Arrow | 5x09 - What We Leave Behind
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Se tem uma coisa que ficou clara é que os roteiristas de
Arrow conseguem aprender com seus erros, mesmo que demore um pouco. Este mid-season finale não só é uma incrível
forma de encerrar a ótima primeira parte da temporada, mas também é um dos
melhores episódios da história da série. Foi tão bom que podemos não só dizer
que a série "voltou à vida", mas que foi a ressurreição mais
surpreendente de todas até aqui.
Arrow parece
acertar toda vez que investe no sofrimento dos seus personagens, e nada
exemplifica melhor isso do que What We
Leave Behind. Nós já vimos uma parte da cidade ser derrubada, acompanhamos o
maior momento de felicidade do casal Olicity terminar com a Overwatch baleada e
sangrando nas mãos de seu então noivo e nós, inclusive, ficamos chocados ao ver
o personagem principal ser empalado e jogado do topo de uma montanha. Em todos
esses acontecimentos a pessoa que mais sofreu emocionalmente foi o Arqueiro
Verde, mas seguindo a ideia de que desgraça pouca é besteira, dessa vez foi todo
o Team Arrow que saiu prejudicado de
maneira direta, e isso nunca tinha acontecido nessas proporções.
Tragédias na vida das personagens principais tendem a ser
uma boa ideia, porque no geral elas exigem não só uma mudança na narrativa
(seja no seu rumo ou no seu ritmo), mas também acabam levando ao crescimento
individual dos personagens envolvidos. E já que dessa vez teve sofrimento para
todo mundo, nós podemos esperar pelas duas coisas: desenvolvimentos individuais
grandes (principalmente por parte da Felicity e do Curtis) e subplots que mudam a direção na qual a
narrativa estava indo (aqui entra o Oliver e, principalmente, o Diggle). Se
formos levar em conta apenas os possíveis desfechos de tudo o que aconteceu, então
este episódio já teria sido muito bom, mas What
We Leave Behind se mostrou muito mais do que uma grande promessa e acabou
sendo por si só um ótimo episódio.
Finalmente se propondo a resolver quem é o misterioso
Prometheus, este capítulo da série conseguiu avançar muito na história central
da temporada sem dar a impressão de que tudo saiu corrido. O ritmo estava um
pouco mais acelerado do que de costume, mas em nenhum momento isso pareceu
forçado ou fora de lugar. E olhando com mais atenção a parte técnica, tudo de fato pareceu ter um pouco mais de qualidade do que o normal.
As cenas em slow motion foram muito
bem executadas e se encaixaram bem na situação, a trilha sonora foi muito boa
(com destaque para a cena onde o Curtis e seu marido são atacados) e as
coreografias de luta nos fizeram esquecer alguns tropeços que a série deu no
passado. A única crítica fica para a existência da cena onde a Evelyn entrega os
presentes de natal. A cena tinha como função mostrar os laços da equipe e, portanto, tornar o momento onde esses laços são quebrados pela traição é ainda mais triste. Mas isso é algo que deveria ter sido feito ao longo dos
episódios anteriores, naquele ponto todo mundo sabia que ela era a traidora,
criar um momento "bonitinho" pouco antes da traição não gera efeito
nenhum no público e acaba com o propósito da cena.
Mas essa é a única crítica negativa ao episódio. Todas as
outras cenas foram boas e tivemos vários diálogos bem escritos. E,
pela primeira vez em muito tempo, os flashbacks
foram algumas das minhas cenas favoritas. Não imaginei que fossem trazer memórias
da primeira temporada antes de a série alcançar a sua sexta, e essa foi uma
surpresa muito positiva. É bom lembrar da época em que Arrow ainda estava se
encontrando e o sentimento de nostalgia acaba ajudando bastante na impressão
positiva que fica depois do fim do episódio.
Mas nada supera aquele final. O inesperado retorno da Laurel
foi a cereja no bolo. Ainda não sabemos como ela voltou, ou se é a
Laurel que conhecemos, mas ver a personagem de volta traz uma
felicidade bem grande e é, sem dúvida, o acontecimento que mais gera
expectativas para a próxima parte da temporada. Claro que mesmo a ideia sendo
boa ela pode acabar sendo mal executada e gerar um resultado ainda menos
agradável do que a morte da personagem (por exemplo se aquela cena não passar
de um sonho, o que seria horrível da parte dos roteiristas, mas não é
impossível), mas por enquanto só existem as expectativas, e elas estão muito
altas.
Em muito pouco tempo Arrow
não só conseguiu voltar a ter qualidade, mas fez isso de forma primorosa. A
impressão que dá é de que a série voltou ao bom momento que teve há três anos, e isso
é algo que ninguém estava esperando. Se o restante da temporada conseguir
cumprir com as expectativas e manter o nível que vimos até aqui, então esta pode
até ser a melhor temporada da série desde a segunda.