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[First Look] Once Upon a Time in Wonderland 1x01 - Down the Rabbit Hole

Ainda há brechas para fantasia?


Ainda há brechas para fantasia?

Se ainda em 2011 um spin-off de Once Upon a Time tivesse sido anunciado, ele teria sido recebido com a maior alegria/euforia pelos fãs da série, mas a gente sabe que hoje a banda toca diferente. O programa original fez uma segunda temporada sofrível, conseguiu tornar mais da metade dos seus admiradores em haters ferrenhos e ainda luta para retomar o fio que a trouxe do flop certo para o topo das queridinhas. Wonderland, o tão execrado spin-off, sofre por tudo o que sua irmã mais velha se tornou, porém se supera ao resgatar o que OUaT já foi. Poético, não? Claro que o apuro técnico reduzido está de volta, assim como as atuações meia boca, mas sinceramente, não levo pontos assim em conta, quando a história a ser contada é simpática o suficiente para me fazer querer ver mais (que nem é tão do mesmo assim). Outra coisa, a viagem da jovem Alice ao tal País das Maravilhas, foi parte presente da infância de boa parte dos seriadores e o retorno da garota ao local é tão bem conduzido que se justifica justo por conseguir resgatar a proposta inicial de OUaT, o que convenhamos, já é bem animador.

Os gamers de plantão devem reconhecer a trama de Wonderland, como uma repaginada menos creepy do jogo American McGee's Alice (quem não jogou, eu recomendo), onde a protagonista se encontra presa num manicômio anos depois de tentar provar que sua viagem ao País das Maravilhas foi verdade. A série repete essa sequência de forma sensacional, diga-se de passagem. Os flashbacks no mundo fantástico mostram uma Alice tão destemida quanto sua contraparte infantil. Lá ela conhece o gênio da lâmpada Cyrus e se apaixona por ele, num plot Snow+Charming das antigas. O ponto alto de Wonderland é a credibilidade que o elenco jovem dá para os seus personagens, dessa forma, a química entre Cyrus e Alice é quase que instantânea. Aos poucos, descobrimos que a tristeza no olhar de Alice durante a sessão de terapia no manicômio, foi por ter perdido o seu grande amor, pelas mãos da Rainha Vermelha, mas logo que ela resolve desistir de tudo ao se submeter a uma lobotomia, antigos conhecidos trazem a notícia de que Cyrus ainda está vivo e é aí que o piloto engrena de vez.

Estes conhecidos são o Coelho Branco e o Valete de Copas Will. O último ainda tem uma pequena cena em Storybrooke ao ser apresentado, mas fiquei sem entender em qual época aquilo se passava, pois vi o fusca amarelo de Emma por lá. O legal mesmo da equipe, é que o Coelho Branco é tipo um viajante do tempo que abre portais para qualquer universo e não sei se é por gostar tanto de fantasia, mas esta habilidade me deixou todo contente. Já Will, só repete o estereótipo que hoje é de Hook na série original, mas isto também não é demérito algum. O retorno de Alice para o País das Maravilhas, ainda guarda as cenas mais cretinas e divertidas, como o lago de marshmallow, a luta contra o Gato de Cheshire e, claro, uma infinidade de referências à história de Lewis Carrol.

Os mais odiadores não se preocupem, pois o piloto, mesmo com todos estes pontos positivos, sofre com uma escolha terrível: a dos seus vilões. A Rainha Vermelha e o maquiavélico Jafar, aquele mesmo de Aladdin, é capaz de fazer o cérebro de qualquer desavisado derreter tamanha é a cafonice e vergonha alheia de suas respectivas caracterizações e atuações. Naveen Andrews, o Sayid de Lost está sebosíssimo no papel do feiticeiro. Eu confesso que desviei meu olhar algumas vezes, pois nem Bollywood se orgulharia daquilo. A moça que faz a Rainha Vermelha é tão pior quanto, e não demora nem dois minutos para torcermos para que Regininha chegue lá e derrube a mocréia. De antemão eu já digo, se eu desistir de Wonderland é por culpa deles.

Mesmo com a escassez de ideias originais nas produções atuais, eu sempre vou ser daqueles que levantam a placa de sim, ao pedir por mais fantasia. Há espaço para tudo aquilo que é de gosto duvidoso, quando ele vem carregado de temáticas que se assumem sem muitas pretensões. Wonderland, talvez não encontre o lugar dela nas graças do público, mas para o bem ou para o mal, na minha grade ela já se encontrou e eu vou seguir feliz.

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