[Review] Arrow 4x11/12 - A.W.O.L./Unchained
http://siteloggado.blogspot.com/2016/02/review-arrow-4x1112-awolunchained.html
Esse episódio foi um daqueles difíceis de avaliar. Ao mesmo tempo em que ele trouxe várias coisas que eu gosto de ver na série, também evidenciou alguns problemas bem desagradáveis que até agora não tinham sido grandes o bastante a ponto de incomodar. Mesmo que o saldo tenha sido positivo algumas coisas precisam ser ditas.
Começando por aquilo que deu errado: as cenas de ação. Arrow sempre se destacou por ter uma
equipe de dublês e corógrafos fantásticos, que sempre criava cenas de luta incríveis
(a segunda temporada inteira, a primeira luta contra Ra's na temporada passada
e a sequência contínua de luta no elevador no começo dessa são bons exemplos),
mas recentemente o que vem acontecendo são erros bem perceptíveis e cenas que
não são nada realistas. A chegada do Arqueiro Verde na A.R.G.U.S., junto da Canário
Negro e da Speedy, é um bom exemplo. Soldados profissionais sendo nocauteados
com um chute no peito, por cima do equipamento de proteção, e socos dados no ar
(não, não desviaram dos socos, eles realmente foram no ar). Isso vem
acontecendo há um tempo, pode ser porque eles precisavam encaixar alguma cena de
luta e não tiveram tempo/vontade de planejar e fazer direito ou então pensaram
que, por ser uma luta menor (com dublês de máscara), ninguém perceberia os
erros, mas de qualquer forma ficou feio. O que eu mais estranho é que não são todas
as lutas que são assim. Ou seja, eles poderiam ter feito melhor e acharam uma
boa ideia deixar do jeito que está, e isso é bem triste.
Pensando um pouco no enredo, esse episódio escapou da
história central da season para
colocar Diggle e Felicity nos holofotes, e isso foi bem executado. Conheço gente
que não gosta desse tipo de filler e
que, por isso, não gostou do episódio. Mas é sempre válido explorar um
pouco mais os personagens. As interações entre John e seu irmão foram bem
interessantes, e o relacionamento dos dois foi bem explorado. Sabemos agora de
onde vem os problemas de confiança entre os irmãos e, agora que os dois estão
começando a se entender, pode ser que Andy se torne relevante na luta contra
Darhk.
A primeira coisa a ser comentada sobre a Felicity é seu codinome.
Como eu disse na review passada: essa personagem sempre foi uma referência à
Oráculo, e acho que isso está indiscutível agora. Ela pode não ser a adaptação
da personagem, mas o que aconteceu com ela somado aquele diálogo no qual o
Oliver diz que o codinome Oráculo já estava sendo usado é a prova disso. Gostei
da decisão de não usarem esse codinome, uma vez que, apesar de as habilidades da Felicity com
computador lembrarem as da Barbara Gordon, ela não tem mais nada em
comum com a personagem. E também tem o fato de que Overwatch é um codinome bem
legal. Além disso, ela ainda teve que, literalmente, encarar seu passado para
poder seguir em frente depois do que aconteceu com ela. Não foi a
maneira mais apropriada de mostrar a evolução da personagem, mas não ficou ruim
a ponto de prejudicar o episódio.
No geral, A.W.O.L.
foi um bom episódio para quem gosta de ver desenvolvimento dos personagens,
mesmo que isso envolva ignorar o enredo principal da história, e também para
quem não queria que a Felicity fosse a Oráculo. Mas nesse ponto da série e
principalmente depois dos problemas pelos quais ela já passou, algo
apenas bom não deve ser aceitável, poderia e deveria ter sido melhor. Os problemas
nas cenas de ação não começaram aqui, mas foi neste episódio que eles mais
incomodaram. Esse tipo de coisa não pode acontecer em uma série assim, e isso
precisa ser arrumado logo.
4x12 - Unchained
Só faltou o antigo Ra's voltar do túmulo para que Unchained fosse uma reunião completa da
temporada passada. Por sorte foram escolhidos apenas os melhores aspectos do
ano anterior da série, e o episódio teve qualidade com uma pitada de
saudosismo. Mas calma que nem tudo foi perfeito.
Alguns parágrafos atrás eu disse que o episódio 11 foi
aquele no qual os erros na coreografia de luta foram mais perceptíveis, e isso
é verdade, mas foi neste aqui que ficou claro que essa falta de
qualidade não é geral. Um pouco antes da cena em que Roy escapa da explosão da
bomba nós vimos o Oliver chegando por trás dos caras armados e derrubando todos
eles. Eu não sei vocês, mas eu tive a impressão de que ele estava brincando de
pega-pega: era só encostar nos outros caras que eles perdiam. Só nela nós
vimos: um cara sendo derrubado pelo ar, dois sendo nocauteados com um empurrão e
um outro que, assim como no episódio anterior, ficou inconsciente depois de um
chute no peito. Sério? As cenas de luta do primeiro episódio de Supergirl não
parecem tão ruins depois de ver isso.
Mas alguns momentos antes houve o embate entre Nyssa e Katana. Duas das maiores lutadoras da série se enfrentaram em uma luta de espadas. Meu lado fanboy acha errado a Katana não ser capaz de vencer a Nyssa, mas meu lado mais objetivo adorou aquela luta. A ideia era mostrar equivalência entre elas, e todos os movimentos foram bem planejados. O ritmo estava certo, a força mostrada para dar cada golpe foi condizente com seu resultado. Foi uma cena simples e bem feita que aconteceu poucos minutos antes do fiasco que descrevi ali em cima. Sério, CW?
Mas alguns momentos antes houve o embate entre Nyssa e Katana. Duas das maiores lutadoras da série se enfrentaram em uma luta de espadas. Meu lado fanboy acha errado a Katana não ser capaz de vencer a Nyssa, mas meu lado mais objetivo adorou aquela luta. A ideia era mostrar equivalência entre elas, e todos os movimentos foram bem planejados. O ritmo estava certo, a força mostrada para dar cada golpe foi condizente com seu resultado. Foi uma cena simples e bem feita que aconteceu poucos minutos antes do fiasco que descrevi ali em cima. Sério, CW?
Ignorando essas cenas, por mais difícil que seja, o resto do
episódio foi muito bom. A aguardada volta do Roy não poderia ter acontecido em
um momento melhor, e a forma como fizeram isso foi bem interessante: não só
trouxeram um dos personagens mais legais da série de volta, mas também acharam
uma brecha para apresentar o pai da Felicity, que por acaso é um dos seus
principais inimigos. Eu fiquei realmente feliz vendo tudo isso acontecer de uma
maneira que não pareceu forçada.
Porém, aquilo que mais me agradou, de longe, foram as cenas
envolvendo a Nyssa. As participações de Malcolm nessa temporada foram sempre
boas e quase sempre importantes para os episódios, mas uma dúvida sempre
aparecia: ele, como líder da Liga dos Assassinos, não tem nada melhor para
fazer? Foi bom ver que suas viagens frequentes para ver a filha tiveram algum
impacto na sua posição de Ra's. O fato de que existia dentro da liga um grupo
de descontentes que queriam a Nyssa como líder é a prova de que sua ausência
não passou sem ser notada. Atenção aos detalhes é algo que poderia se aplicar
em outros aspectos da série, mas por enquanto me agrada o fato de que ela foi usada
aqui. E o mais interessante de tudo é o resultado disso: um conflito interno da
liga que vai acabar envolvendo o Arqueiro Verde e o seu grupo com certeza é promessa
de uma ótima história.
Unchained foi melhor
que o episódio anterior por trazer de volta personagens queridos,
mas principalmente por apresentar uma história interessante de se acompanhar.
Os problemas de coreografia atrapalharam, mas dessa vez existiam
mais fatores positivos para desviar a atenção.