[Crítica] Batman vs Superman: A Origem da Justiça
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Narrativas de super-heróis encantam o mundo há gerações. Inicialmente nas histórias em quadrinhos, passando a outras mídias como a TV e o Cinema. Entretanto, acredito ser com o lançamento de Homem de Ferro (Marvel Studios, 2008) que os super-heróis passam a ditar as regras em Hollywood. Só em 2016 teremos três grandes superproduções, sem contar apostas como Deadpool - bem sucedida, aliás - e Esquadrão Suicida.
Vivemos uma fase,
graças ao ambicioso projeto cinematográfico da Marvel, em que os filmes
de herói não bastam a si mesmos. Não há sentido, atualmente, em lançar
um filme solo do Homem- Aranha, por exemplo, como bem percebeu a Sony
após a recepção morna de O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro. Depois de Os
Vingadores (2012), o público espera um universo expandido e integrado de
heróis. A Marvel acertou no seu projeto e integrou seu MCU à TV. O
Demolidor, que luta nas ruas de Hell's Kitchen na série da Netflix, está no mesmo Universo, onde, em abril, Homem de Ferro e Capitão América
vão medir suas forças. Tudo isso, como disse, ampliou a proporção dos
filmes de heróis. A DC, rival histórica da Marvel, se tocou disso e a
partir de O Homem de Aço (2013) iniciou seu projeto que deve trazer às
telonas o mais do que o aguardado filme da Liga da Justiça. O segundo
passo é dado agora com o lançamento de Batman vs Superman: A Origem da
Justiça.
Sou um fã da Marvel, sempre achei Homem-Aranha e os X-Men mais interessantes que qualquer herói da DC, com exceção do Batman. Mas é inegável que o Superman é o super-herói mais popular de todos os tempos, e o Homem-Morcego vem logo atrás. Dessa forma, um filme unindo os dois inevitavelmente gera extrema expectativa. Isso já coloca BvS sob pressão. Talvez por isso os trailers tenham entregado tanto da história, o que se prova um grande equívoco (por favor, aprendam com J.J. Abrams e O Despertar da Força!!).
Sou um fã da Marvel, sempre achei Homem-Aranha e os X-Men mais interessantes que qualquer herói da DC, com exceção do Batman. Mas é inegável que o Superman é o super-herói mais popular de todos os tempos, e o Homem-Morcego vem logo atrás. Dessa forma, um filme unindo os dois inevitavelmente gera extrema expectativa. Isso já coloca BvS sob pressão. Talvez por isso os trailers tenham entregado tanto da história, o que se prova um grande equívoco (por favor, aprendam com J.J. Abrams e O Despertar da Força!!).
O
filme tecnicamente não decepciona, é visivelmente a superprodução de
400 milhões de dólares, como foi anunciada. E como filme de ação
corresponde bem, pois dita um ritmo frenético do começo ao fim, com
cenas que devem agradar aos fãs. No mais, sente-se a pressa de, em 2h30,
apresentar todo o universo DC. É necessário introduzir o Batman, a
Mulher-Maravilha, Lex Luthor, entre outros. Claro que com toda essa
quantidade de informação ficaria difícil deixar tudo crível. Esse é um
grande problema do filme. Os motivos para a briga entre Batman e
Superman são muito mal trabalhados e parece que a tal luta acontece para
que simplesmente aconteça, e nada mais. Lex Luthor (Jesse Eisenberg) é
outro que chega sem dizer o porquê e faz o que quer sem aparentar alguma
profundidade. Um vilão caricato e desinteressante, quase tão
desinteressante quanto os dramas do Superman de Henry Cavill.
No
quesito elenco, salvam o filme Amy Adams, interpretando novamente Lois Lane, e Ben Affleck com seu Bruce Wayne. Aliás, muita gente deve
desculpas para Affleck. Ele mandou bem no papel e até estou com
expectativas quanto ao filme do Homem-Morcego que ele vai dirigir/atuar.
Com Affleck na direção, quem sabe teremos um Batman com visual menos
exagerado do que é visto em BvS?
A
pressa em lançar seu universo cinematográfico atrapalha bastante para
que BvS flua naturalmente. Ambição
demais atrapalha, e o longa não foge à regra. A força de ver Batman e
Superman em ação conjunta segura o filme, mas isso só não basta. Nos
próximos filmes muitos pontos deverão ser repensados se Zack Snyder
reconhecer os erros e procurar corrigi-los. Às vezes, menos é mais.
Por
fim, Batman vs Superman: A Origem da Justiça deve agradar aos fãs e entreter o público como filme de ação,
mas não marca época. A DC encontrará dificuldades em se igualar com a
Marvel nos cinemas. A verdade é que enquanto uma já está estabelecida, a
outra ainda caminha, e tropeça. Méritos para a parte técnica do filme e
para o Batman de Ben Affleck, mas para as sequências é necessário ser
mais humilde, pensar um roteiro que conte uma boa história e que não apenas
introduza vários elementos sem um motivo forte somente pensando em ação
desenfreada e sem motivo. A DC pode mais, mas precisa perceber isso.