loggado
Carregando...

[Crítica] Deuses do Egito


Existem filmes que são brilhantes. A fotografia é linda, os efeitos visuais são maravilhosos, os atores se mostram entrosados e curtindo o que estão fazendo, muito graças a um roteiro astuto e que ao mesmo tempo se mostra interessado em nos entreter. Infelizmente essas são características que Deuses do Egito passa longe de possuir. Com uma trama repleta de saídas fáceis e argumentos frágeis, o filme poderia facilmente ser comparado em ruindade à outra pérola cinematográfica de 2015 chamada O Destino de Júpiter, principalmente devido ao uso de um elenco estelar para mascarar a pobreza de roteiro e execução dos plots.

Escrito por Matt Sazama e Burk Sharpless (ambos de Drácula: A História Nunca Contada), o filme é inspirado na mitologia clássica do Egito e conta a história de um herói inesperado que surge quando a humanidade está ameaçada. O deus impiedoso Set (Gerard Butler) usurpou o trono do Egito e mergulhou o império antes pacífico em uma realidade de caos e conflito. Com apenas alguns opositores ao seu reinado, Set terá que enfrentar Bek (Brenton Thwaites), um mortal corajoso e desafiador que pede a ajuda do deus Horus (Nikolaj Coster-Waldau) para uma improvável aliança contra o senhor do mal. Elodie Yung, Chadwick Boseman e Courtney Eaton também estão no elenco.

Chama atenção a tática utilizada durante as longas quase duas horas de trama: distrair os telespectadores com luxuosos cenários e efeitos especiais do roteiro raso e das atuações fraquíssimas que o filme possui. Apesar de contar com bons atores, como Butler e Waldau, o filme peca em focar sua trama para Bek, o novato Brenton Thwaites, cuja atuação é constrangedora. Tanto em cenas de ação, como em Jogos Vorazes wannabe, que ele tem que passar para conseguir recuperar o olho de Horus de Set, quanto nas mais emotivas em que tem que lidar com a perda, desilusão e sua obsessão insuportável pela escrava Zaya. Outra que ganha destaque ao longo do filme é Hathor, a deusa do amor, que foi responsável pelas cenas mais legais da trama, como o momento em que demonstra sua força combatendo as capangas de Set.

Os efeitos visuais do filme, que deveriam ser um trunfo, acabam não funcionando, pois tudo na tela se torna tão superficial que o deslumbre visual que se objetivava, dá lugar à cenas com aspecto de video game, onde fica melhor vê-las de longe do que de perto. Em cenas com quedas de água, fogo e serpentes gigantes, o filme se mostra exageradamente teatral. Outra questão que me gerou estranheza foi a idade dos atores. Sério que acharam uma boa ideia escalar o Gerard Butler para atuar como tio do Nikolaj Coster-Waldau? O responsável pelo casting está de parabéns.

Pode ser que a controvérsia que ocorreu sobre o embranquecimento de todo o elenco possa ser o fato mais lembrado no futuro sobre essa produção. Entretanto, a certeza que fica é que atores conhecidos e milhões gastos em CGI estão longe de garantir um filme razoavelmente bom. A impressão que tive é que Deuses do Egito foi um filme melhor produzido do que roteirizado, o que é uma pena, pois nas mãos certas e com o elenco certo a história poderia render mais.

Deuses do Egito 1823812480362826196

Postar um comentário Comentários Disqus

Página inicial item