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[Review] The Strain 1x10/11 - Loved Ones/The Third Rail

Sem saída .


Sem saída.

The Strain às vezes erra feio na condução de alguns episódios porém, quando acerta, o negócio corre em grande estilo. Loved Ones e The Third Rail trazem mais pontos positivos do que as horas anteriores, justo por não se levarem tão a sério. Desta forma, eles conseguem imprimir uma urgência pontual no desenvolvimento dos plots centrais de suas respectivas histórias. Sim, concordo que a série chegou num ponto em que a convergência dos diversos núcleos já deveria ser mais evidente, mas se levarmos em conta que a praga strigoi é o fio condutor de toda a trama, ainda há justificativas para esta aparente falta de foco.

O destino de Kelly Goodweather, por exemplo, é o centro do excelente Loved Ones. O que para alguns não precisava de tanto enfoque (é, eu sei que muita gente preferia ver mais do tal BOPE vampiro), se mostrou mais necessário e desesperador do que a transformação de alguns sobreviventes do voo Regis Air no começo da temporada. Teoricamente, Kelly deveria estar tão livre de perigo quanto o team Setrakian, portanto, ao vermos a esposa de Eph ser infectada e passar pelos estágios brutais do vampirismo strigoi – a cena do primeiro ataque na casa de Diane foi aterradora –, a sensação de vulnerabilidade dos protagonistas é a primeira que desponta nas nossas reações.

Enquanto Kelly sofre, Vasiliy e Dutch protagonizam uma missão bem burra no prédio de Eldritch Palmer. Sinceramente, eu não pude deixar de rir da falta de lógica que foi levar a hacker para a Stoneheart quando ela visivelmente seria reconhecida assim que pisasse os pés na corporação. A sorte foi que Fitzwilliam, o chefe da segurança de Palmer, também acredita que os propósitos de Eichorst levaram o caos até Nova York e dá uma segunda chance para os invasores.

Com um aliado surpresa, com Kelly sendo recepcionada pelo próprio Mestre – tenho certeza que ela será uma strigoi suprema como Eichorst – e com o team Setrakian se preparando para um ataque definitivo ao covil da criatura, Loved Ones foi um belo prólogo para a reta final desse primeiro ano de The Strain. A prova maior desta afirmativa? A tensa viagem aos túneis do metrô no empolgante The Third Rail.

A tensão foi garantida com Setrakian e Vasiliy comandando a expedição ao ninho do Mestre. Quem conhece o trabalho de Guillermo Del Toro sabe que ele é fascinado pelos labirintos de túneis criados pelas redes de transporte subterrâneo (Hellboy e Mutação têm cenas-chave nesses ambientes) e é visível o cuidado na condução das sequências em questão em The Third Rail. O momento onde Eph, Nora, Vasiliy e Setrakian têm de atravessar um buraco na parede sob um ataque dos strigoi é surreal de tão bom. O que fica devendo, no entanto, é a cartunesca caracterização do Mestre e confesso que eu ainda estou deveras incomodado com a pobreza da maquiagem.

Fora dali, Zach e Gus protagonizam outros encontros com a praga vampira, sendo o destino da família do mexicano a única cena digna de nota. Sim, eu continuo achando que Zach é bem menos chato que as crianças das produções do gênero, mas seria ainda mais legal se chegasse um momento em que Setrakian passasse a treinar e contar mais sobre tudo o que está acontecendo para o garoto, isto se Eph deixar, claro.

Faltando apenas um episódio para season finale, o saldo positivo de The Strain é mais relevante do que todos os seus erros. Os sobreviventes no momento se encontram sem saída e perderam o Mestre de vista mais uma vez, resta saber se o criador da infestação lançará uma ofensiva mais direta contra o team Setrakian agora que descobriu que está mesmo sendo caçado.

P.S.: Os ataques dos strigoi melhoraram bastante nesses dois episódios e isto é muito bom.

P.S.2: Dois episódios sem Eichorst né? O alemão já tá fazendo falta.

P.S.3: Cada vez mais sou fã do Vasiliy! O personagem é menos sério que o do livro, mas ele tirando sarro da cara do Eph sempre rende bons momentos.


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