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[Review] Grey's Anatomy 10x07 - Thriller

Não é hora de ser simples.


Não é hora de ser simples.

Com um episódio marcado por casos e cenários que beiraram a bizarrice, Grey's Anatomy acerta, e acerta bonito. É de estufar o peito e dizer: tudo funcionou. Ou melhor...quase tudo.

Não há como assistir a série toda semana sem se dar conta de que Cristina Yang está prestes a dar adeus a Seattle. Mas talvez o que irrite a cada um de nós - pelo menos a mim - seja esta simplicidade com que a personagem está se afastando de toda a trama; como mesmo com todo seu diferencial em relação aos outros, de repente a presença dela seja resumida a "leve cupcakes ou não, não fará diferença". Fará diferença sim, e como. Já é certo afirmar que a saída de Cristina terá a ver com esse afastamento repentino da vida das pessoas, e por ela achar que não se encaixa mais em lugar nenhum. Meredith já não se importa tanto (o que me deixou com o coração na mão), Owen - que mesmo com toda sua "complicação" - parece ter conseguido finalmente achar um caminho a seguir e Cristina... bem. Para Cristina, parece ter sobrado o Shane. E eu imploro: que essa tensão sexual entre os dois tenha sido só uma impressão errada, até porque, afinal, de casais desnecessários Grey's Anatomy já está cheia.

Mas se a trama de Cristina foi o ponto negativo de Thriller, eu diria que este foi um dos poucos (chegaremos a Bailey logo mais a frente). Optar pela bizarrice foi, sem sombra de dúvidas, uma jogada de mestre e tanto. Grey's Anatomy sempre foi conhecida por usar e abusar de todas as ferramentas reais e irreais possíveis, e mesmo que o drama seja sua marca registrada, é a comédia que muitas vezes se torna a cereja do bolo. Zumbis drogados e imortais? Órgãos em posição invertida? Vermes salvadores de perna? Palmas, Grey's Anatomy, palmas. Sem contar a senhorinha cega de um olho que chegou para tocar o terror na geral. O melhor de tudo é que sua presença, que começou como algo sobrenatural, tenha terminado de maneira tão bonita. É claro que ainda me incomoda o fato de Shane sofrer amnésia sobre a morte de Brooks, mas confesso que sua cena final com a velhinha me tirou lágrimas. Todos nós sabemos que Heather Brooks era a mais simpática e promissora da nova geração de internos, e é incrível como sua ausência ainda pôde repercutir na série.

Sete episódios. Todo este tempo e Richard Webber continua deitado numa cama de hospital e, confesso que, se for para termos ótimos momentos como o que tivemos neste episódio, ele poderia ficar ali para o resto da vida. Webber foi capaz de mostrar-se um dos únicos a garantir ótimos momentos entre os novos internos, conseguindo colocá-los em situações-chave para justificar suas presenças ali, e este é um ponto mais do que positivo. Fica claro, também, que Jo será sua próxima aprendiz na cirurgia geral, e a parceria dará certo, ao que tudo indica. Mas ao contrário de Jo, que está se encontrando em meio a suas dificuldades, Bailey é uma que perdeu a noção de limites.

Chega a ser repetitivo dizer o quanto Miranda Bailey já esteve entre as melhores coisas que essa série já nos entregou. Séria, segura e acima de tudo estável, a Nazi sempre foi um espelho para todo e qualquer médico. O problema é que tudo mudou, e a Miranda que tanto admiramos parece ter sido invertida, assim como no caso de situs inversus que tivemos neste episódio. Nada mais está correto, nada mais parece funcionar como antes e, portanto, a abordagem utilizada anteriormente para a personagem parece não fazer mais sentido para ela. Sua super proteção com Richard daria errado uma hora ou outra, mas aconteceu da pior forma. Como aceitar que a maior figura médica e paterna de sua vida a deixou de fora de tudo? Temos que admitir que ela fez por onde merecer. Além do mais, ainda houve o problema com Ben. O tempo passou, mas Miranda não amadureceu em nada no que diz respeito aos seus relacionamentos. Ben se afastou de sua nova vida por causa da medicina, e retornou por causa de Bailey. Ainda que o que ela tenha sentido tenha sido um desapontamento pela carreira de seu marido, por que receber de maneira tão cruel uma notícia como essa? O homem com quem ela se casou decidiu mudar tudo novamente por sua causa, e ela simplesmente ignorou cada gesto. É claro que isso, no mínimo, vai acabar num término desnecessário de um casamento que poderia dar certo.

Alex, como sempre, foi o Alex que costuma ser e que, sinceramente, não consegue prender nenhum pouquinho de atenção. Cara feia e emburrada não tem mais graça. Descontar a raiva em quem não tem nada a ver com a situação? Nem se fala. Grow up, man. Por mais que a chatice de Jo seja iminente, ela sabe como contornar a situação sem medo, e tem dado certo. Que continue. Callie e Arizona, por outro lado, parecem mesmo ter aceitado o fim de seu casamento, e funcionou. Arizona seguiu em frente - mesmo que num relacionamento sem pé nem cabeça com Leah -, e Torres vem tentando cada vez mais deixar de lado sua implicância quanto a criação de Sophia. A simplicidade, aqui, foi realmente a melhor resolução. Derek é quem mergulhou de cabeça na pesquisa clínica (de novo), e sinto um cheiro de quarta temporada no ar. Bem, que desta vez seja melhor.

P.S.1: Se em qualquer série médica alguém disser que visitou o Brasil recentemente, prepare-se para matar a charada: a origem das manifestações clínicas em questão virá daqui. O lugar das doenças "estranhas".

P.S.2: Ai, Edwards... vai descansar esses olhos mesmo, minha filha. Aproveita, e não volta nunca mais. Beijos.

P.S.3: Uma cena, uma ceninha só de Avery e Kepner foi melhor do que tudo que o novo dono do hospital teve até agora com a interna cega. Tem algo errado aí, Shonda Rhimes.

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