Review | Once Upon a Time 5x20/21 - Firebird/Last Rites
https://siteloggado.blogspot.com/2016/05/review-once-upon-time-5x2021.html
A proximidade do final da temporada com certeza fez bem para
a série. Com um aumento visível no ritmo da trama, os dois últimos episódios de
Once Upon a Time trouxeram algumas
das melhores cenas dramáticas dessa temporada. Mas, infelizmente, é impossível
ignorar todas as indicações de que os roteiristas só continuam escrevendo
episódios pelo dinheiro. Mesmo com todas as histórias possíveis que a série poderia
ter (e as opções são inúmeras), o que vimos nesses capítulos indicam que o
futuro guarda apenas tramas recicladas, diálogos quase repetidos e
desenvolvimentos sem sentido para os personagens.
Os episódios em si não foram ruins. Como eu falei, foram
mostrados alguns momentos que merecem destaque: o último diálogo entre Regina e
Robin (somado à morte dele logo em seguida), as diferentes interações entre a
Regina e a Zelena, assim como a traição de Peter Pan por seu filho Rumple. O
destaque recente para a Regina é, como um todo, um dos fatores positivos desses
últimos episódios. Dar mais atenção para uma das melhores personagens da série
sempre é uma boa ideia, e, em minha opinião, tanto o desenvolvimento de sua relação com sua irmã
quanto seus diálogos com Robin foram muito bem feitos. Mas é a
partir desse destaque que nasce o problema: se eles resolverem usar novamente a
desculpa de que a Regina não consegue um final feliz e, por isso, precisa ser
malvada, eu realmente vou considerar a ideia de abandonar a série. A personagem já
mudou muito ao longo desses cinco anos, se fizerem ela voltar a ser má só porque o
homem que ela amava morreu (de novo), estarão jogando fora todo o
desenvolvimento pelo qual ela passou.
Tenho medo que isso aconteça com a Regina porque já fizeram
algo parecido com o Rumple. Com todas as oportunidades e situações para torná-lo
um personagem melhor (tanto no sentido de fazê-lo um herói quanto no sentido
de fazê-lo menos raso), ele se mostra como o único que quase não sofreu
alterações durante toda a série. É claro que ele como vilão gera bons momentos
(a cena com Pan que citei é um exemplo), mas o problema é que suas ações sempre
são o gatilho para a próxima temporada. É como se todas as tramas possíveis
dependessem dele como inimigo para acontecer. Rumple nunca cresceu como
personagem porque os roteiristas perderiam sua chave para enredos fáceis de
explicar. E se o final de Last Rites indica algo, é que ele, provavelmente, terá
relação com o enredo e com os inimigos da próxima temporada.
Falando em desenvolvimento de personagem, acho que existe
algo que ninguém deve discordar: para Zelena, o amor encontrado não foi nada
além de uma descaracterização da personagem. Uma das vilãs mais interessantes
da série, a irmã da Regina sempre foi alguém a ser temida, mais poderosa que a irmã e muito inteligente. Ela deu muito trabalho para os heróis. Aí, do
nada, ela se apaixona pelo deus dos mortos depois de andar de bicicleta com
ele e confia nele o bastante para entregar sua única filha em seus braços.
Zelena parece ter o problema de confiar demais nas pessoas (ela se tornou uma
irmã para Regina muito mais rápido do que o esperado), mas a impressão que
ficou é que, para que esse enredo fizesse qualquer sentido, tiveram que
emburrecer a personagem. Espero coisas boas dela no futuro agora que Hades já
não é mais um problema, mas ela (assim como muitos outros) sofreu com o fato de
que não souberam como escrevê-la.
E, para encerrar, vamos às duas maiores reviravoltas até
aqui: Hades morreu e o Capitão Gancho não. Em qualquer outra situação eu
gastaria pelo menos umas 20 linhas descrevendo o absurdo que é matar um deus de
um modo tão fácil, mas levando em conta a forma como o personagem foi retratado
eu realmente não me surpreendi com o seu final. Mais fraco, emocional e menos
inteligente do que estávamos esperando, Hades jamais será lembrado como um dos
melhores vilões da série, e seu final sem graça foi merecido.
Indo, então, para o que importa: Killian deveria ter ficado morto. Depois de se despedir (de novo) de Emma, o Gancho não tinha motivos para voltar. Gosto bastante do personagem e sempre gostei também do casal, mas depois de tudo o que aconteceu e do amadurecimento pelo qual Emma teria que passar para superar sua perda (algo necessário para ela, o que foi provado ao longo da temporada), trazê-lo de volta não acarreta ganhos positivos para esses personagens no futuro. Sua decisão de ficar no submundo e sua participação na derrota de Hades foram bem interessantes, mas seu retorno à vida não parece ser a melhor das escolhas.
Indo, então, para o que importa: Killian deveria ter ficado morto. Depois de se despedir (de novo) de Emma, o Gancho não tinha motivos para voltar. Gosto bastante do personagem e sempre gostei também do casal, mas depois de tudo o que aconteceu e do amadurecimento pelo qual Emma teria que passar para superar sua perda (algo necessário para ela, o que foi provado ao longo da temporada), trazê-lo de volta não acarreta ganhos positivos para esses personagens no futuro. Sua decisão de ficar no submundo e sua participação na derrota de Hades foram bem interessantes, mas seu retorno à vida não parece ser a melhor das escolhas.
Analisando apenas os acontecimentos desses episódios, Firebird e Last Rites não foram ruins. Com bons momentos e com um bom
aproveitamento da maioria dos personagens a nota final poderia ser maior, não fosse
o tamanho dos problemas apresentados e o que eles representam para o futuro da
série. Parece que, com o fim dessa saga, os roteiristas querem deixar claro que
reciclar enredos já usados e não desenvolver personagens faz parte dos seus
planos para que a série possa se manter na televisão por mais alguns anos.
Obs.: Eu não
estava esperando a volta do Arthur para a série, mas achei interessante que
seus últimos momentos no programa tenham feito dele um personagem mais parecido
com o herói das histórias. Claro que colocá-lo como rei do submundo é forçado,
mas não é como esse tipo de coisa não fosse rotina em OUaT.