[Crítica] Juventude Transviada (VII Janela Internacional de Cinema do Recife)
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O clássico de 1955 conta a
história de Jim Stark (James Dean),
que já começa o filme sendo levado para a delegacia de menores. Bêbado, lá
somos introduzidos à Judy (Natalie Wood)
e John “Plato” (Sal Mineo), que
também estão com problemas. Ela foi pega perambulando pelas ruas sozinha após
fugir do pai. Ele assassinou filhotes de cachorros com uma arma, mas não se lembra
o porquê.
Cada um com seu drama, porém
as jornadas se cruzam quando Jim começa na sua nova escola onde Judy e John
também estudam. A família de Jim é um pouco problemática e ele, cansado dessa
rotina de terem que se mudar de uma cidade para outra sempre que ele se mete em
problemas para, talvez, enfrentar a mãe e encorajar o pai a não ser tão
covarde, já vai se envolvendo com os valentões da escola nova.
Plato ainda chega a avisar a
Jim sobre os problemas que pode vir a ter, contudo ele projeta no novato não só
um amigo (o qual ele nunca teve) como também uma figura paterna. Já Judy, mesmo
revoltada com o pai por não mais lhe demonstrar afeto como ela quer, fica
apenas observando qual é a do novo carinha da escola quando ele resolve não
abaixar a cabeça e se amedrontar com seu namorado Buzz (Corey Allen), o típico valentão de escola.
E mesmo após a briguinha de
facas entre eles, Buzz resolve que gosta de Jim. Só que para provar que um
homem é um homem, ele o desafia para um racha no precipício da cidade. Jim fica
com isso na cabeça, mas aceita. E é aí que acontece a primeira reviravolta no
roteiro do filme. Após uma tragédia, algumas coisas começam a mudar e, como
consequência, Jim e Judy fogem de casa para não serem perseguidos pelos
valentões restantes.
A psicologia familiar e social
abordada no filme se apresenta bem forte com John, que é criado pela empregada
desde que sua mãe faleceu e seu pai resolveu ir morar em Nova York, sem ligar
nem um pouco para o filho, criando assim uma criança não só frustrada como
revoltada. Os surtos do personagem dele se destacam não só pela boa atuação do
ator, que muda completamente de personalidade e fica apreensivo, mas também por
uma breve comparação com os outros adolescentes que também passam por problemas
familiares.
Plato emerge com uma segunda
revirada no roteiro do filme e o resultado disso vai depender extremamente da
capacidade de Jim não só querer provar, mas agir como a tal figura masculina
que ele tanto insiste durante todo o filme. Também gostaria de chamar atenção
para a reação dos pais quanto aos seus filhos que apenas se pronunciam a fazer
algo ou melhorar após drásticas atitudes, coisas que, na verdade, se veem muito
na vida real atual.
O filme se destaca, também,
pela direção e suas sequências de perseguição que conseguem não só prender o
espectador como também deixar o suspense no ar. Será que vai dar tudo certo
mesmo ou veremos mais uma tragédia? Jim vai conseguir? Não só adorei o filme
como também gostei de ver que a sessão matinê do Janela teve bastante público também. E como espectadora, espero que
o sucesso da mesma se repita daqui em diante dentro do festival com tantos
outros filmes bons que serão exibidos. Para os que nunca viram, vejam. É uma
ótima dica de filme.