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Crítica | Minha Mãe é uma Peça 2


Dona Hermínia está de volta! Três anos após o estrondoso sucesso de Minha Mãe é uma Peça, a adaptação da peça estrelada por Paulo Gustavo e baseada em seu relacionamento com sua mãe, a espirituosa Déa Lúcia, levou mais de quatro milhões e meio de espectadores aos cinemas, e com isso era inegável que uma sequência fosse encomendada.

Em Minha Mãe é uma Peça 2, Hermínia (Paulo Gustavo) agora é apresentadora de TV, ficou famosa, mudou de endereço, de status social. Mudou quase tudo, só não mudou a si mesma. Continua hilária, estressada, irreverente, sem papas na língua e muito preocupada com os filhos, ainda mais agora que Marcelina (Mariana Xavier) decidiu ser atriz em São Paulo e Juliano (Rodrigo Pandolfo) resolveu explorar sua bissexualidade. Para completar, a irmã Lucia Helena (Patrycia Travassos), que mora há anos em Nova York, resolve fazer uma visitinha.

É inegável o domínio que Paulo Gustavo tem sobre a personagem que desenvolveu ao longo dos anos no teatro e na vida, pois é inacreditável ver em vídeos de bastidores a forma com que o ator emula os trejeitos e a fala de dona Déa Lúcia. E esse é o maior trunfo do longa, Hermínia preenche a tela durante toda a projeção e consegue fazer até o espectador mais sisudo dar umas boas risadas. Algumas situações beiram o grotesco e a bagaceira, mas não chegam a incomodar, e o bom entrosamento de Paulo Gustavo com o resto do elenco, em especial Mariana Xavier e Rodrigo Pandolfo, compensa alguns deslizes.

Minha Mãe é uma Peça 2 sofre do mesmo problema de seu antecessor: é uma série de esquetes interligada por um fiapo de história e que acaba por não fazer sentido em diversos momentos, deixando a trama desconexa. Além disso, um grave erro passa batido pelo roteiro, o filho de Iesa (Alexandra Richter), que morre no primeiro longa, tem seu plot esquecido no churrasco e é milagrosamente ressuscitado. Agora, ele está de rolezinho na Europa.

O longa se esforça em falar, ainda que de maneira superficial, de temas como a Síndrome do Ninho Vazio que Hermínia começa a vivenciar quando Marcelina e Juliano deixam o lar para trilhar seus próprios caminhos e buscar seus objetivos. Além disso, existe uma pequena pincelada no assunto Alzheimer através do relacionamento de Hermínia com a simpática Tia Zélia (Sueli Franco), que traz alguns dos momentos mais bonitos do filme.

No geral, o filme funciona bem como entretenimento leve e descompromissado. E com o sucesso de bilheteria que Minha Mãe é uma Peça 2 já se tornou, em breve teremos novas aventuras de Dona Hermínia e sua família. Possivelmente na terra do Tio Sam, após o gancho deixado no final do longa. Se existe um filão que o cinema nacional domina muito bem é o da comédia rasgada, e se falarmos em lucro, essa franquia ainda vai muito longe.

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