[Review] Grey's Anatomy 11x06 - Don't Let's Start
Esse episódio de Grey's foi tão fofinho que dá pra ignorar que foi uma grande bosta. Ou não?
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Esse episódio de Grey's foi tão fofinho que dá pra ignorar
que foi uma grande bosta.
Ou não?
Ou não?
Traçando sua storyline de uma forma tênue, esta décima primeira
temporada de Grey's Anatomy entrega sutileza na hora de revelar quais serão os
plots dos nossos queridos companheiros do Grey Sloan Memorial Hospital, sejam
eles quem forem. Os pontos fortes já foram delineados, juntos com os fracos,
enquanto vemos alguns comendo pelas bordas até chegar seu momento e criando-se, desse modo, mais histórias para levar-se a um possível enredo satisfatório.
Mas não foi isso que vimos em Don't Let's Start, onde o tédio reinou.
Deve-se levar em consideração que April e Jackson não tinham
uma história fixa, e ficavam em meio à grandes bombas, algumas vezes
salvando-as, e outras, apenas assistindo. Para trazê-los de volta à luz, além da
maternidade de Kepner, eles decidem fazer uma reunião familiar com Vovó Kepner.
Uma reunião que teve, muito além de embates pessoais, a entrega sutil de um debate mais profundo e interno dentro de cada um dos personagens: vale a pena desistir de sua família para focar em sua carreira? Ou leva-se
consigo de uma forma que ambas se cruzem e conciliem-se? Para a ruiva da voz
mais irritante dos últimos tempos, a última alternativa não é válida.
E, para fazer o episódio trabalhar de uma forma onde a
coerência não pecasse e nos apresentasse outro episódio superficial, Jackson
salva a cena e banca o bom marido/genro/pai, trazendo vovó Kepner para mais
perto de sua família e fazendo April ver em qual mundo eles estavam entrando: um mundo escuro, estranho e desconhecido para eles, que é o da paternidade, onde haverá
a necessidade de ajuda, sim, perante ambas as famílias. Entretanto, você pode
simplesmente me perguntar “Mas Júnior, isso não é óbvio?”. SIM, É! Por este
exato motivo, achei que a história dada para eles foi desnecessária, e a única
coisa que trouxe do passado foi uma histérica e irritante April Kepner, que
agiu infantilmente perante a sua mãe, porém, reconciliando-se com a mesma num final
meia-boca.
Quem brincou de ser criança neste episódio foi Derek,
tentando usar de boas ações, porém, forçando algo que não é o que queremos
ver. Estamos a anos-luz de ver Meredith se dando bem com a Black Grey, e
submetê-las a um jantar familiar era uma desgraça já premeditada,
principalmente quando, em mais uma jogada imatura, ele convida Richard para juntar-se a eles. O caos havia sido montado e bombas estavam prontas para explodir, mas,
grazadeus, o jantar não chegou à sua concepção (e vocês dizem que sexo no
chuveiro atrapalha, né?).
Maggie continua me irritando e sua presença, por mínima
que seja, me faz ter ânsias. Tudo que eu falei de pior aqui, desde imaturidade,
incoerência até o histerismo, se resumem em uma única personagem: ela. Desde
sua entrada no hospital ouvimos ela repetir uma sentença inúmeras vezes, a de que
sua mãe é Ellis Grey. Colocando em destaque, sua mãe é "A" Ellis Grey, mas em
nenhum momento mencionou sua paternidade, e age de forma escrota e desrespeitosa
com Richard, que afinal, é seu pai. Ela não nasceu pelo dedo de Ellis.
A mágoa que a personagem diz que possui de Richard é estapafúrdia
e sem estrutura alguma para se sustentar, e cai no ostracismo tradicional. No
fim, temos que agradecer que o jantar não aconteceu e poderemos ver toda essa
roupa suja sendo lavada em uma hora adequada, com uma storyline coerente,
talvez, trazendo ainda mais elementos do passado para nós. Quiçá ainda teremos o
êxito de vermos um caminhão passando por cima de Maggie... ou essa história já
foi utilizada?
Vale mencionar que um quarto da temporada já se passou, e
agora Geena Davis ganhou seu plot que, quando se trata de Grey's Anatomy, já poderíamos
prever: ela vai morrer. E quem ela coloca no meio do seu jogo é Arizona que,
com isso, deve seguir em frente após seu término com Callie. Ela tem
em torno de seis meses para decorar cada palavra escrita na margem do livro
da professora aprender tudo que
conseguir sobre cirurgias de bebês ainda no útero. Acredito que ela não será
tão burra a ponto de jogar isso fora, afinal, temos um bebê vindo e minha
bola de cristal diz que as coisas não irão tão bem a gestação de Kepner.
Mas quem decidiu roubar um pouco dos holofotes foi Jo. A
menina tá sempre ali, presente emocionalmente em quase todos os casos mas, essa
semana, além de se colocar no lugar da paciente, teve um choque de
realidade que foi além do esperado. Perceber que se não se tem nada é uma das piores
sensações da vida, mas Jo possui algo muito maior que qualquer dinheiro
pode comprar: ela tem Karev! Outro personagem que está sendo bem moldado nessa
temporada e leva-me a crer que, num futuro próximo, veremos mais do bad boy
preferido da série.
O fardo que Grey's Anatomy carrega não é fácil, mas também
trabalha-se de uma forma onde não ficamos cansados, e a trama incoerente e nada
linear, quando se fala em qualidade dos episódios, mostra que todas as séries se utilizam do que tem. Um fato incontestável, ainda, é: com o número expressivo de
personagens, a série trabalha com o que tem, e dá pra cada um o que eles lhe
oferecem. Como já diria Lisa Simpson: “Não existem papéis pequenos, existem
atores que não sabem atuar”.