Animaction | A Pequena Loja de Suicídios
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Em uma cidade em que os
habitantes já não conseguem mais ver sentido na vida, o negócio de Mishima
Tuvache é extremamente lucrativo. Ele é o feliz proprietário da Pequena Loja
de Suicídios e nela todos podem encontrar a forma que melhor se adéqua à sua
pessoa para... bem, acabarem com a própria vida, já que fazer isso em público
tornou-se ilegal. Ele e toda a sua família configuram uma parte importante da
loja e cada um possui o seu instrumento de suicídio favorito: de venenos a
cordas para enforcamento.
A família Tuvache com certeza
pode ser classificada como extremamente mórbida. Seu cotidiano, no entanto, é
abalado com o nascimento de Alan, o mais novo filho, que, por um acaso, vem a ser
um menino feliz e que acredita acima de tudo no valor da vida. Para Alan é
muito difícil se adaptar aos costumes da família e trabalhar na loja, ao mesmo
tempo em que para seus pais ele é um completo estranho e um empecilho para os
negócios. As diferenças entre o jovem e seu pai crescem a cada dia, mas Alan
está determinado a fazer com que todos de sua família desistam da Loja de
Suicídios, custe o que custar.
A animação francesa, lançada em
2012, é também um musical cujo traço é bem particular e sombrio, fazendo com
que quem a assista entre realmente em um clima depressivo. Ao mesmo tempo, para
balancear, as músicas carregadas de ironia trazem um alívio cômico para a
história, que por conta disso não se torna intragável. Digo isso pois contém, de fato, um enredo pesado. É um filme que nos faz refletir sobre o que estamos
fazendo de nossas vidas e se realmente estamos satisfeitos com isso. E se não
estivermos satisfeitos, o que vamos fazer? Desistir ou tentar mudar? E mais:
até que ponto nossas ações são sinceras ou simples atos de hipocrisia?
O fato de ser uma animação chama ainda mais atenção, pois ainda é do senso comum pensar que esse gênero não é o mais adequado para tratar de temas complexos e/ou tão sérios. Isso é um terrível engano e temos hoje em dia grandes animações cujos finais não são necessariamente felizes e os enredos não englobam princesas ou criaturas mágicas, capazes de transmitir a subjetividade de questões intrínsecas do ser humano tão bem quanto qualquer outro tipo de filme. E se você acha que termina por aqui, espere só para ver o desfecho dessa história.