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[Crítica] Joy: O Nome do Sucesso


Uma cena de telenovela melodramática, barata e cafona define bem o caminho escolhido por David O. Russell (Trapaça) para conduzir Joy: O Nome do Sucesso, sua terceira parceria com Jennifer Lawrence. O longa é baseado na vida da empresária e empreendedora Joy Mangano (que também produz o filme), que constituiu um império após criar o revolucionário "Miracle Mop", um esfregão que facilitou a vida de milhares de donas de casa americanas.

A trama de Joy mostra a vida de sua protagonista desde a infância inventiva até a fase onde ela já está estabelecida como uma importante mulher de negócios, passando por diversos pontos na sua trajetória como seu casamento e separação com o músico Tony (Edgar Ramírez), a difícil convivência com os pais (interpretados por Robert De Niro e Virginia Madsen) e a frustração de não ter alcançado o sucesso que almejava desde criança.

A verdade é que não existem muitos pontos positivos em Joy e o maior deles é a escalação de Jennifer Lawrence no papel principal, ainda que seja pouco crível que a atriz de 25 anos tenha passado por tantas coisas na sua vida e isso atrapalha e muito a imersão na trama. Lawrence mostra da maneira que pode o porquê é tão amada e querida por Hollywood ao fazer milagre com um roteiro fraco e pouco inspirado.

Outro momento em que a trama rende é quando os personagens de Jennifer Lawrence e Bradley Cooper se encontram. É palpável a química que os dois possuem em tela, mesmo não sendo dentro de uma narrativa romântica. E as melhores cenas de Lawrence na projeção são quando ela decide tomar as rédeas para vender seu produto e quando é obrigada a decretar falência e a morte de seu grande sonho na cena que deve ter lhe rendido a quarta indicação ao Oscar.

O filme tem sérios problemas de roteiro e ritmo, o que o deixa profundamente cansativo em sua hora inicial e só começa a realmente engrenar quando JLaw toma os holofotes para si. O. Russell erra ao carregar muito nas cores e ao dar um tom melodramático e caricato aos integrantes da família da protagonista, o que os torna desinteressantes e antipáticos ao extremo. Somado a isso, temos a escolha do diretor em colocar uma narração em off durante a projeção que soa confusa e desnecessária para o andamento da história.

Joy: O Nome do Sucesso não é um fracasso total por conta do talento de Jennifer Lawrence, mas prova mais uma vez o quanto David O. Russell é superestimado em Hollywood e que se tivesse seu jeito próprio de filmar e não apenas ficar tentando emular outros diretores, como Martin Scorsese e Woody Allen, talvez fosse mais bem sucedido.

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