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[Crítica] Amantes e Adolescentes (VII Janela Internacional de Cinema do Recife)


Recife/PE - Por Jo Pais

I dolci inganni é um clássico italiano que foi perseguido pela Igreja na época por tratar da história da jovem Francesca (Catherine Spaak), de 17 anos, que tem um caso com o amigo de seus pais, Enrico (Christian Marquand). Claro que para a década de 1960, isso seria um choque, mas foi uma pena o filme ter sido proibido em vários países por conta da Igreja, até por ele ser lindo. Tudo bem, a história de amor dos dois não é tão platônica, contudo o roteiro do filme não falha.

A princípio, nossa protagonista acorda já com desejos carnais em relação ao seu amado, mas a rotina de ter que ir à escola é mais fraca e ela escapa para ir até a casa dele lhe beijar. Nossa, até parece algo demais, não é mesmo? Contudo, Enrico até deixa de lado seus amores pela jovem, mas não acredita no amor em sua idade. Desiludido, ele até tem um belo ponto de vista, ela se cansará e irá arrumar alguém de sua idade.

Esse conflito foi o que me deixou mais agoniada após o filme, que termina meio que em aberto. Ainda penso que Francesca completou sua jornada tendo seu desejo carnal satisfeito, já se ela terminou com Enrico, nunca saberemos... Mas os conflitos pessoais da jovem durante todo o filme são bem retratados. Expor ou não seus sentimentos, ir ou não atrás dessa paixão, contar ou não ao irmão sobre seu pequeno caso.

Francesca não só é diferente de suas colegas de classe, que tentam se comportar para manter as aparências femininas sociais, como também é despida de vergonha. Assim, a câmera se aproveita de seu corpo nos takes. Um exemplo disso é quando ela pergunta ao irmão o motivo de não poder dirigir seu carro. Também não se envergonha de ver Renato falar de seu relacionamento complicado com Princesa. Talvez como Enrico mesmo tenha dito: ela é uma menina especial.

Em questões técnicas, eu gostei bastante de como Alberto Lattuada usou a luz. Até mesmo nas cenas noturnas a iluminação se sobressai de uma forma que você se questiona como eles conseguiram fazer aquilo que está sendo apresentado na tela. Até mesmo na cena final, a iluminação é presente como elemento de cena importante para o desfecho do roteiro. O filme é lindo e recomendo para os românticos de plantão.

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