[Crítica] Magic Mike XXL
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Em determinado momento de Magic Mike XXL,
o protagonista diz que a viagem parece ser uma má ideia, mas certamente é uma válvula
de escape que se tornou oportuna para esfriar a cabeça. Talvez esta declaração
seja a justificativa para a continuação do filme de 2012 dirigido por Steven
Soderbergh, e o que parecia ser a péssima das ideias revela-se uma verdadeira
festa de arromba regada a dinheiro, “balinhas” e, claro, strippers. A sequência
deixa de lado o comentário social sobre a crise econômica norte-americana para se
tornar um road movie cômico.
Três anos após abandonar os
palcos, Mike (Channing Tatum) passa por uma fase ruim em seus negócios e em sua
vida pessoal. Até que um dia recebe a visita de sua antiga trupe, formada por
Richie (Joe Manganiello), Ken (Matt Bomer), Tarzan (Kevin Nash), e Tito (Adam
Rodriguez), que também enfrentam seus próprios dilemas. Acompanhados de Tobias (Gabriel
Iglesias), o grupo chama Mike para acompanhá-los em uma viagem para uma
convenção de strippers masculinos, onde farão um último show de suas carreiras.
Cada membro da equipe passa por um processo de autoavaliação e transformação,
ao mesmo tempo em que seus caminhos se cruzam com o de personagens como Zoe
(Amber Heard), que desperta a atenção de Mike; Rome (Jada Pinkett Smith), uma
dona de seu próprio clube de strip-tease, com quem Mike tem um passado; e Nancy
(Andie MacDowell, quanto tempo!!!), uma mulher de meia-idade enfrentando o
divórcio com o apoio de suas amigas.
Retornando ao personagem-título
do filme, Channing Tatum surge brilhante como Mike, que tenta seguir com sua vida ao ser abandonado pela namorada e ver seu negócio de móveis
customizados indo de mal a pior, além de exibir uma desenvoltura invejável em suas
cenas de dança. Joe Manganiello comove com a angústia sentida por Richie ao
perceber que está envelhecendo, ao mesmo tempo em que protagoniza aquela que é
a sequência mais engraçada de todo o filme, na qual, para provar-se como um verdadeiro artista, dança em uma loja de
conveniência ao som de “I Want It That Way”, dos Backstreet Boys. Por outro
lado, Matt Bomer compõe com sensibilidade o personagem Ken, divertindo-nos com
sua faceta espiritualizada e esbanjando talento nas cenas em que canta “Heaven”,
de Bryan Adams, e “Untitled (How Does It Feel)”, de D’Angelo. Jada Pinkett
Smith substitui o Dallas de Matthew McConaughey como a apresentadora de palco da trupe,
entregando uma atuação carregada de charme e carisma. Ao passo em que Andie
MacDowell e Elizabeth Banks divertem com suas breves, porém marcantes
aparições.
Adotando uma abordagem
existencial sem soar pretensioso ou piegas, Magic Mike XXL cumpre com o que
propõe desde o começo: entreter. Contando com um elenco que transborda
entrosamento, um roteiro coeso e uma direção segura, o filme é um dos
lançamentos mais divertidos do ano e, com todo o respeito a Steven Soderbergh, supera
por anos-luz o filme original.