[Review] American Horror Story: Coven 3x12 - Go to Hell
Nenhum inferno é particular.
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Nenhum inferno é particular.
Se
toda a certeza de que Coven soube
desde o começo qual história quis contar, surgiu após o excelente Protect the Coven, as nuances e a força
da história foram sedimentadas de forma definitiva com o não menos importante Go to Hell – um dos episódios mais bem
escritos de toda American Horror Story
–, que, na despedida de três grandes personagens, encontrou as brechas
necessárias para amarrar as pontas mais fantasiosas de uma forma crua, ácida e
genuinamente divertida.
É meio que impossível não voltar
a elogiar a excelência produzida pela LaLaurie de Kathy Bates. Mesmo tendo em mente o quão incômoda e bizarra é a
simpatia que a sádica despertou nos fãs, a roteirista Jessica Sharzer não optou por criar justificativas – que soariam
fracas em qualquer das hipóteses – para amenizar os motivos de toda a trajetória
hedionda de LaLaurie. Ainda assim, existe mais verdade no deturpado conceito de
redenção que a madame não hesita em explicitar para Queenie, do que em muitos
eventos de arrependimento, como bem mostra a “caixa mágica” nas palavras da
própria LaLaurie. E é como parte da jornada da voodoo doll, que todo o evento para trazer a última das Sete
Maravilhas, o Descensum, evoca não só
o inferno contratual compartilhado pelas nêmeses LaLaurie e Laveau, como também
traz merecidamente o alegórico Papa Legba para provar a natureza cíclica da
história, que vinha sendo cobrada por muitos detratores nas últimas semanas,
por ser a característica mais clássica de AHS.
Agora, falando nas Sete
Maravilhas, ganhamos um filminho mudo e P&B ao som de Chopin que não foi nada menos do que sensacional. É muito bom se
divertir com a liberdade que AHS tem, e é isto que me faz amar a série. Como eu disse, só não tínhamos visto ainda a
tal descida ao submundo, mas Queenie cuidou de abrir o poder para gente,
contando assim o fim condenado de Laveau e LaLaurie. Porém, o teste para nova
Suprema – acho este termo bem Harry
Potter, e me divirto com isto – não acontece sem o aval da antiga ou o fim
da mesma. Aqui, o último capítulo (será mesmo?) de Fiona acontece e é Delia, numa outra virada cíclica, a responsável pelo destino da mãe.
Delia voltar com a segunda visão,
logo após Fiona reforçar que o mérito para o poder não tem qualquer relação com
o fato dela ser filha da Suprema, só mostra o cuidado, ainda que tardio, que o
roteiro de Coven teve com os aparentes
furos da história. O vislumbre do massacre que Fiona planeja promover na
Academia foi de arrepiar e desperta mais uma vez o espírito de mestre que vimos
em Delia lá em The Sacred Taking.
Quando a filha usa o Bárbaro da mesma forma que a mãe o utilizou para dar um
fim nos witch hunters, eu enxergo uma
mórbida e bem-vinda rima. O fim da Suprema pelas mãos da entidade apaixonada é
abrupto e violento o suficiente para compensar os seus crimes e, no fim, Fiona
era mesmo a “witch bitch” definitiva.
A reunião final das candidatas a
Suprema com o outro fim rimado destinado ao segundo assassinato do Bárbaro, foi
mais cool do que necessariamente
empolgante. A surra que Misty deu em Madison, Myrtle levantando o fato de todas
ali serem psicopatas em potencial e, claro, os irônicos elogios recebidos por
Fiona e cortados merecidamente por Delia, só depois de ela conseguir um lugar
na parede das Supremas, é a noção de humor negro estabelecida em Coven. Sendo assim, os testes finais
esperados na finale, que felizmente
parece promissora, não poderiam me deixar mais ansioso. A nova Suprema está
vindo e algo me diz que tem mais do que um simples replacement no tal evento. E vocês, o que acham?
P.S.: Só para reforçar mais uma vez: que adeus apoteótico o de Madame
LaLaurie e Marie Laveau. Estas bacanas vão deixar saudades.
P.S. 2: Margareth
Thatcher citada. Comunismo como um dos temas certos para o próximo
ano sim ou claro?