[Review] Arrow 4x15/16 - Taken/Broken Hearts

"Estou tão brava que vou voltar a andar só para fazer uma saída dramática."

Esses dois episódios de Arrow são bons exemplos de como a série vem funcionando nos últimos dois anos: ideias boas com pontos altos bem demarcados, mas que no geral não conseguem entregar um resultado final tão bom quanto se esperava. As participações especiais foram interessantes, mas a história em si não está indo muito bem.

Apesar dos problemas, existe algo que não se pode negar: depois de muita enrolação finalmente temos algum desenvolvimento no enredo principal da temporada. Damien foi encontrado, vencido, preso e está perto de ser julgado por seus crimes. Finalmente algum andamento nesse sentido, mas infelizmente a forma como fizeram isso não foi das melhores.

Faz pouco tempo nós vimos Darhk matar um cara que estava em outro continente por videoconferência em questão de segundos, e agora ele leva quase um minuto para enforcar duas pessoas que estão na sua frente? Inconsistência na capacidade de luta dos personagens é chato para a série, mas esse tipo de coisa é o que faz os fãs perderem o interesse. Se o vilão deve ser forte, que seja assim sempre. Se ele não é capaz de tudo isso, então qual o sentido de mostrá-lo mais forte em um momento e não manter isso igual no próximo? Damien já podia receber o prêmio de pior grande vilão que a série já trouxe, mas aí os roteiristas já forçaram um pouco demais.

Outro ponto sem graça foi o drama da relação entre Oliver e Felicity. A situação em que eles estavam era complicada? Sim, com certeza. Ela tem motivos para estar brava? Sem dúvida. Mas eles deveriam acabar com o relacionamento e, mais do que isso, passar um episódio e meio com diálogos focados nisso? Não. Sempre gostei do casal, estava feliz com o casamento, mas não me importaria de ver os dois se separando se isso tivesse sido feito de uma maneira melhor. A forma como Felicity reagiu a tudo o que aconteceu foi muito estranha. Além disso, na maior parte do tempo as suas falas não pareciam fazer muito sentido, levando em conta tudo o que a personagem mostrou até aqui. Mas o ponto mais baixo de todos foi a cena que representa a capa dessa review. Sério que alguém achou que terminar o episódio daquela forma seria bom para algo além de gerar piadas na internet. Foi um momento tão ruim que eu não sabia se eu deveria rir ou chorar.

Entretanto, como eu disse no começo, os pontos altos foram bem interessantes e eles têm muito a ver com as personagens convidadas que apareceram nesses dois episódios. A Cúpido é uma personagem muito boa, e a sua loucura normalmente é bem vinda na série. Apesar de não achar que a presença dela combine bem com o tom do resto do episódio no qual estava inserida, ela cumpriu bem a sua função e até trouxe uma cena de luta interessante. Dessa vez os problemas técnicos foram bem menores, e em alguns momentos foi tudo muito bem feito. Por exemplo aquele chute que ela acertou nas pernas do Spartan que parecia um movimento saído de um jogo de luta. Além disso, foi a sua presença que gerou a melhor fala que a Felicity teve nesses dois episódios, então não tem como não gostar dela.

A Vixen ficou fantástica, e é muito bom ver uma personagem como ela ganhando espaço em uma série de super heróis e sendo tão bem adaptada. Suas cenas foram interessantes, principalmente as que os espíritos animais apareciam atrás dela. Ficaram visualmente muito bonitas. Pena que aquele momento no qual ela pula para pegar o totem foi tão mal feita quanto algo saído de um filme b dos anos 1990.

Boas participações especiais e flashbacks que finalmente estão começando a ficar interessantes são as principais razões da nota para esses episódios não ser menor. Se a ideia é manter o drama como uma característica tão marcante na série, então ele precisa ser bem feito e levar em conta as personalidades dos personagens. E se a ideia é fazer uma série que se baseia em heróis e personagens com poderes, é essencial não esquecer como esses poderes funcionam. O final da temporada se aproxima e Arrow não está conseguindo muita coisa além de decepcionar.