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[Crítica] O Lobo de Wall Street


"Dirigido por Martin Scorsese". Ao ler essa frase já criam-se enormes expectativas em torno de qualquer filme. Afinal, Scorsese é um dos maiores, senão o maior, cineastas vivo e sua carreira não deixa dúvidas quanto ao seu talento como diretor. O Lobo de Wall Street é mais uma obra daquelas que não deixam a desejar e, apesar da longa duração (quase 3 horas), consegue divertir seu espectador com a história da ascensão e queda de Jordan Belfort, ex-corretor de ações em Nova York. Mas a grande novidade é a sensação de despretensão e da vontade de divertir seu espectador com uma critica bem humorada a vida desses corretores de Wall Street.

Baseado no livro de mesmo nome, O Lobo de Wall Street foi adaptado para as telas por Terence Winter (Boardwalk Empire) e protagonizado por Leonardo DiCaprio. O ator, indicado pela quinta vez ao Oscar, entrega uma performance inspirada e impressionante, carregando o filme nas costas com o auxílio da direção de Scorsese. Vendo por esse lado, é mais do que justo que ele receba o Oscar de Melhor Ator na noite da premiação. 

Scorsese trabalhou a ideia de mostrar o dia-a-dia insano de Jordan, viciado em drogas, em sexo e principalmente em dinheiro. E na base da luxúria que o filme se desenvolve, apresentando Jordan no auge da carreira, para então regressar ao início onde vemos como "O Lobo" aprendeu a ser quem é. A ridicularização da vida em Wall Street é clara desde o principio e por isso Jordan consegue ser tão cativante. Suas narrações em off fazem do personagem um homem honesto com o espectador enquanto assistimos suas artimanhas e fraudes, tanto na vida pessoal, quanto profissional. Acompanhamos as mudanças de personalidade de Jordan, de jovem bom marido, a um megalomaníaco milionário que abre a própria empresa e chega ao topo do mundo dos negócios. Sendo assim, a primeira hora é de pura diversão vendo somente a vida desregrada de Jordan e seus "sócios". O personagem de Jonah Hill é uma grande aquisição cômica, mas não sei se a ponto de merecer uma indicação ao Oscar. Ao meu ver, é DiCaprio, sempre, quem chama a atenção para si em todas as cenas que aparece.

Falando de DiCaprio e sua atuação perfeita, é incrível ver a dedicação do ator ao papel. Seja nas cenas onde ele discursa para seus empregados, seja quando briga com a esposa, ou principalmente na sequência que se está totalmente drogado se arrastando pelo chão. DiCaprio não deixa em nenhum momento o filme cair na monotonia ou no cansaço, e conta com a ajuda de uma excelente trilha sonora para empolgar nos momentos mais insanos mostrados nessa obra muito peculiar. 

A partir do momento em que a vida de Jordan começa a declinar e o FBI começa a investigá-lo os acontecimentos vão se tornando dramáticos, mas nem por isso o filme perde o ar cômico, tornando a crítica ao estilo de vida desses corretores de Wall Street ainda mas ácida e divertida. A direção de Scorsese se destaca principalmente nas cenas da Stratton Oakmont, firma de Jordan. Com seus planos de longa profundidade, além de conduzir perfeitamente o espectador a vida em Wall Street.

Quando briga com a esposa Naomi, interpretada pela bela Margot Robbie, percebemos que o momento de redenção do protagonista está chegando, assim como o fim do filme, que pouco explora a vida de Jordan nos dias atuais, apenas mostrando como se tornou um palestrante. Mas acredito que isso seja proposital, afinal a ideia foi mostrar o início, auge e queda da vida de Jordan Belfort somente em Wall Street. 

Scorsese entrega assim um excelente entretenimento, que não deixa de mostrar como era a vida de seu protagonista. O excesso de nudez, sexo, drogas não é um mero exagero e revela a vida vazia do tal Lobo. São três horas malucas de diversão pura para um final que ainda, sim, passa sua mensagem. A boa edição e narrativa fazem pensar que mais uma ou duas horas seriam bem-vindas, e poderemos ver isso na versão estendida.

O Lobo de Wall Street é um filme despretensioso e, ao meu ver, não combina com o Oscar de Melhor Filme, porém a atuação de Leonardo DiCaprio merece sim um reconhecimento, sem ele não seria a mesma coisa. O roteiro de Winter e a Direção de Scorsese destacam sua atuação, fazendo com que eu acredite que tenha chegado a hora de Leonardo ganhar sua estatueta. Quem ainda não viu, corra para ver O Lobo de Wall Street e presencie essa grande e genial bagunça proporcionada por Scorsese, Winter e DiCaprio

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