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[Review] Masters of Sex 1x05 - Catherine

" Close your eyes. "


"Close your eyes."

Magnífico. É a única palavra que consigo encontrar em minha mente para definir o que vimos ao longo dos 57 minutos de Catherine. Por diversas vezes, pude ler comentários e críticas pela internet onde diziam que Masters of Sex poderia vir a ser a melhor estreia desta fall season. Pois bem, se você ainda tinha alguma dúvida, não a tenha mais: Masters of Sex é a melhor estreia desta fall season. Chega a faltar elogios, é verdade. Como um roteiro pode ser tão cuidadoso? Como um elenco pode ser tão exemplar? Eles podem, e eles são. Em tempos de séries onde o cuidado e a perfeição têm sido deixados de lado para dar lugar a audiência por audiência, Masters of Sex é daquela que salta aos olhos. Cada mínimo detalhe servirá, cada olhar e respiração diferenciados serão levados em conta mais cedo o mais tarde. O jogo de palavras e sinceridades utilizados a cada cena chega a ser hipnotizante, e por que não dizer mágico?

Neste episódio, passeamos pelas tramas de cada personagem envolvido na série, sem deixar nada para trás. Estava claro que a obsessão de Vivian, filha do reitor Scully, chegaria a pontos mais altos. Por mais que a garota se fizesse de madura e entendida, ela não passa de uma menina de 19 anos com muito ainda a aprender na vida. Vivian pôs Ethan em seus objetivos desde muito cedo, e nada melhor do que conseguir alcançá-lo do que do jeito que fez. A cena em que Haas tira a virgindade da moça "sem saber" é bastante forte, pois é ali que vemos toda a vulnerabilidade evidente em suas lágrimas reprimidas. Para provar, ainda mais, a inocência de Vivian, veio o "tudo bem, tudo vai melhorar, somos namorados agora". Talvez - bem talvez mesmo - Ethan venha a mudar um pouco seu modo de vida por conta deste novo relacionamento, até porque, é com a filha do reitor que ele agora está namorando. Além de tudo, Vivian mostrou que sabe muito bem como lidar com as palavras para conseguir o que quer. Mas se tratando de Ethan Haas, não podemos prever absolutamente nada.

Virginia foi outra que obteve um dos - tantos - grandes destaques deste episódio. Seu envolvimento nos estudos de Masters tem custado e muito na sua vida pessoal, como a própria convivência com os filhos. Como não sentir o peso de cada palavra dita por Henry contra a própria mãe? É óbvio que George, o pai das crianças, não tem pretensão nem responsabilidade nenhuma para cuidar dos filhos, e como Virginia mesmo falou, é mais fácil ouvir as queixas de seu filho sobre ela do que dizer para eles que o pai não os quer. Ser mãe, solteira e ainda ter que trabalhar para sustentar os filhos numa época como a que ela vive... Não é fácil. A surpresa ficou por conta de Ethan, que ajudou a trazer o menino de volta em sua fuga inesperada, ainda oferecendo ajuda. Claro que há uma parcela de interesse nisso tudo, mas temos que admitir que foi um belo gesto vindo dele.

Vamos, então, ao centro de todas as atenções: William Masters. Michael Sheen fez aqui um trabalho sensacional, e entregou-se ao personagem de uma maneira assustadoramente verdadeira. Este episódio teve a maior concentração de desabafos existente, e o primor com que cada um deles foi posto para fora foi simplesmente... maravilhoso. Primeiro de tudo, Libby finalmente juntou suas forças para falar aquilo que sempre quis. Ao que pudemos ver até então, a esposa de Masters sempre foi muito sozinha e nunca teve a oportunidade de falar o que sente e o que já passou para ninguém. Virginia passou a tratá-la como uma amiga ouvindo seus lamentos, mas nada como Estabrooks Masters para abrir uma série de portas e janelas, tanto na vida de Libby quanto na de Bill.

No final das contas, a filha dos Masters foi, realmente, um verdadeiro milagre divino. A criança foi concebida da maneira mais difícil e estatisticamente improvável possível. Mas Catherine aconteceu. E se foi. O abalo causado pela perda desta criança afetou seus pais de uma maneira incomparável, o que faz deste episódio o melhor até aqui. Libby não aguenta mais ser deixada em segundo plano pelo marido, e as súplicas pela presença constante ao seu lado nos piores momentos foram como facas afiadas sendo arremessadas pelas costas. Quando Libby recusou a ajuda de Bill para sair do hospital, pensei por um momento que ela fosse se livrar de vez de toda essa vida quase que de mentira que vem levando desde que casou-se, mas o silêncio parece ter sido pior.

William Masters, o homem da ciência e da lógica, foi aquele que, ironicamente, mais nos emocionou. Todo o desmoronamento começou, na realidade, no episódio passado. Com o retorno de sua mãe para perto, Bill passou a ter crises recorrentes de sonambulismo, que como bem descobrimos, tinha a ver com sua infância. Mas o mais libertador de tudo foi ver Masters jogar cada sentimento guardado em sua mãe. Ainda que a sra. Masters não tenha uma culpa direta com os dramas de infância de seu filho, ela aparentemente foi incapaz de protegê-lo quando ele mais precisou. Foi isso que fez de William um homem rancoroso, inseguro em seus sentimentos e extremamente frio. Mas é a cena final que desmistifica todo o caráter do personagem. Seu choro preso há tanto tempo foi capaz de demonstrar tudo o que Bill vem sentindo. O medo de ser um péssimo pai, o medo de falhar. O medo de destruir tudo ao seu redor. Feche os olhos. Escute o pedido inflamado de um homem que tem tudo, e que ao mesmo tempo não tem nada.
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