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[Top 5] Os Trabalhos Memoráveis de Robin Williams

Lágrimas pelas risadas.


Lágrimas pelas risadas.


Ao ler sobre a morte de Robin Williams, confesso não ter sentido a partida de um artista, mas de um velho amigo. Nascido em Chicago no ano de 1951, o ator tornou-se um daqueles rostos familiares, personalidades reconfortantes apenas por serem vistas na tela de sua televisão. Passar a infância rindo com suas performances deliciosas nas sessões da tarde familiares por ele protagonizadas e amadurecer com suas performances mais emocionais e melancólicas, foi uma experiência que por consequência tornou Williams digno desta importância em minha vida cinéfila - e na de boa parte da minha geração e das passadas.

Robin McLaurin Williams, falecido aos 63 anos na última segunda-feira, começou sua carreira com performances absolutamente cômicas na televisão - sobretudo com Mork & Mindy -, e em seus primeiros passos na tela grande - Popeye -, ainda no final da década de 1970. Já na década seguinte, o ator consagrava-se e passava a provar também suas nuances dramáticas, a partir de 1987. Obtendo seu auge na década de 1990 - em todos os sentidos -, Willliams brilhava em performances cômicas e dramáticas, arrecadava números impressionantes nas bilheterias e faturava um Oscar em sua quarta indicação ao prêmio. Sua grande fase foi fundamental, também, para o alcance do tom e objetivos ideológicos do Cinema norte-americano da década.

Consequentemente, os anos 2000 foram mais esquecíveis para sua filmografia, ainda que haja uma série de projetos arriscados e interessantes mesmo nesta década, e que, por puro preconceito, foram pouco vistos e/ou subestimados na época de seu lançamento; são os casos do ótimo suspense Retratos de uma Obsessão, da instigante distopia Violação de Privacidade e do sombrio Candidato Aloprado - péssima tradução -, por exemplo, títulos que, espero, recebam uma redescoberta graças à triste ocasião. Ainda assim, são obras que atingem apenas a sombra das memoráveis produções que contaram com a participação do já saudoso ator. Nos esforçamos para reunir cinco delas nos parágrafos abaixo. Confira:


5 - Jumanji
Este aqui tem cheiro de nostalgia. Deliciosamente assustador na infância, esta aventura lançada em 1995 sobreviveu ao tempo e manteve-se como um dos marcos do Cinema da década. Por vezes habituado a interpretar personagens cuja maturidade não é característica marcante - pelo contrário, e ainda bem -, aqui Williams recebe a missão de chefiar uma relação quase patriarcal de proteção às crianças que com ele se envolvem num jogo de tabuleiro perigosíssimo. Se gerações mais antigas cresceram com Os Goonies, e eu posso considerar-me igualmente feliz por ter Jumanji como seu equivalente em minha geração.







4 - Uma Babá Quase Perfeita
Quem não queria um pai como Daniel Hillard? Ao ser afastado de seus filhos por um processo de divórcio, o personagem de Robin Williams passa a caracterizar-se como a doce idosa Mrs. Doubtfire neste ainda mais doce longa dirigido por Chris Columbus, cineasta que, em sua grande fase, formava uma parceria que não poderia dar errado com o ator que homenageamos. Na filmografia do realizador, é constante a abordagem de pais ausentes, algo absolutamente modificado nesta produção de 1993, onde o protagonista é um pai - respondendo a questão do início deste texto - dos mais queridos do Cinema norte-americano.







3 - Bom Dia, Vietnã
É possível afirmar que esta tenha sido a primeira vez que Robin Williams expôs suas nuances dramáticas. Começando de maneira mais cômica, logo o longa de Barry Levinson expõe uma ferrenha crítica ao tratamento militar norte-americano com relação à divulgação de informações durante o conflito vietnamita, acompanhado de uma abordagem séria e profunda - ainda que deixe espaço para os momentos mais cômicos, característica de seu protagonista. Vivendo Adrian Cronauer, um elo entre o espectador e as injustiças do conflito narrado, Williams recebeu por esta produção sua primeira - e merecida - indicação ao Oscar.






2 - Sociedade dos Poetas Mortos
Sou suspeito para falar deste filme de Peter Weir, um de meus favoritos. Outra vez vivendo um personagem transgressor do sistema sobre ele estabelecido - outra das futuras marcas do ator -, Williams entrega uma performance provocadora de imediata empatia na pele do professor John Keating, contestado pelos diretores escolares por quebrar os hábitos conservadores de se lecionar literatura e amado por seus alunos pelo mesmo motivo. É impossível não identificar-se com as situações apresentadas: o querido professor, o conflito pelas obrigações impostas, entre outras questões. Combinando a identificação com - elogiarei-o mais uma vez - um trabalho sensível e vulnerável de Williams, esta obra tornou-se obrigatória para qualquer aluno, qualquer professor e, enfim, qualquer ser humano. Como diria o meu amigo Alex Gonçalves: Robin Williams nos mostrou, aqui, um herói da vida real.



1 - Gênio Indomável
Transcendendo o conflito da Academia com humoristas e vencendo o prêmio de melhor ator coadjuvante em 1998 por este longa, Robin Williams, sob o comando de Gus Van Sant, nos apresentou aqui aquela que é, provavelmente, sua atuação mais marcante. Vivendo o psicólogo do protagonista Will Hunting (Matt Damon), um caso de potencial inexplorado, o ator entrega uma performance que eu só consigo definir utilizado o termo "apaziguadora". Desenvolvendo uma série de interessantes relações paralelas entre personagens igualmente fascinantes, Gênio Indomável é um road movie sem a estrada, oferecendo sensações de liberdade e certa melancolia, e muito do que o torna marcante é graças à performance de Williams.




Junte-se a nós e homenageie também este que foi um grande artista.
Até a próxima!
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