[Fica a Dica] Livro: Trilogia Millennium

Vai ter Fica a Dica! E se reclamar, vai ser triplo...

Está atrás de uma trilogia totalmente diferente de tudo o que você já leu? Me alegro em te informar que você acabou de achar! A Trilogia Millennium não cai em clichê igual as trilogias de hoje em dia. Acho que por ter sido escrito por um russo e num momento muito diferente do de hoje, colaborou para essa outra visão do autor. Stieg Larsson trata de um assunto muito pesado, de forma pesada, porém bem amarrada e fácil de acreditar. Os três livros se encaixam como se fosse um só e, melhor ainda, não tem a ordem cronológica afetada.

No primeiro, Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, Stieg nos introduz e nos explica a história apresentando os protagonistas: Lisbeth Salander, uma adolescente perturbada, porém muito inteligente, que está à margem do sistema político sueco; e Mikael Blomkvist, um jornalista sueco renomado que está em busca de publicações bombásticas. Ambos vão se envolver em uma investigação de um crime que há muito já tinha ocorrido. E daí vai surgir a promissora história enredo da trilogia. O interessante no carro chefe de Stieg é como a história é apresentada, vivemos em um só livro vários momentos. Uns no presente, outros no passado e outros num passado mais distante ainda. O autor foi audacioso, e essa audácia tornou o livro no que ele é: um grande sucesso.

Já em A Menina Que Brincava Com Fogo a trama se vira totalmente para Lisbeth, sem deixar que a história do primeiro livro perca o rumo. Nesse volume vamos descobrir o que levou Lisbeth a se tornar o que ela é, qual o motivo dela se esconder e não se abrir para as outras pessoas. Novamente Larsson foi feliz na trama, não havia um melhor plot para ser explorado. E a dupla continua fazendo sucesso, dessa vez com um grau de amizade um pouco mais elevado. Mikael e Lisbeth continuam super envolvidos na trama. A cumplicidade maior surge nesse livro, já que Lisbeth está sendo acusada de um crime que ela não cometeu e Mikael é o único que acredita e fica do lado dela. Os coadjuvantes do livro são – iguais aos protagonistas – muito bem construídos e encaixados na história.

O grande desfecho se dá em A Rainha do Castelo de Ar. Assim como o esperado, Larsson deixa o melhor para o final. Ao decorrer de toda a trilogia, acompanhamos a história de Lisbeth com o Estado Sueco. Para encerrar, o autor usa esse ponto como apoio central da trama. Dos três, esse é o meu preferido. Gosto de encerramentos e Stieg não peca, consegue encerrar uma trilogia da melhor maneira possível. Não conseguiria imaginar outro final para essa trama. O autor foi fenomenal em todos os sentidos.

Por serem livros grandes, a leitura pode tender ao cansaço. Mas não desista, será uma ótima leitura e essa trilogia entrará para o seu ranking de melhores livros.

P.S.: Stieg faleceu antes de ver esse sucesso em todo o mundo. Mas, sem sombra de dúvidas, deixou um enorme legado e uma ótima crítica.