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[Crítica] A Garota Dinamarquesa


Tom Hooper é um cineasta que divide opiniões. Vencedor do Oscar com O Discurso do Rei em 2011 e responsável pela última adaptação de Os Miseráveis no cinema, o diretor já torna filmes de época sua marca. A Garota Dinamarquesa não parece ser um filme tão ambicioso quanto os outros dois, e sim bem mais delicado, talvez por seu tema exigir isso. E apesar da direção competente de Hooper trazendo uma série de belos planos, este é um longa que depende demais da atuação da dupla protagonista, Eddie Redmayne (A Teoria de Tudo) e Alicia Vikander (Ex_Machina: Instinto Artificial), para que funcione. E felizmente funciona muito bem.

A história de passa em 1926, na Dinamarca, e introduz ao público o casal de pintores Einar (Redmayne) e Gerda Wegener (Vikander). O casal tem uma boa convivência e aparentam ser melhores amigos. A construção dessa relação leva boa parte do primeiro ato e é crucial para o desenvolvimento do filme. Quando Einar passa a explorar sua sexualidade e se descobre transgênero - o que não era nem um pouco aceito na sociedade da época -, é a relação já construída pelo casal que faz o drama fluir de forma natural e deixa o espectador preso por um bom tempo.

A Garota Dinamarquesa nada mais é que a história de amor de Gerda pelo marido. Alicia Vikander entrega uma atuação profunda, que só confirma o quanto essa atriz é talentosa. Eddie Redmayne também vem provando sua capacidade de interpretar qualquer papel, sendo convincente nos detalhes da aceitação de sua personagem como Lili, deixando Einar para trás. Toda complexidade da questão é bem trabalhada durante as duas horas do longa. Se a transfobia é forte e presente nos dias de hoje, na década de 1920 era ainda pior. A Garota Dinamarquesa consegue apresentar uma relação entre protagonistas mais forte do que a que vimos em O Discurso do Rei. Não à toa ambos estão indicados ao Oscar, entretanto porque Alicia está concorrendo por Atriz Coadjuvante. Isso é algo que não consigo entender. 

Sendo um drama histórico, porém com uma discussão atual, A Garota Dinamarquesa é um filme necessário e suas indicações são merecidas. Tom Hooper não chama atenção demais em sua direção, o que é bom, se lembrarmos de alguns equívocos em Os Miseráveis. É bem verdade que o filme cansa em seu terceiro ato, o que não se torna um grande problema, pois já estamos perto do fim. Quem procura um drama de época vai encontrar uma boa opção.

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