[Review] Game of Thrones 4x10 - The Children (Season Finale)
Entre ossos e duelos .
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Entre ossos e duelos.
E chegamos ao fim da melhor
temporada de Game of Thrones, meus
caros. Foram mil promessas, diversos níveis de expectativa, muito suor e
sangue, além de um grau de dedicação por parte da HBO que não se vê mais com tanta frequência na TV americana. Quando
os showrunners David Benioff e D. B. Weiss
disseram que The Children seria o
momento mais emblemático de todo o show, por entregar os primeiros desfechos
reais da história de Game of Thrones,
eu bem que tentei me preparar psicologicamente, mas claro que não funcionou
muito. O clima de catarse que permeou todo este quarto ano - desde o fim do
segundo episódio - atingiu seu ápice de forma pontual em absolutamente todos os
núcleos da trama, e isso, meus amigos, é tão artístico e mágico que eu cheguei a
derramar algumas lágrimas pela primeira vez na série.
O diretor Alex Graves mostrou que fez por merecer o cargo de comando
principal nesta temporada, ao abrir a finale
com mais uma tomada belíssima da Muralha após a batalha de Castelo Negro. E
como se já não bastasse a dolorosa caminhada de Jon Snow até o acampamento de
Mance Rayder para nos fazer tremer, Graves
ainda monta um assalto espetacular comandado por Stannis e seu novo exército -
algo digno das cenas de guerra de O
Senhor dos Anéis -, selando assim um dos capítulos mais antigos da série e
abrindo diversas possibilidades, refletidas brevemente na enigmática troca de
olhares entre Jon e Melissandre.
Nas terras para lá da Muralha, o
encontro de Bran com o Corvo de Três Olhos resulta em outra sequência de
arrepiar: a do ataque dos mortos-vivos sob a sombra da árvore coração. O brutal
embate com as criaturas descarnadas leva a vida Jojen e quase põe fim à jornada
de Bran, não fosse a ajuda de uma das Crianças da Floresta. Entretanto, a
conversa com o Corvo não traz muitas respostas, porém já deixa um curioso cliffhanger sobre as condições que
encontraremos o jovem Stark na temporada que vem.
Ainda sobre sequências
emblemáticas, a triste rima presente no fim da história de Daenerys na Baía dos
Escravos deu um nó no meu coração, e mais uma vez eu sou só elogios para
evolução de Emilia Clarke como atriz.
A prisão dos dragões nas catacumbas de Meereen é daqueles momentos que só se
igualam ao nascimento dos mesmos lá no primeiro ano da série. O departamento de
efeitos visuais merece todos os prêmios e indicações que vierem, pois foi
possível sentir o desespero das criaturas fantásticas ao notar que sua mãe
estava deixando-os sozinhos ali. A Quebradora de Correntes impõe o antigo destino
do seu povo aos seus filhos, e é ainda mais penoso notar que, a partir de agora,
o caminho de Dany será mais frágil do que ela jamais imaginou que seria.
Que os Sete sejam louvados pela
existência do termo adaptação! Sim, é do encontro mais surpreendente de Game of Thrones que eu estou falando:
Arya e Brienne. Unir a trajetória de duas personagens tão queridas e
importantes deve ter sido algo que o próprio Martin se martirizou por não ter feito. O breve diálogo sobre o
nome das espadas, sobre a família e sobre o destino que as levou até aquele
momento é de um apelo dramatúrgico tão emocionante que é impossível não ficar
com os olhos marejados. Somando isto ao duelo entre a mulher cavaleiro e o Cão de
Caça, logo teremos a melhor cena de toda a season finale. Gwendoline
Christie e Rory McCann estavam
monstruosos em cena, e nem tenho medo de dizer que a batalha entre Brienne e o
Cão foi melhor que o badalado embate do oitavo episódio. Porém foi o olhar da
jovem Maisie Williams ao ouvir os
apelos moribundos do seu guia - e futura vítima - que conferiu a Arya toda a força
necessária para dar continuidade a sua trajetória... E claro, foi aqui que eu
chorei de verdade em Game of Thrones.
Os leões de Westeros também
tiveram os desfechos mais catárticos da série (como se já não fosse esperado,
não é mesmo?). No entanto, não falarei tanto de Cersei e da sua confissão ao
papai Lannister, pois é esse imediatismo inconsequente que deve levar a leoa
por um caminho perigoso, agora que ela não terá mais os limites impostos por
Tywin. O nome importante aqui é Tyrion Lannister. Assassinar Shae e o pai após
mais uma traição dupla mudará o duende para sempre, e o olhar sem vida que
Tyrion dá ao encontrar Varys na fuga de Porto Real é só uma pequena amostra do
denso futuro que o aguarda.
Ao encerrar a primeira parte de
sua história com vários personagens rumando para um futuro incerto, Game of Thrones promete, cumpre, se põe à prova e ainda emociona como poucas séries no ar conseguem fazer... Sendo
assim, espero que os próximos 10 meses passem tão rápido quanto um voo de um
dragão!! O quinto ano já era para estar aqui, concordam?
P.S.: Não poderia me despedir sem comentar a belíssima cena entre
Tyrion e Jaime, bem melhor que o doloroso adeus em “A Tormenta de Espadas”, quem leu sabe do que eu estou falando.
P.S.2: Só mais um elogio para o Ramin Djawadi. A trilha sonora da
temporada esteve impecável, mas a fusão de vários temas nesta finale foi
simplesmente fantástica.