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Review | Once Upon a Time 5x20/21 - Firebird/Last Rites


A proximidade do final da temporada com certeza fez bem para a série. Com um aumento visível no ritmo da trama, os dois últimos episódios de Once Upon a Time trouxeram algumas das melhores cenas dramáticas dessa temporada. Mas, infelizmente, é impossível ignorar todas as indicações de que os roteiristas só continuam escrevendo episódios pelo dinheiro. Mesmo com todas as histórias possíveis que a série poderia ter (e as opções são inúmeras), o que vimos nesses capítulos indicam que o futuro guarda apenas tramas recicladas, diálogos quase repetidos e desenvolvimentos sem sentido para os personagens.

Os episódios em si não foram ruins. Como eu falei, foram mostrados alguns momentos que merecem destaque: o último diálogo entre Regina e Robin (somado à morte dele logo em seguida), as diferentes interações entre a Regina e a Zelena, assim como a traição de Peter Pan por seu filho Rumple. O destaque recente para a Regina é, como um todo, um dos fatores positivos desses últimos episódios. Dar mais atenção para uma das melhores personagens da série sempre é uma boa ideia, e, em minha opinião, tanto o desenvolvimento de sua relação com sua irmã quanto seus diálogos com Robin foram muito bem feitos. Mas é a partir desse destaque que nasce o problema: se eles resolverem usar novamente a desculpa de que a Regina não consegue um final feliz e, por isso, precisa ser malvada, eu realmente vou considerar a ideia de abandonar a série. A personagem já mudou muito ao longo desses cinco anos, se fizerem ela voltar a ser má só porque o homem que ela amava morreu (de novo), estarão jogando fora todo o desenvolvimento pelo qual ela passou.

Tenho medo que isso aconteça com a Regina porque já fizeram algo parecido com o Rumple. Com todas as oportunidades e situações para torná-lo um personagem melhor (tanto no sentido de fazê-lo um herói quanto no sentido de fazê-lo menos raso), ele se mostra como o único que quase não sofreu alterações durante toda a série. É claro que ele como vilão gera bons momentos (a cena com Pan que citei é um exemplo), mas o problema é que suas ações sempre são o gatilho para a próxima temporada. É como se todas as tramas possíveis dependessem dele como inimigo para acontecer. Rumple nunca cresceu como personagem porque os roteiristas perderiam sua chave para enredos fáceis de explicar. E se o final de Last Rites indica algo, é que ele, provavelmente, terá relação com o enredo e com os inimigos da próxima temporada.

Falando em desenvolvimento de personagem, acho que existe algo que ninguém deve discordar: para Zelena, o amor encontrado não foi nada além de uma descaracterização da personagem. Uma das vilãs mais interessantes da série, a irmã da Regina sempre foi alguém a ser temida, mais poderosa que a irmã e muito inteligente. Ela deu muito trabalho para os heróis. Aí, do nada, ela se apaixona pelo deus dos mortos depois de andar de bicicleta com ele e confia nele o bastante para entregar sua única filha em seus braços. Zelena parece ter o problema de confiar demais nas pessoas (ela se tornou uma irmã para Regina muito mais rápido do que o esperado), mas a impressão que ficou é que, para que esse enredo fizesse qualquer sentido, tiveram que emburrecer a personagem. Espero coisas boas dela no futuro agora que Hades já não é mais um problema, mas ela (assim como muitos outros) sofreu com o fato de que não souberam como escrevê-la.

E, para encerrar, vamos às duas maiores reviravoltas até aqui: Hades morreu e o Capitão Gancho não. Em qualquer outra situação eu gastaria pelo menos umas 20 linhas descrevendo o absurdo que é matar um deus de um modo tão fácil, mas levando em conta a forma como o personagem foi retratado eu realmente não me surpreendi com o seu final. Mais fraco, emocional e menos inteligente do que estávamos esperando, Hades jamais será lembrado como um dos melhores vilões da série, e seu final sem graça foi merecido.

Indo, então, para o que importa: Killian deveria ter ficado morto. Depois de se despedir (de novo) de Emma, o Gancho não tinha motivos para voltar. Gosto bastante do personagem e sempre gostei também do casal, mas depois de tudo o que aconteceu e do amadurecimento pelo qual Emma teria que passar para superar sua perda (algo necessário para ela, o que foi provado ao longo da temporada), trazê-lo de volta não acarreta ganhos positivos para esses personagens no futuro. Sua decisão de ficar no submundo e sua participação na derrota de Hades foram bem interessantes, mas seu retorno à vida não parece ser a melhor das escolhas.

Analisando apenas os acontecimentos desses episódios, Firebird e Last Rites não foram ruins. Com bons momentos e com um bom aproveitamento da maioria dos personagens a nota final poderia ser maior, não fosse o tamanho dos problemas apresentados e o que eles representam para o futuro da série. Parece que, com o fim dessa saga, os roteiristas querem deixar claro que reciclar enredos já usados e não desenvolver personagens faz parte dos seus planos para que a série possa se manter na televisão por mais alguns anos.

Obs.: Eu não estava esperando a volta do Arthur para a série, mas achei interessante que seus últimos momentos no programa tenham feito dele um personagem mais parecido com o herói das histórias. Claro que colocá-lo como rei do submundo é forçado, mas não é como esse tipo de coisa não fosse rotina em OUaT.

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