio. Mesmo com as poucas cenas, acho que deu para todo mundo captar o potencial que o Peixe Negro teria no panorama atual da série. No entanto, perdemos um grande personagem numa conclusão vazia e anticlimática que, apesar de optar por uma pincelada na relação Jaime/Brienne, não convenceu muito. Felizmente a jornada dos Stark para recrutar as casas do Norte deixou o gosto amargo do descaso com o Peixe Negro em segundo plano. Todas as cenas com os nortenhos foram sensacionais, com um destaque óbvio para a jovem Lyanna Mormont representando toda a força e imponência da Ilha dos Ursos.


Quando paro para pensar no quanto Braavos poderia ter rendido nas duas últimas temporadas, só a palavra decepção vem na minha mente. Não fez o menor sentido gastarem tanto tempo num treinamento vazio, que se justificou única e exclusivamente pelas belíssimas cenografias da cidade do titã. Se vocês não se lembram, Arya saiu de Westeros convicta de que era uma Stark e de que precisava melhorar suas habilidades para seguir em frente com sua vingança. A jovem agora está prestes a retornar aos Sete Reinos com uma única certeza: ela é uma Stark. O que diabos foi isso?! Vergonha alheia foi o que eu senti no desfecho que inclusive deixou uma personagem interessante como a Lady Crane partir sem mais delongas. Neste exato momento da série, só um twist muito bem pensado para me fazer comprar qualquer coisa relacionada à Arya. O negócio está ruim e dispensável.

Meereen sofre do mesmo mal, porém não por conta de um roteiro ruim, mas sim porque estamos bem mais interessados no que acontece em Westeros do que em acordos feitos entre os senhores de escravos e o restante do pequeno conselho de Daenerys. Eu até revelo que a cena das piadas me fez rir um bocado, só que não dá mais para esperar que Dany salve todos os reinos do Mar de Verão para só então partir em busca do Trono de Ferro. O que nos deixa um pouco animados é que talvez essa mudança de ares esteja mais perto de acontecer do que nunca. Afinal, temos uma frota Greyjoy inteira indo na direção da rainha dragão.

É até difícil para mim falar mal de Game of Thrones, mas não dá para fechar os olhos depois de três episódios aquém de tudo o que a série já entregou. É esperar que a alardeada Batalha dos Bastardos apague a sensação de tempo perdido das últimas semanas. Eu ainda acredito!

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