Review | Game of Thrones 6x10 - The Winds of Winter (Season Finale)
https://siteloggado.blogspot.com/2016/07/review-game-of-thrones-6x10-winds-of.html
Entre leões, lobos e dragões.
Quando a Batalha dos Bastardos foi ao ar antes da Season Finale de Game of Thrones, me irritou ler por aí que estávamos diante do "melhor episódio da série". Nunca fui fã desta expressão simplesmente por conta do perigo e da preguiça que ela evoca. É aquele calor do momento capaz de nos fazer cegar diante de um poderoso espetáculo, mas que logo vira cinzas quando começamos a enxergar os problemas mais relevantes. No entanto, eu vou deixar de lado justo o que costuma me aborrecer e já adiantar para vocês que The Winds of Winter foi o MELHOR episódio da história de Game of Thrones e a MELHOR hora que vi na TV em 2016. Digo isso com a propriedade de quem digeriu e reviu algumas várias vezes os 67 minutos assombrosos da Finale mais catártica e emocionante do show. Absorto em toda a beleza que a direção de Miguel Sapochnik imprimiu - pode vir Emmy -, me peguei arrepiado sempre com as mesmas passagens e quase chorando nas mais evocativas. Afinal, acompanhamos uma verdadeira obra de arte ser desenhada sem nenhuma limitação e beirando a genialidade dramatúrgica.
Poucas vezes na minha vida de seriador vi algo tão lindo quanto a sequência que abriu a Finale. Os acordes da trilha sonora de Ramin Djawadi conduzindo pontualmente cada ação dos personagens de Porto Real foi daqueles exemplos de TV fazendo cinema, que provavelmente não veremos se repetir em muito tempo. A armadilha com fogo vivo, o fim dos algozes da Rainha Cersei, a partida definitiva do Rei Tommen e a ascensão de Qyburn me fez vibrar e aplaudir de pé. Acompanhar a construção desses apoteóticos desfechos nas duas últimas temporadas só me fez ter mais orgulho de apostar minhas fichas no potencial do núcleo de Porto Real. Nunca reclamei do viés político-religioso da trama com o Alto Pardal justo por acreditar nos cliffhangers e encerramentos que ela poderia entregar. Lena Headey e Jonathan Pryce foram monstruosos em cena e sentirei falta dos embates ideológicos dos dois. O mesmo vale para a querida Natalie Dormer, que fez da sua Margaery uma personagem inesquecível, conseguindo dar mais presença e voz do que a própria contraparte literária da rainha Tyrell.
Com tamanha imponência logo na metade inicial, poderíamos ter esperado 40 minutos finais mais sossegados, só que felizmente não foi isso o que aconteceu. Os desdobramentos dos eventos no Norte de Westeros se dividiram entre o payback mais aguardado de todo o show e a coroação do outrora Rei Corvo como Rei do Norte. Quem não lembra de forma saudosa quando Robb Stark foi coroado pelos nortenhos lá no primeiro ano da série? Pois é, imaginem então a emoção daquela cena potencializada por anos de construção de personagens e desembocando na realização definitiva da figura de Jon Snow. Simplesmente espetacular! Fiquei sim com os olhos marejados quando o Stark/Targaryen - pois é, a confirmação também aconteceu - foi endossado pela jovem e destemida Lyanna Mormont. Numa sacada inspiradíssima do roteiro, passamos do triste fim de Lyanna Stark e do nascimento de Jon para o momento máximo da sua vida justo com uma segunda Lyanna. Game of Thrones é poema até nos mínimos detalhes.
A vingança mencionada ficou a cargo de Arya, que graças aos Sete pegou um dos expressos mágicos do Mindinho e estava lá no jantar vitorioso de Walder Frey. Agora sabemos que no treinamento conturbado em Braavos a jovem loba definitivamente aprendeu o que mais importava na ladainha sem graça do "ser ninguém". Arya pode sim mudar de rosto como os assassinos da Casa do Preto e Branco e usou a habilidade com uma destreza afiadíssima, com o perdão do trocadilho. As minhas apostas são de que o fim do patriarca da casa Frey vai casar direitinho com a ascensão da Irmandade Sem Bandeiras nas terras fluviais e não duvido muito de já começarmos o sétimo ano com um reencontro entre Arya e Cão de Caça. Pois é, definitivamente não teremos uma trama que não seja no mínimo empolgante para começar a nova temporada.
Poucas vezes na minha vida de seriador vi algo tão lindo quanto a sequência que abriu a Finale. Os acordes da trilha sonora de Ramin Djawadi conduzindo pontualmente cada ação dos personagens de Porto Real foi daqueles exemplos de TV fazendo cinema, que provavelmente não veremos se repetir em muito tempo. A armadilha com fogo vivo, o fim dos algozes da Rainha Cersei, a partida definitiva do Rei Tommen e a ascensão de Qyburn me fez vibrar e aplaudir de pé. Acompanhar a construção desses apoteóticos desfechos nas duas últimas temporadas só me fez ter mais orgulho de apostar minhas fichas no potencial do núcleo de Porto Real. Nunca reclamei do viés político-religioso da trama com o Alto Pardal justo por acreditar nos cliffhangers e encerramentos que ela poderia entregar. Lena Headey e Jonathan Pryce foram monstruosos em cena e sentirei falta dos embates ideológicos dos dois. O mesmo vale para a querida Natalie Dormer, que fez da sua Margaery uma personagem inesquecível, conseguindo dar mais presença e voz do que a própria contraparte literária da rainha Tyrell.
Com tamanha imponência logo na metade inicial, poderíamos ter esperado 40 minutos finais mais sossegados, só que felizmente não foi isso o que aconteceu. Os desdobramentos dos eventos no Norte de Westeros se dividiram entre o payback mais aguardado de todo o show e a coroação do outrora Rei Corvo como Rei do Norte. Quem não lembra de forma saudosa quando Robb Stark foi coroado pelos nortenhos lá no primeiro ano da série? Pois é, imaginem então a emoção daquela cena potencializada por anos de construção de personagens e desembocando na realização definitiva da figura de Jon Snow. Simplesmente espetacular! Fiquei sim com os olhos marejados quando o Stark/Targaryen - pois é, a confirmação também aconteceu - foi endossado pela jovem e destemida Lyanna Mormont. Numa sacada inspiradíssima do roteiro, passamos do triste fim de Lyanna Stark e do nascimento de Jon para o momento máximo da sua vida justo com uma segunda Lyanna. Game of Thrones é poema até nos mínimos detalhes.
A vingança mencionada ficou a cargo de Arya, que graças aos Sete pegou um dos expressos mágicos do Mindinho e estava lá no jantar vitorioso de Walder Frey. Agora sabemos que no treinamento conturbado em Braavos a jovem loba definitivamente aprendeu o que mais importava na ladainha sem graça do "ser ninguém". Arya pode sim mudar de rosto como os assassinos da Casa do Preto e Branco e usou a habilidade com uma destreza afiadíssima, com o perdão do trocadilho. As minhas apostas são de que o fim do patriarca da casa Frey vai casar direitinho com a ascensão da Irmandade Sem Bandeiras nas terras fluviais e não duvido muito de já começarmos o sétimo ano com um reencontro entre Arya e Cão de Caça. Pois é, definitivamente não teremos uma trama que não seja no mínimo empolgante para começar a nova temporada.
A gente pode afirmar isso no momento em que fica clara a partida de Daenerys da Baía dos Escravos. Ano que vem, nem Meereen nem os filhos da harpia e nem o que for de arrastado fará mais parte do núcleo de Dany. Num acordo ambicioso entre Dorne e Jardim de Cima, Varys garante o retorno da mãe dos dragões para Westeros e nosso queixo vai ao chão no primeiro vislumbre da frota gigantesca que agora está a serviço da rainha Targaryen. No meio de tudo isso, ainda existe outro dos momentos que me deixou em lágrimas durante o episódio: a segunda nomeação de Tyrion como Mão. Durante o sexto ano eu reclamei do quanto o anão foi desperdiçado, portanto foi lindo ver o personagem ganhar esse presente/reconhecimento. Todos nós sabemos que Tyrion é o melhor conselheiro que um governante poderia desejar, e é ele quem irá estabelecer o futuro de Dany nos sete reinos.
Para completar a Finale, os destaques menores representados pela figura de Sam e dos irmãos Greyjoy só enriqueceram toda a experiência. O visual da biblioteca na Cidadela me tirou o fôlego e tenho quase certeza de que a reação de todo mundo não foi muito diferente da do Sam. Já com os Greyjoy ganhamos uma pequena, porém promissora, perspectiva do que os aguarda. Quem aí não está louco para ver a expressão do titio Greyjoy quando Yara e Theon chegarem aliados à misteriosa Rainha Dragão para reclamarem o Trono de Sal? Dos momentos que já se agigantam como um dos mais esperados por mim.
Mesmo considerando a sexta temporada de Game of Thrones aquém de todos os outros anos da série, consigo enxergá-la como a mais necessária. Benioff e D.B. Weiss têm minha confiança e só por terem se provado corajosos quando decidiram amarrar tantas tramas numa Season Finale, já até consigo esquecer que passei mais da metade do sexto ano bem aborrecido. Disse anteriormente e repito: nunca desistirei da série! Nunca mesmo!
P.S.1: O inverno finalmente chegou, mas nosso querido Ned não estava lá para presenciar. Felizmente seus filhos fizeram esse papel.
P.S.2: Acredito o suficiente na nova Sansa para apostar que ela vai descartar o Mindinho logo logo.
P.S.3: A sétima temporada virá mais tarde em 2017, mas continuaremos fielmente por aqui. Aguardo vocês, meus queridos.
Só para homenagear a verdadeira dona da temporada:
É o poder, aceita porque dói menos! |