[Crítica] Invencível

"Se aguentar até o fim, você consegue..."

Invencível é baseado em fatos e no livro homônimo de Laura Hillenbrand e conta a história de Louis "Louie" Zamperini (Jack O'Connell), filho de imigrantes italianos e corredor olímpico que, na Segunda Guerra Mundial, foi preso e torturado pelos japoneses. Em 1943, o avião em que estava o então segundo-tenente Zamperini caiu no Oceano Pacífico por falha mecânica. Depois de seis semanas no mar, ele foi resgatado pelos japoneses e mantido preso até o desfecho da guerra.

A segunda empreitada da atriz Angelina Jolie atrás das câmeras (a primeira foi em 2011 com Na Terra do Amor e Ódio), contou com a versão final do roteiro escrita pelos Irmãos Coen e tem alguns problemas, mas nada que prejudique muito o filme. No longa, somos apresentados a um Louie já adulto, no exército, e em breves flashbacks somos levados à infância e juventude dele, um rapaz problemático que viu no esporte uma forma de driblar o que poderia o levar a um caminho sem volta.

O maior destaque do longa está na interpretação de Jack O'Connell que consegue transmitir, de forma competente, a coragem e o sofrimento de Louie durante o cárcere no campo de concentração de Omori. Também vale ressaltar que a química entre O'Connell e Miyavi, que interpreta o Cabo Watanabe, geram alguns dos melhores momentos da projeção. E concluindo os acertos, temos a participação de Domhnall Gleeson (da franquia Harry Potter), que no seu pouco tempo de tela faz com que os espectadores comprem a história e se importem com seu personagem.

Mas como nem tudo são flores, algumas coisas que incomodam na projeção estão ligadas à duração do longa, que poderia ter meia hora a menos, além do excesso de tempo que Jolie utiliza para retratar o período em que Zamperini e seus colegas ficaram à deriva no mar; para completar, temos os efeitos ruins para retratar uma tempestade (chegam a constranger um bocado), e o fato que poderia ter se aprofundado um pouco mais no passado do protagonista.

Entre prós e contras, o saldo do filme é positivo e merece ser conferido seja pela boa atuação de O'Connell, seja pela história de superação de Louis Zamperini, que faleceu em 2014, antes de poder conferir o longa finalizado.