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[Review] Masters of Sex 2x01/02 - Parallax/Kyrie Eleison


Retornando de uma temporada tão espetacular como foi a sua primeira, Masters of Sex não poderia não ser algo como uma das melhores coisas que se encontram no ar. E é claro que, nestes dois episódios, o ritmo ditado é aquele de que... não. Nada será fácil para absolutamente ninguém. Em basicamente duas horas de história, pudemos perceber a quantas anda cada um de nossos queridos personagens. Prezando por trazer de volta minunciosamente a timeline de todas as peças que compõem esta série, cenas marcantes e de tirar o fôlego foram ordens por aqui.

Começo por alguém que, para mim, chegou para cortar corações. Não era segredo para ninguém o quanto a longa estrada a qual Barton teria que percorrer seria tortuosa e repleta de obstáculos, mas assistir a sua decadência da forma que vimos foi, talvez, uma das cenas mais penosas vistas até hoje. Me doeu muito ver um Scully tão desesperado a ponto de tentar pôr fim à sua própria vida. Sem esquecer que a sequência toda foi originada de uma triste e melancólica cena de quase-sexo-por-piedade (de si próprio, na verdade). Margaret, que desta vez não cedeu às mentiras que cercam a orientação sexual de Barton, apelou para uma tentativa - que não sabemos ainda se será frustrada - de excluí-lo socialmente, até mesmo de Bill. Mas a julgar pela insistência de Masters sobre informações de seu mentor e amigo, não demorará muito para que as cartas sejam devidamente colocadas à mesa.

E por falar em Masters... que personagem, meus caros. Que personagem. De anjo e melhor amigo dos pacientes, William consegue transformar-se num verdadeiro demônio longe dos limites hospitalares, o que só reforça toda a personalidade trabalhada em episódios anteriores. Se conseguimos odiá-lo num minuto, o cenário pode mudar completamente em outro momento, e é justamente esta montanha-russa de sentimentos que faz com que William Masters seja um dos personagens mais intrigantes que possamos conhecer. A chegada de seu filho, como esperado, não mudou absolutamente nada em como Bill vê sua vida em casa. Cada dia mais parecido com seu pai (ou será que isso tudo não é, na realidade, uma vontade insana de querer parecer cada vez mais com ele?), Masters vê em sua família um mero cumprimento de etiqueta. Se como marido ele era odiável, como pai as coisas simplesmente não funcionam. Basta observar que, para Masters, o choro de seu filho não passa de uma inconveniência. Das grandes.

Depois que a adorável Estabrooks (ao menos para nós, certo Masters?) se foi, Libby vê-se sozinha para tudo. Um filho sempre foi algo que esteve em seus planos, mas enfrentar toda esta situação sozinha está fora dos limites. Apesar de ser vista por muitos como uma dona de casa branca e cliché da época, Libby sempre esteve em meu hall de personagens favoritos na série. O motivo? Talvez sua inocência latente em achar que tudo dará certo, de um jeito ou de outro. E é justamente por achar que tudo dará ou terá que dar certo a todo custo, que Libby escorrega e acaba tratando com desdém a única pessoa que pode ajudá-la no momento: a nova babá (a.k.a. Encantadora de Bebês). Não vejo a tentativa de ensiná-la corretamente algumas palavras como o pior dos crimes, mas é fato que talvez o tom utilizado não tenha sido dos melhores. Torço desde já para que este mal entendido seja logo resolvido, tendo em vista que - precisamos concordar - a química entre as duas em tela tenha sido indiscutível.

Mas se é de alguém realmente encantador de quem queiramos falar, por que não ela? Por que não Virginia Johnson? Quando acho que Lizzy Caplan e seu talento e simpatia não podem mais surpreender, levo mais e mais tapas na cara com tanto show de atuação. Sim, é fato que Masters of Sex é um fenômeno de qualidade em todos os sentidos, mas não consigo imaginar alguém que vestisse tão bem o papel de Virginia quanto Lizzy, de um jeito tão natural.

A cada nova cena que envolve Gini e Bill, somos arrastados a uma outra dimensão, onde parece existir um mundo perfeito somente para os dois. E se todo episódio for encerrado com um encontro entre eles, adianto que não terei estruturas para aguentar até o final da temporada. Todo o texto para o casal parece ser construído letra por letra, com um cuidado quase materno. O interesse disfarçado (e por que não dizer canalha?) de Masters por aquela a quem ele realmente ama se encaixa perfeitamente à ilusão de Virginia, que teima em ver aquilo como 'apenas' trabalho. Não é trabalho, é muito mais que isso. É a vida que cada um deles deseja com a própria alma, e que por milhões de motivos guardam sob as quatro paredes de um quarto de hotel.

E esta é Masters of Sex, retornando com tudo e prometendo cada vez mais. Nada será fácil ou tranquilo. A julgar por tão pouco, teremos que nos preparar - e muito - por bombas que explodirão episódio após episódio diante dos nossos olhos.

P.S.1: Betty, sua linda! Que maravilha ter você de volta. Arrumem um cargo pra essa mulher, melhor 'assistente para assuntos familiares' ever.

P.S.2: Acho que Ethan não volta nem pra dizer 'adeus' e fazer a louca. A vergonha é grande.

P.S.3: Quero dizer que já amo a Barbara ♥.

P.S.4: DePaul, sua ingrata. Você é muito maravilhosa pra morrer por pura teimosia. :'(


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