[First Look] Once Upon a Time in Wonderland 1x01 - Down the Rabbit Hole
Ainda há brechas para fantasia?
http://siteloggado.blogspot.com/2013/10/first-look-once-upon-time-in-wonderland.html
Se ainda em 2011 um spin-off de Once Upon a Time tivesse sido anunciado, ele teria sido recebido com a maior
alegria/euforia pelos fãs da série, mas a gente sabe que hoje a banda toca
diferente. O programa original fez uma segunda temporada sofrível, conseguiu
tornar mais da metade dos seus admiradores em haters ferrenhos e ainda luta para retomar o fio que a trouxe do flop certo para o topo das queridinhas. Wonderland, o tão execrado spin-off, sofre por tudo o que sua irmã
mais velha se tornou, porém se supera ao resgatar o que OUaT já foi. Poético, não? Claro que o apuro técnico reduzido está
de volta, assim como as atuações meia boca, mas sinceramente, não levo pontos
assim em conta, quando a história a ser contada é simpática o suficiente para
me fazer querer ver mais (que nem é tão do mesmo assim). Outra coisa, a viagem
da jovem Alice ao tal País das Maravilhas, foi parte presente da infância de
boa parte dos seriadores e o retorno da garota ao local é tão bem conduzido que
se justifica justo por conseguir resgatar a proposta inicial de OUaT, o que convenhamos, já é bem
animador.
Os gamers de plantão devem reconhecer a trama de Wonderland, como uma repaginada menos creepy do jogo American
McGee's Alice (quem não jogou, eu recomendo), onde a protagonista se
encontra presa num manicômio anos depois de tentar provar que sua viagem ao
País das Maravilhas foi verdade. A série repete essa sequência de forma
sensacional, diga-se de passagem. Os flashbacks
no mundo fantástico mostram uma Alice tão destemida quanto sua contraparte
infantil. Lá ela conhece o gênio da lâmpada Cyrus e se apaixona por ele, num plot Snow+Charming das antigas. O ponto
alto de Wonderland é a credibilidade
que o elenco jovem dá para os seus personagens, dessa forma, a química entre
Cyrus e Alice é quase que instantânea. Aos poucos, descobrimos que a tristeza
no olhar de Alice durante a sessão de terapia no manicômio, foi por ter perdido
o seu grande amor, pelas mãos da Rainha Vermelha, mas logo que ela resolve
desistir de tudo ao se submeter a uma lobotomia, antigos conhecidos trazem a
notícia de que Cyrus ainda está vivo e é aí que o piloto engrena de vez.
Estes conhecidos são o Coelho
Branco e o Valete de Copas Will. O último ainda tem uma pequena cena em Storybrooke
ao ser apresentado, mas fiquei sem entender em qual época aquilo se passava,
pois vi o fusca amarelo de Emma por lá. O legal mesmo da equipe, é que o Coelho
Branco é tipo um viajante do tempo que abre portais para qualquer universo e
não sei se é por gostar tanto de fantasia, mas esta habilidade me deixou todo
contente. Já Will, só repete o estereótipo que hoje é de Hook na série
original, mas isto também não é demérito algum. O retorno de Alice para o País
das Maravilhas, ainda guarda as cenas mais cretinas e divertidas, como o lago
de marshmallow, a luta contra o Gato de Cheshire e, claro, uma infinidade de referências
à história de Lewis Carrol.
Os mais odiadores não se
preocupem, pois o piloto, mesmo com todos estes pontos positivos, sofre com uma
escolha terrível: a dos seus vilões. A Rainha Vermelha e o maquiavélico Jafar, aquele mesmo de Aladdin, é capaz de fazer o cérebro de qualquer desavisado
derreter tamanha é a cafonice e vergonha alheia de suas respectivas
caracterizações e atuações. Naveen
Andrews, o Sayid de Lost está sebosíssimo no papel do feiticeiro.
Eu confesso que desviei meu olhar algumas vezes, pois nem Bollywood se orgulharia daquilo. A moça que faz a Rainha Vermelha é
tão pior quanto, e não demora nem dois minutos para torcermos para que
Regininha chegue lá e derrube a mocréia. De antemão eu já digo, se eu desistir
de Wonderland é por culpa deles.
Mesmo com a escassez de ideias
originais nas produções atuais, eu sempre vou ser daqueles que levantam a placa
de sim, ao pedir por mais fantasia. Há espaço para tudo aquilo que é de gosto
duvidoso, quando ele vem carregado de temáticas que se assumem sem muitas
pretensões. Wonderland, talvez não
encontre o lugar dela nas graças do público, mas para o bem ou para o mal, na
minha grade ela já se encontrou e eu vou seguir feliz.