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Arrow | 5x11 - Second Chances


Arrow tem um problema estrutural que nunca foi resolvido: é praticamente impossível para a série criar as bases para enredos e personagens novos sem fazer com que pelo menos um episódio necessário para essa construção seja chato. E mesmo que os roteiristas tenham voltado a acertar nesta temporada, a impressão que fica é que isso nunca irá mudar.

Todo o episódio foi medíocre, os diálogos entre Oliver e Dinah não estavam perfeitamente naturais e, por mais que eu aprecie o fato de que ele revelou sua identidade para ela logo de cara (mostrando certa evolução para o personagem), todas as interações entre ela e os outros personagens (com exceção da cena onde ela vingou seu parceiro e na seguinte quando ela se encontra com Oliver) deixaram um pouco a desejar. E é óbvio que tudo isso vai mudar ao longo do próximo episódio, mas não vejo a necessidade de fazer com que a história dela soe tanto como um clichê sem graça e crie um episódio assim. A mesma atmosfera de confronto e dúvida poderia ter sido criada de um modo mais inteligente, mas infelizmente não foi isso o que vimos.

Enquanto a procura pela Canário dava um pouco de sono, os outros personagens tiveram momentos mais interessantes. Curtis e Rene vêm se mostrando uma boa dupla desde o episódio anterior e as diferenças entre eles criam diálogos menos cansativos. Diggle teve uma reviravolta inesperada no seu caso, e mesmo achando que isso se resolveu muito rápido e que o John na verdade mais pareceu com um figurante em todos os eventos que envolviam seu futuro, pelo menos serve de consolo o fato de que logo ele estará de volta com a equipe. Já a Felicity teve o subplot mais chato do episódio, mas o que aconteceu com ela pode levar a eventos bem mais interessantes (é o mesmo conceito do resto do episódio, uma base chata para um desenvolvimento melhor), então vamos esperar para ver.

Os flashbacks, diferente do resto da série, voltaram com tudo em 2017, e ver uma ligação entre Oliver e Talia (filha de Ra's Al Ghul) é algo que eu jamais esperei que fosse acontecer depois que Nanda Parbat deixou de ser um dos locais de interesse para Arrow. Se a personagem tiver qualquer relação com sua contraparte dos quadrinhos, podemos esperar alguma reviravolta onde ela não se mostra tão amigável. Mas o mais interessante foi descobrir que foi ela que deu para Oliver as palavras que marcariam sua vida nos próximos cinco anos. A noção de se transformar em algo diferente, de ser alguém diferente dependendo da situação, etc. Cada vez fica mais fácil ver esse Oliver do passado se aproximando do vigilante sanguinário do começo da série.

E antes de encerrar é preciso dar atenção para Dinah Drake. Uma coisa que é clara nos quadrinhos e que a série está se esforçando para explorar é que o Arqueiro Verde precisa da Canário Negro ao seu lado. Com a morte de Laurel sendo um fato imutável (pelo menos até aqui), o manto da heroína precisava ser passado adiante, e a surpresa que isso trouxe foi bem positiva. Foi até engraçado acompanhar a reação de alguns fãs na internet achando absurdo o manto da Canário ser passado para "qualquer uma" que nem existia nas HQs, e a situação só se tornou mais cômica depois da cena final, onde ficamos sabendo o nome verdadeiro da nova heroína. Dinah Drake, nos quadrinhos, foi a primeira Canário Negro e mãe de Dinah Lance, e fazer com que esse nome só tivesse sido revelado no final foi uma ótima sacada dos roteiristas. Eles podem ter deixado a desejar com o resto do episódio, mas essa aparição surpresa com certeza conta alguns pontos positivos.

Apesar das novidades promissoras e uma grande surpresa, Second Chances foi um clássico episódio mediano de Arrow, coisa que já não deveria mais estar acontecendo. Nesse momento só fica o otimismo e a torcida para que os enredos desenvolvidos a partir daqui de fato consigam explorar bem o potencial que a série possui.
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