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[Review] Homeland 5x12 - A False Glimmer (Season Finale)

As melhores escolhas não são mais uma opção.


As melhores escolhas não são mais uma opção.

E Homeland encerrou mais uma temporada, a quinta, o que revela uma série que já passou de seus primeiros anos e já foi mais longe do que a grande maioria. Tivemos uma temporada extremamente regular, sem episódios ruins, porém sem nenhum grande episódio, a exceção do anterior a esta Season Finale. O quinto ano apresentou novos rostos, que já se despedem sem serem marcantes. Outros rostos, mais conhecidos do público, também podem estar dando adeus, o que indica que a próxima temporada deve ser a última. A sensação que permanece após a última cena é de tristeza, por Carrie e por Peter. Se o thriller psicológico ficou de lado neste episódio, a carga dramática foi intensa.

A False Glimmer resolveu com pressa muitos de seus plots. O atentado ao metrô de Berlim foi impedido com a morte heroica de Qasim, como definiu a própria Carrie. A sequência não ocupou nem dez minutos deste longo episódio com uma hora de duração. Uma vez passada a ameaça, restava o desenrolar das outras histórias. Laura foi dobrada pela força do Estado e cedeu a pressão dos agentes alemãs para salvar Numan. É interessante notar como a série apresenta sua vertente conservadora com força aqui, uma vez que além do roteiro punir Laura, é um texto que vilaniza os russos. Os mesmos russos que dão asilo político a Edward Snowden, que é chamado de covarde na abertura da série, algo contraditório, no mínimo. A questão dos documentos roubados foi facilmente resolvida, sendo todos recuperados. Enfim, vitória das agências de inteligência diante dos hackers, ao menos na ficção.

E Allison? A genial agente dupla não durou muito depois de descoberta. Novamente ajudada por agentes russos de personalidade estereotipada e com ares de vilões - refletindo uma parcela dos EUA que realmente não engolem o fato de a Rússia ter opinião própria a respeito da política internacional -, ela sucumbiu em uma armadilha bolada por Saul. Ficou explícito ser um ato de vingança pessoal dele diante daquela que o traiu. Allison deveria ter sido presa, ela era uma personagem interessante para ser aproveitada futuramente, mas Homeland insiste em ter uma temporada totalmente diferente da outra desde a morte de Brody, e parece quase obrigatório que todas as personagens novas durem apenas um ano em cena.

Jonas não quis permanecer com Carrie. Podemos ver que Brody e Peter a amaram muito mais do que este, que não foi nada além de um mero coadjuvante ao longo da série e par mais fraco de Carrie até aqui. Honestamente, não sentirei falta dele. No mais, temos a surpresa do interesse de Otto nela, o que pode significar um retorno desta personagem dependendo da resposta dela a sua proposta. Acredito que assim como rejeitou a oferta de emprego dada por Saul, Carrie deve recusar Otto. A jornada dela fica cada vez mais pesada e cheia de mágoas. Entes queridos morrem enquanto ela continua viva, lidando com tudo isso sem uma resposta clara sobre o que fazer.

A sequência final da leitura da carta de Peter é de uma tristeza tremenda. Já vi outras cenas em que personagens são obrigados a matar seus entes queridos por eles não serem mais quem um dia foram. E seja em excelentes filmes ou não, cenas assim são sempre pesadas. Carrie escolheu dar paz ao amigo que a amou. Acredito que ela também tenha amado Peter, do contrário não faria o que possivelmente fez. A luz que emerge da janela engana e nos faz pensar se ela pode ter mudado de ideia no final das contas, o que não acredito. Assim como seu pai, Brody e Ayan, Peter Quinn está morto. Esse ar espiritual é atípico da série, mas dá mais camadas à personagem de Claire Danes uma vez que todos tem algum tipo de fé, até mesmo agentes da CIA. O que será de Carrie agora? Ela ainda é mãe, e a isso se agarra. No entanto, não tenho ideia de qual tipo de trama será desenvolvida para a sexta temporada. A melhor escolha escolha para Carrie, ao meu ver, seria uma vida tranquila ao lado de Peter, o que já não é mais possível.

No aspecto técnico tivemos mais um bom episódio, com fotografia e direção que se destacam entre as séries. Por mais que esteja longe da perfeição, eu sinto que Homeland é feita com calma, sem a pressa que vejo nas séries de TV aberta, sem excesso de trilha sonora, com tudo no ponto certo. Assim continua sendo uma das séries mais bem feitas no ar, mesmo que já não conte com a melhor história, além de contar com bom elenco. Claire Danes pode não ter tido momentos memoráveis como outrora, mas segurou bem sua protagonista, dando intensidade necessária à sua Carrie Mathison. O mesmo pode-se dizer de Mandy Patinkin, Rupert Friend e Miranda Otto.

Finalmente, este é meu quinto ano como reviewer de Homeland. Escrevo sobre ela desde antes da estreia e prometi seguir até seu último episódio, mesmo não tendo mais a empolgação de outros tempos. Acredito que quem continua vendo a série é porque gosta mesmo, e já digo isso desde o ano passado. Quando Homeland acabar sentirei um vazio tremendo na minha watchlist, que já não conta mais com House, Breaking Bad, Mad Men e outras favoritas que já se despediram. É engraçado notar como séries, diferente dos filmes, fazem parte de nosso cotidiano. Uma personagem de série é quase um amigo, e às vezes é difícil dizer adeus para alguns deles. Quando for a vez de Homeland espero que a despedida seja tranquila, pois penso que já passou da hora e muitos já devem desistir da série este ano.

Espero que você leitor, ou leitora, não esteja nesse grupo e continue ano que vem acompanhando minhas reviews. Também aproveito por pedir desculpas pelo excesso de reviews triplas, o que tentarei evitar ano que vem. No mais, desejo a todos um feliz natal, um próspero ano novo e até a sexta temporada!

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