[Review] American Horror Story: Coven 3x06 - The Axeman Cometh
O conto do jazz moribundo.
http://siteloggado.blogspot.com/2013/11/review-american-horror-story-coven-3x06.html
O que
foi isso em Coven esta semana?
Sério, fiquei triste de verdade com o episódio, que entra fácil na lista dos
mais problemáticos de American Horror
Story. A estreia do roteirista Douglas
Petrie acrescentou personagens numa trama tão deslocada do foco central,
que nem comprando parte da mitologia pré-estabelecida até aqui deu para
engolir. Sim, estamos falando de uma série que trouxe na Murder House o caso da Black
Dahlia, em Asylum a figura de Anne Frank e aqui mesmo em Coven, Madame LaLaurie e Marie Laveau –
todas personagens reais – que acresceram os enredos citados sem muitas firulas
ou plots exagerados. Já deu para
perceber que o meu problema foi com a aparição do Bárbaro de New Orleans, não é
mesmo? O serial killer defendido
magistralmente por Danny Huston tinha
tudo para ser uma adição e tanto, afinal, por esta data já tínhamos de ter um
novo Rubber Man ou Bloody Face. Porém, a ambiguidade com
que sua história foi contada (num frágil toque sobrenatural), embolou tudo o
que poderia ser minimamente interessante.
Apresentando em 1919 o tal
Bárbaro, descobrimos que as garotas da Academia naquela época não estavam
nem um pouco dispostas a aceitar as torturas psicológicas que o assassino
planejou para a cidade. Numa vibe
muito semelhante a do serial killer
do Zodíaco, o Bárbaro ameaçou a
população de New Orleans, com uma carta aberta no jornal, de que mataria os
moradores de qualquer casa em que não se tocasse jazz depois da meia-noite. A cold open foi a mais fraca da temporada,
e não teve absolutamente nada que chamasse atenção. O único adendo para
abertura é que o possível fato do maníaco se auto-intitular como um demônio,
talvez explique sua participação no resto do episódio, ou mesmo sua
materialização no fim dele, o que infelizmente ficou mais sugerido do que
propriamente explicado.
O elo fraco de Coven é sim o seu elenco jovem, e por
isso mesmo o destaque quase total dado à busca de Zoe, Queenie e Nan por
Madison - ou seu corpo -, não contribuiu muito para melhorar a narrativa. Vimos
as garotas no clássico jogo do copo, depois uma Zoe ainda enérgica e querendo
manter a segurança do clã, culminando no encontro com Madison e, claro, com a
tortura de Spalding. Foi divertido? Sim, um pouco. O problema é que foi igual
demais. Já sabemos do poder de Queenie – o que mesmo assim nem explica a
escolha por usá-lo durante a tortura –, que Nan é clarividente – aqui, o fato
de reforçarem a habilidade da jovem bruxa em ler mentes casa direitinho com
uma cena de Fiona e talvez seja mais uma dica sobre quem é a nova Suprema – e
que Zoe não quer ser mais a mosca morta. Só quando Misty Day novamente resolve
ajudar Zoe é que as coisas melhoram por lá.
Fiona na quimioterapia pode até
parecer uma cena gratuita, porém os poucos minutos de tela que Jessica Lange tem para brilhar já valem
por boa parte de uma hora tão chata. Ela lendo os pensamentos dos pacientes
(isto lembra quem?) foi um momento para Suprema demonstrar humanidade e
perceber o quão só ela se encontra no seu luxurioso mundo. É assim que a bruxa
se mostra tão preocupada com a situação da filha. E vem cá, que coisa linda este
novo dom de Cordelia, não? Hank é que
levou um esporro pela traição que ainda nem foi totalmente desvendada por
Delia. Eu espero muito um desenvolvimento maior para esse plot de Caçador de Bruxas, pois é uma oportunidade a mais para
balançar a estrutura ainda estática da temporada. Outra coisa bacana foi
descobrir que o assassinato da jovem Kaylee tinha motivos mais sombrios para
acontecer. Sim, foi Laveau que quebrou a trégua com Salem. A voodoo queen enganou todo mundo, e muito
bem.
Com a querida Misty Day de volta
e ao som de sua Stevie Nicks, a
fofura toma conta do terço final de The
Axeman Cometh. Não tem como não esboçar um largo sorriso ao ver Misty
regando o corpo carbonizado de Myrtle, ou mesmo ficar com o coração bem pequeno
quando FrankenKyle (tá, passei para o time que acha o personagem do Evan Peters bem over na temporada) quebra o rádio da bruxa. A sessão de ressurreição
ao pedido de Zoe, também traz a witch
bitch mais querida da temporada de volta. O retorno de Madison vem cercado
de ótimas possibilidades, porém eu quero que Coven consiga fazer as mesmas funcionarem em tela.
Quantas memórias bacanas surgem
ao ver Sarah Paulson presa novamente
num quarto com um serial killer? Sim,
sim, o Bárbaro não é nenhum Bloody Face,
mas é que eu acho qualquer oportunidade de ouvir o bizarríssimo grito da atriz
algo indispensável para AHS. A cena
foi rápida, Danny Huston promete de
verdade e, a julgar pelo fim do episódio, ainda vai ter espaço com Jessica Lange. O importante agora para Coven é colher esses fiapos de trama
jogados no episódio e alocá-los com a genialidade costumeira da série. Nem é
pedir muito, e para AHS não é tão
difícil assim.
P.S.: Ryan Murphy entende
de terror, pois o visual da Delia depois do ataque é visivelmente inspirado em The Beyond do Lucio Fulci, clássico do horror italiano.
P.S.2: "I need a cigarette".
Sim, você fez muita falta Madison.
P.S.3: Sério, um episódio sem LaLaurie não poderia ser dos
melhores. Sou fanboy da madame
racista.