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Crítica | A Era do Gelo: O Big Bang


Chega aos cinemas brasileiros a quinta adaptação da franquia A Era do GeloA Era do Gelo: O Big Bang traz novamente todos os personagens icônicos - ou não - que fizeram desta uma franquia bilionária, garantindo assim diversas sequências. Com orçamento aproximado em 90 milhões de dólares, e rendendo um pouco mais de 800 milhões por filme, não é difícil entender por que A Era do Gelo continua na ativa após 14 anos do lançamento do filme original.

Dessa vez o esquilo Scrat viaja até o espaço à procura de sua tão cobiçada noz. Descobrindo, como sempre sem querer, uma nave espacial congelada, o esquilo acaba "moldando" a forma do sistema solar, entretanto coloca diversos asteroides em rota de colisão com a Terra. Restam a Manny, Sid e Diego salvarem o planeta de uma provável extinção dos mamíferos. Para isso contarão com a ajuda de Buck, a doninha do terceiro filme, que retorna agora com um plano para salvar a todos.

Um problema crescente em  A Era do Gelo é o excesso de personagens. Se no primeiro tínhamos três protagonistas em cena, agora eles dividem tempo de tela com mais oito personagens. Com 90 minutos para desenvolver uma história, fica claro que a maioria está lá apenas para fazer parte das incontáveis piadas presentes do filme. O único enredo bem desenvolvido é o conflito de Manny e Ellie ao ver a proximidade do casamento de sua filha, Amora. Manny tem o "desafio" de ter que aprender a lidar com o futuro genro.

Com uma trama concentrada no manute, os seus dois amigos de longa viagem viram meros coadjuvantes. Diego, e principalmente Sid, servem de "alívio cômico" num roteiro fraco onde todos os personagens fazem uma piada a todo momento. O exagero, além de deixar o filme sem graça, irrita e cansa rapidamente. Fica difícil aguentar o humor forçado da vovó de Sid e da dupla de gambás Crash e Eddie. Shira, apresentada no filme anterior, retorna a esse apenas como figuração.

A Era do Gelo: O Big Bang sofre na versão dublada com o também exagerado uso de adaptações para gírias atuais, o que poderia ser engraçado se não parecesse forçado na tentativa de aumentar o carisma de um filme que deve agradar, no máximo, um público-alvo abaixo dos dez anos ou fãs incondicionais de uma franquia que começou muito bem e foi se desgastando com o tempo. Vale também destacar o título equivocado, já que a história não tem nada a ver com o Big Bang. "Rota de Colisão" seria um título bem mais coerente, às vezes basta uma tradução literal.

Em um mês onde temos Procurando Dory, este sim um filme para toda a família, A Era do Gelo: O Big Bang surge como uma produção superficial e longe de ser uma obra de animação para se levar a sério - mesmo no sentido de ser uma comédia. O que é uma pena, pois escrever um bom roteiro com esses personagens não seria uma tarefa tão complicada assim, basta lembrar da obra original. Se houver um sexto filme, e isso deve acontecer enquanto a bilheteria render, seria o caso de se pensar em algo mais enxuto, focando no trio original e na dinâmica entre eles. No caso, uma aventura final reencontrando o que foi deixado para trás no primeiro longa. Seria muito mais interessante do que deter asteroides ou um trio de dinossauros atrapalhados e estereotipados, como é o caso dos vilões deste quinto longa da franquia.

Fica difícil indicar A Era do Gelo: O Big Bang com opções melhores em exibição. Desde a saída de Carlos Saldanha a franquia perdeu muita qualidade e virou uma série de piadas bobas na tentativa única e exclusiva de fazer graça e colocar algum conflito superficial entre seus inúmeros personagens. Aos que forem assistir, a sessão em 3D é totalmente dispensável. A experiência em 2D será praticamente a mesma.

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