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[Crítica] Quarteto Fantástico


Oito anos após a estreia de Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado, a FOX resolveu lançar um reboot do grupo criado por Stan Lee e Jack Kirby, investindo em um tom mais sério para a história. Sendo assim, a produção conta com a direção de Josh Trank, que havia feito uma boa estreia com o excepcional Poder Sem Limites; a assinatura de Simon Kinberg no roteiro; a presença de atores jovens e talentosos como Miles Teller, Kate Mara, Michael B. Jordan, Jamie Bell e Toby Kebbell, além de um veterano do naipe de Tim Blake Nelson; sem deixar de mencionar a curiosa e bem-vinda parceria de Marco Beltrami e Philip Glass na composição da trilha sonora. Com um time desses, poderia algo dar errado neste Quarteto Fantástico? Pois é, mas deu.

O primeiro ato do filme começa de forma promissora mostrando a infância de Reed Richards, que já cogitava naquela época a ideia de missões espaciais via teletransporte. A partir daí, acompanhamos o início da amizade entre Richards (Teller) e Ben Grimm (Bell), que levam sua ideia para a feira de ciências do colégio e chamam a atenção do Dr. Franklin Storm (Reg E. Cathey), que convida o jovem inventor para integrar a equipe que está desenvolvendo um protótipo semelhante, inicialmente concebido por  Victor Von Doom (Kebbell), seu antigo pupilo. Logo, juntam-se ao grupo Susan (Mara) e Johnny (Jordan), filhos de Storm. Uma vez que conseguem construir o transporte, eles embarcam em um teste não autorizado para o Planeta Zero e retornam com superpoderes.

Até aí tudo estava indo muito bem quando, do nada, a produção adota um tom choroso e sombrio, transformando-se em um filme aborrecido, maçante e apressado em amarrar as pontas de sua narrativa, sem sequer desenvolver direito os seus personagens e dar tempo para o público se importar com eles. Com isso, vemos o grupo sendo usado em experiências militares, resolvendo seus problemas pessoais, confrontando o vilão e afirmando-se como um time de super-heróis num piscar de olhos. Não que isso seja uma coisa boa, muito pelo contrário. Como se não bastasse, o roteiro ainda se presta em vomitar na cara do espectador horrorosas falas como, por exemplo: “Não existe mais Victor, apenas Destino”. Ou então, aquela que é a minha favorita (só que não) dita pelo Coisa ao enfrentar o Doutor Destino: “É hora de levar pau!”. Nem mesmo as boas atuações do quarteto principal são capazes de salvar o filme. Além disso, foi doloroso ter que assistir o competente Toby Kebbell investindo em uma composição amargurada para, em seguida, o roteiro transformar Victor Von Doom/Doutor Destino em uma versão sociopata depressiva de Ronan, O Acusador.

Desta forma, Quarteto Fantástico falha em não aproveitar de maneira satisfatória o potencial que tinha para construir um bom filme de super-heróis. Poderia muito bem ter abraçado o bom humor que explorou ocasionalmente e desenvolvido melhor os dramas de seus personagens. No entanto, a falta de zelo de seus realizadores acabou resultando em uma produção insossa e esquecível.

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