[Crítica] Spotlight - Segredos Revelados
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Um dos indicados ao Globo de Ouro 2016, e provável postulante a uma indicação ao Oscar no próximo dia 14, Spotlight - Segredos Revelados estreia hoje no Brasil. O longa-metragem é dirigido por Tom McCarthy (The Cobbler), que assina o roteiro em parceria com John Singer (O Quinto Poder, Fringe). No elenco temos nomes de peso como Mark Ruffalo (Vingadores: Era de Ultron), Michael Keaton (Birdman) e Rachel McAdams (True Detective).
O
filme mostra como uma equipe do jornal The Boston Globe investigou casos de
abuso sexual cometidos por padres da Igreja Católica durante décadas na
cidade. Um tema desses exigia um bom roteiro, o que de fato Spotlight
tem, apesar de oscilar bastante durante as duas horas de duração. O
primeiro ato é bem confuso, sendo difícil identificar quem são os
protagonistas da história, e o número excessivo de personagens faz com
que muitos sumam por um bom tempo da tela, o que felizmente acaba se
mostrando uma decisão acertada no decorrer do longa.
Se
o começo é um problema, o meio é o ponto forte do filme. O desenrolar
da investigação prende o espectador demonstrando a complexidade da
investigação. Ao meu ver, o destaque de Spotlight é Mark Ruffalo, que tem o personagem mais carismático e entrega uma atuação muito mais interessante do que a que vi em Foxcatcher ano passado. A direção de Tom McCarthy não tem momentos brilhantes, nem dá ao filme uma estética peculiar, como aconteceu com Birdman,
por exemplo, mas conduz a história de forma correta. O mesmo vale para
outros quesitos como fotografia e edição, que não se destacam nem para o
bem, nem para o mal.
Spotlight
é o típico drama histórico - estamos ficando velhos, pois a história se
passa em 2001 - que já é característico do Oscar. O seu roteiro bem
escrito explica a força do filme nessa temporada de premiações, além de
uma boa escolha do elenco. Michael Keaton não tem nem um pouco do
destaque que teve em Birdman, porém sua atuação não deixa a
desejar. O elenco em si se destaca mais pelo todo do que por um
personagem específico, o que faz todo o sentido, já que a ideia é
mostrar um trabalho feito em equipe.
Eu sugiro que quem for conferir Spotlight
tente esquecer que esse é favorito ao Oscar, pois assim as expectativas
diminuem. A produção é interessante e merece ser vista, mas talvez seja
precipitado apontá-la como favorita. Com um tema delicado e tratado de forma cuidadosa pelo roteiro, Spotlight
deve sim receber alguns prêmios nessa temporada e ser um dos
destaques, mas assisti-lo com baixas expectativas fará da experiência no
cinema algo muito mais proveitoso.