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Falando Sobre... | A segunda temporada de Fuller House


Depois da primeira temporada, exibida em fevereiro deste ano pela Netflix e sendo renovada já na semana seguinte, Fuller House volta com força total para mais treze episódios.

Para quem ainda não está familiarizado, Fuller House é um spin-off da série lançada nos anos 1980, Full House. A história contava com três homens solteiros que criavam três meninas. Já a série atual conta com a filha mais velha que, depois da morte do seu marido, volta para casa onde morava com seu pai e tios. Agora com três filhos, ela recebe a ajuda da sua irmã e sua melhor amiga.

Na primeira temporada tivemos uma introdução de como são os personagens e muitas situações parecidas das que aconteciam na série mãe, engessando um pouco os episódios e até a comédia na qual apresentava. Já nesta segunda temporada, Fuller House assumiu uma característica ainda parecida com a original, porém tendo uma cara nova tanto com seus personagens quanto na trama desenvolvida.

D.J. continua sendo a personagem mais centrada - como era o seu pai -, Stephanie é a "tia" legal com sua carreira voltada para a música - como era seu tio Jesse - e Kimmy é a parte mais cômica - como era o amigo-irmão dos três originais, Joey. Mas isso não faz com que elas sigam o mesmo jeito dos personagens precursores, ao contrário, faz com que elas sejam ainda melhores.


Depois de passado o verão, Tanners e Gibblers se reúnem novamente em sua casa e D.J. tem um anúncio sobre a decisão entre seus dois pretendentes, Matt e Steve. Porém, uma surpresa a faz segurar essa informação até a season finale. Sim, temos que assistir 13 episódios para sabermos quem D.J. realmente gostaria de ficar nesse seu triângulo amoroso. Idas e vindas durante os episódios nos faz ficar curiosos para saber o que vai acontecer no final e a série trata de maneira bem leve e divertida esses relacionamentos. Não fica chato e maciço. Os dois personagens em que D.J. foca no relacionamento são pessoas ótimas. De um lado Matt, o cara boa pinta, colega de trabalho e carinhoso com os filhos dela. Do outro temos Steve, que tem uma bagagem enorme de oito anos da série principal, mais essa volta, e era um amor de que ia e voltava durante toda sua adolescência. A resolução desta trama pode te fazer ficar feliz por um e ao mesmo tempo triste pelo outro por tão bem que eles fazem a personagem, já que esse é o foco principal de D.J. durante a temporada.

Stephanie foi a que menos teve destaque durante este novo ano, porém sempre foi essencial para o desenrolar da história. A adição de Jimmy em sua vida nos faz lembrar de um casal bem querido por muitos fãs de Full House. Assistam e verão.

Agora no elenco fixo temos Fernando, o ex-marido, atualmente noivo e futuro marido de Kimmy. O casal, por mais sem noção que seja, funciona incrivelmente bem. Nada entre eles parece ser forçado. Fernando ficou extremamente mais engraçado e divertido de se acompanhar. Kimmy, por sua vez, usou mais os Galopes Gibbler do que nunca na vida.

Foi dado claramente um foco maior nas crianças nesta temporada. Jackson, Ramona e Max aparecem mais vezes e suas tramas foram ainda mais desenvolvidas. Ramona, em termos de crescimento de personagem, foi a que mais evoluiu. Na primeira temporada a víamos como uma garota um pouco chata e mimada, mas agora com o envolvimento de seus "novos irmãos" a personagem perde esse lado e ganha mais espaço, tendo ótimas interações com Jackson no decorrer da série. Com certeza, essa foi uma das duplas que mais deram certo. O pequeno Max se tornou um gigante mais uma vez. O carisma do jovem ator é inegável, fazendo assim seu personagem ser uma das coisas mais queridas de toda essa segunda temporada. Agora o menino possui mais falas, mais aparições, mais desenvolvimento, pois ele merecia e muito. (Eu poderia escrever um texto de umas 50 páginas sobre como o Max é maravilhoso, mas vou deixar que tirem suas próprias conclusões!!).


Para sermos claros, a maior exposição do elenco infantil da série fez com que essa temporada fosse superior à primeira. Claro que é legal vermos D.J., Steph e Kimmy sendo desenvolvidas hoje em dia como mulheres adultas, porém as crianças trazem um ar de frescor para a série, fazendo cada vez mais com que se pareça uma história completamente distinta da sua original,  sem usar piadas datadas ou um humor que funcionava há praticamente trinta anos e hoje em dia não. Tanto que desta vez o elenco de Full House aparece bem menos, e isso é muito bom.

Danny, Jesse, Joey e Becky fizeram parte da vida de muita gente anos atrás, mas tudo segue e a série precisa disso se quer ter sua cara própria e durar por mais anos. É bom vê-los em momentos pontuais, como um jantar de Ação de Graças ou uma comemoração de Ano Novo, mas é desse jeito que a vida é. Depois de certo tempo, não conseguimos ver nossos pais, amigos e irmãos sempre, apenas em momentos especiais, os quais tornamos inesquecíveis... E a série passa exatamente isso. Os episódios em que acontecem esses eventos citados são, de longe, os melhores da série, principalmente a maneira como terminam. Não dá para você assisti-los sem terminar com pelo menos os olhos marejados.


Para termos aquele momento nostalgia, participações especiais da série original foram inclusas no decorrer dos episódios, como o cara do "Whatever", ex-namorado de Kimmy, alguns ex-namorados de D.J. e uma amiga da Stephanie. Se você está com a série fresca na cabeça, vai se lembrar rapidamente de quem era quem quando eles pipocarem na sua telinha.

Por fim, Fuller House trabalhou mais nos seus timings de comédia, fez até com que aquelas risadas ao fundo ficassem bem divertidas, evoluiu no seu texto e tramas bem encaixadas, usou o carisma dos personagens da maneira correta e se encontrou para poder seguir adiante, se desprendendo cada vez mais da série que a originou, mesmo tendo aquela lição de moral a cada fim de episódio como sempre fomos acostumados a ver. Hoje, a série tem uma cara própria e nos faz ter aquela ânsia de ver ainda mais sobre o que acontece com essa família, que a "cada lugar que olhar, vai ter um coração e uma mão para segurar".

Imagens: Michael Yarish/Netflix

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