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[Review] Arrow 4x05/06 - Haunted/Lost Souls


4x05 - Haunted


Com o fim da terceira temporada, veio a promessa de que agora a série ficaria leve e descontraída para ver se finalmente o programa perde a cara do Batman e fica mais semelhante aquilo que o Arqueiro Verde sempre foi. E é com isso em mente que nós tivemos um episódio em torno de uma antiga heroína que voltou à vida sem sua alma. Agora, ela está matando pessoas pela cidade, procurando por aquela que tirou sua vida (outra heroína) para poder matá-la também. Seria uma ironia engraçada se o episódio não tivesse sido o melhor de Arrow em muito tempo.

Eu vou elogiar bastante vários aspectos de Haunted ao longo da review, então é válido começar apontando os pequenos problemas que apareceram. Pouquíssimos episódios em qualquer série podem ser chamados com razão de perfeitos, e esse não é o caso deste. A parte boa é que os problemas não são ligados aos personagens ou as histórias. Esse capítulo foi muito apressado em alguns pontos, de forma que tudo parecia acontecer rápido demais. É ótimo que o episódio não tenha tido enrolação de nenhum tipo (falarei sobre isso mais adiante), mas nesse caso a impressão que deu é que eles tinham muita coisa para contar em muito pouco tempo. Outro problema foi o mundo espiritual onde eles foram resgatar a Sara. Aquela cena em que tentam puxar a Canário foi bem ruim. Só o fato de o Oliver parar de puxar a mão dela para ajudar a Laurel a subir uma paredinha minúscula já deixa isso bem claro.

Mas indo ao que importa e o que a maioria estava esperando: o Constantine foi fantástico. Todas as cenas com ele ficaram muito boas, é realmente necessário parabenizar Matt Ryan por sua ótima atuação. No tempo presente, ele trouxe um pouco de alívio cômico, mostrando que esses breves momentos engraçados vieram para ficar (e que eles de fato estão bem escritos), e muita personalidade, de modo que em toda vez em que aparecia ele dominava a cena de maneira incrível. Já nos flashbacks o que o personagem trouxe foi algo ainda melhor: qualidade naquilo em que antes não havia nenhuma. Pela primeira vez na temporada as memórias de Oliver merecem elogios. É verdade que esse flashback específico pareceu muito um filler comparado com o que vimos em outros episódios, mas pelo menos uma vez tivemos cenas interessantes mostrando o passado do personagem principal.

Uma das coisas mais interessantes desse episódio foi ver que algumas lições foram aprendidas com a temporada passada. Apesar da visível pressa em alguns momentos, a ausência de diálogos desnecessários foi um fator positivo muito grande. Oliver e John poderiam ter feito muito drama devido às ações de Laurel e Quentin, respectivamente, mas não foi isso o que aconteceu e o resultado foi um capítulo muito dinâmico para o seriado. O que me deixa ainda mais feliz com essa escolha é que ela mostra certa consistência nos personagens: por mais que o Diggle tenha feito um draminha pelas ações do Oliver na temporada passada, isso não é uma característica do personagem (muito mais focado em agir do que falar); já o Arqueiro Verde, que sempre adorou dar algumas lições de moral, agora parece ter mudado sua maneira de agir. Isso combina muito com toda a mudança proposta para o personagem e fez com que tudo corresse bem durante o episódio.

Falando um pouco mais sobre o Diggle: eu gostei muito de terem trazido a história do irmão dele para esse enredo. Até agora todos os episódios nos quais ele foi o centro das atenções soaram como fillers, essa é a chance de explorar bem esse personagem tão bom durante o arco principal da temporada. Indo agora para uma personagem um pouco mais questionável: a Laurel. Na review anterior eu critiquei fortemente a maneira como ela foi escrita até aqui, e o mais complicado é que eu não consigo saber se esse episódio foi um passo na direção certa ou só mais um bom momento nesse caminho de infinitos altos e baixos dela na série. A verdade é que em Haunted a Canário Negro mandou bem. Isso não pode ser discutido, suas ações foram mais maduras e seus diálogos melhores do que anteriormente, mas não é a primeira vez que tratam-na bem antes de cometer algum erro com a personagem. Espero que a partir daqui continuem dando a ela a atenção que uma personagem tão central merece.

Mas, apesar de tudo isso, o foco do episódio foi a Sara, e isso não tem como discutir: a forma como lidaram com a volta dela foi incrível. A sequência de luta no prédio da Thea foi a melhor (e dessa temporada toda até o momento). A luta entre elas foi muito bem coreografada, de modo que a Sara que estava lá não agia de maneira semelhante com aquela que conhecíamos, e a forma como a irmã do Oliver fugiu foi muito inteligente tanto na ideia quanto na execução. As duas atrizes foram ótimas, mas Caity Lotz com certeza merece os parabéns. Não só nessa cena, mas durante todo o episódio ela realmente parecia alguém possuído (ou sem alma, no caso) e tudo foi muito bem interpretado, desde as expressões faciais até a linguagem corporal. Aliás, a equipe de dublês também foi muito boa, e por mais que as pessoas esqueçam da importância do trabalho deles, às vezes (talvez eu mesmo só devo ter comentado sobre isso uma vez) é sempre bom lembrar o quanto que algo assim precisa ser bem executado; não adianta a luta ficar ótima no papel, porém forçada e mal executada na televisão.

Apesar de a parte técnica não ter sido perfeita, Haunted foi de longe o melhor episódio da temporada até aqui, tanto na forma como mostrou seus personagens como no próprio desenvolvimento do enredo. Acertando em praticamente tudo e trazendo um personagem tão incrível para esse universo, fica difícil não ser um pouco fã demais e dar nota máxima.



4x06 - Lost Souls



É aqui que as coisas começam a dar problema e todos os elogios feitos sobre essa temporada estar mais dinâmica e com menos drama são esquecidos.

Eu vou ser bem sincero: adoro filmes de drama e até gosto de alguns de romance, mas quando eu vejo Arrow não é bem isso que eu estou procurando, especialmente da forma como foi apresentado esse tipo de conteúdo. Lost Souls foi o episódio menos interessante da temporada até aqui e isso é indiscutível.

A ideia inicial da série era a de um herói realista e, por mais que isso tenha se perdido no meio de meta-humanos e agora magia (não estou reclamando, obviamente, só comentando), ainda faz sentido mostrar um pouco de realidade em alguns aspectos. Relacionamentos não são perfeitos, e mesmo quando tudo parece ótimo, algo pode dar errado. Eu entendo a necessidade de explorar um pouco a relação do casal principal, mas a forma como fizeram isso foi exagerada. Muito tempo foi gasto falando sobre isso de uma maneira maçante que parecia deslocada de qualquer coisa já vista na série.

Outro ponto que não gostei muito foi o resgate do Ray. Algumas cenas de ação foram muito boas e os momentos engraçados vindos da briga entre Oliver e Felicity foram divertidos, mas tudo pareceu fácil demais. “O prédio mais seguro da costa oeste” pareceu ser tão fácil de invadir quanto uma casa abandonada. Talvez tenha sido a vontade de deixar o episódio mais rápido e dinâmico nos momentos de ação que fez com que o resultado final fosse esse, mas de qualquer forma foi um erro.


O maior ponto positivo foram as cenas engraçadas. De novo na medida certa, elas deixaram as coisas mais interessantes e mostraram que os roteiristas estão se esforçando nesse aspecto. Essa foi inclusive a grande razão por eu não reclamar da presença desnecessária inesperada da mãe da Felicity. Isso e o fato de que essa relação dela com o capitão Lance pode ter algo com aquele enterro do primeiro episódio. Darhk ameaça as pessoas próximas ao Quentin, e fazer com que a mãe da Felicity seja sua vítima seria uma maneira inteligente e segura de matar alguém sem abrir mão de parte do elenco principal.

E falando em elenco principal, foi uma boa notícia ver que a Sara não entrará para o elenco regular. Adoro a personagem, mas infelizmente a adição dela faria com que o número de heróis ficasse grande demais. E, também, logo ela estará em outra série, então isso não é muito importante. Outra boa decisão foi acabar de vez com os problemas entre John e Oliver. Já estava claro que tudo voltaria a ser como antes, mas a cena na qual eles dividiram o uísque não só foi nostálgica, mas também deixou claro que pelo menos nesse aspecto a enrolação não vai existir.

O episódio foi bem irregular e, em alguns momentos, até mesmo chato devido à forma como eles lidaram com a necessidade de a série ter momentos mais dramáticos relacionados ao romance central; mas não foi um tropeço muito grande. O que importa é que Ray está de volta e parece que a trama envolvendo Damian e H.I.V.E. finalmente vai esquentar.

Obs.: E parece que os flashbacks voltaram a ficar chatos...

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