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[Homevideo] Meu Malvado Favorito 2, A Seleção e Lovelace


Após um breve período de afastamento, a coluna Homevideo está de volta com uma de suas últimas edições do ano, e para tal, faremos um apanhado com alguns dos principais lançamentos em homevideo em todo o mês de novembro. Confira:

Meu Malvado Favorito 2

Despicable Me 2

O gigantesco sucesso de bilheterias lançado nos cinemas brasileiros no mês de julho agora ganha espaço nas prateleiras das locadoras, trazendo Gru (Steve Carell, na dublagem original) de volta ao protagonismo ao lado de suas filhas. Agora, o ex-vilão é contratado para trabalhar com uma agência que busca um super-vilão para impedi-lo de arruinar com o mundo, e para isto, contam com a ajuda do protagonista na tentativa de conseguir capturá-lo. Logo, Gru acaba envolvendo-se numa grande confusão na tentativa de buscar o vilão, cuidar de suas filhas, segurar a barra de ser bonzinho e, por fim, buscar uma nova paixão. O que poderia ser um programão infantil - e comprovou-se em resultados comerciais - infelizmente fica muito aquém de outras animações recentemente lançadas, não tanto tecnicamente - afinal, o orçamento cresceu e os efeitos digitais melhoraram em relação ao antecessor -, mas em relação a sua trama e aos termos narrativos, em si. Enquanto temos diversos longas de animação conseguindo agradar a toda a família, sendo maduras ao mesmo tempo em que contam com seu foco no público infantil, Meu Malvado Favorito 2 deve divertir somente às crianças, pois sua trama se perde no meio do caminho e explora mais do mesmo, com uma cena cômica aqui e outra ali para causarem algum alívio no espectador, perdido em meio a tantos equipamentos mirabolantes utilizados por Gru sem objetivos, agora, pois como citado anteriormente, o personagem não tem mais sequer o apelo de ser um vilão em recuperação, que era o diferencial do primeiro filme. A partir daí, a megalomania de cores e artifícios para agradarem às crianças - e as desrespeitarem, ao mesmo tempo, dada a fragilidade do que está sendo narrado - substituem uma trama interessante e que poderia trazer algo de novo, afinal de contas, Meu Malvado Favorito 2 parece querer estar ali apenas para um programa familiar pouco proveitoso. E não, eu não gosto sequer dos tais Minions.


A Seleção

Admission

Reunindo dois atores com bastante sucesso entre os lançamentos da comédia, Tina Fey (30 Rock) e Paul Rudd (Bem-Vindo aos 40), A Seleção acaba engrossando a lista de mais um lançamento com nomes badalados que chega direto às locadoras no Brasil. Na trama, a atriz vive uma jurada da comissão que escolhe alunos para uma grande universidade norte-americana, extremamente dedicada ao trabalho e sem muito espaço para a vida pessoal. Quando recebe o convite para visitar um humilde colégio no interior dos EUA, descobre que este é dirigido por John Pressman (Rudd), um velho conhecido que, ao reconhecer que os alunos do colégio tem poucas chances de passar nos rígidos critérios da universidade, utilizará do conhecimento que tem da moça para tentar convencê-la a aceitar um querido aluno deste - inteligente e talentoso, mas com notas medianas - na instituição onde trabalha, utilizando-se inclusive da suspeita de que o jovem pode ser um esquecido filho dela. Com um eventual envolvimento romântico entre a dupla protagonista e uma reviravolta na trama que deixa Portia (Fey) indecisa entre sua profissão e suas escolhas pessoais, claro, A Seleção acaba consequentemente caindo em lugares-comuns, apesar da tentativa de diferenciar-se com uma crítica ao injusto e frio sistema de aceitação universitário norte-americano, que acaba ganhando sua devida importância no terceiro ato. Mas o problema não reside justamente na previsibilidade - que já poderia ser ironicamente prevista -, e sim especialmente na falta de habilidade do diretor Paul Weitz (Entrando Numa Fria Maior Ainda com a Família) em decidir se deseja conduzir uma comédia, um drama ou uma comédia romântica, acabando por não estabelecer-se com confiança em nenhum dos segmentos, pois se dificilmente entrega momentos cômicos - com exceção de um ou outro oriundos do elenco, não justamente do roteiro -, também não arrisca-se a entregar-se para o drama, e acaba construindo um trabalho rasteiro, que conta apenas com a simpatia de Paul Rudd e Tina Fey para jogarem a seu favor, mas não com seus maiores esforços.


Lovelace


A inicialmente badalada cinebiografia da lenda do Cinema erótico, Linda Lovelace, acabou tendo passagem discreta pelo circuito cinematográfico brasileiro, no mês de setembro. O longa de Jeffrey Friedman e Rob Epstein baseia-se no livro da própria atriz que relata suas experiências dentro da indústria pornográfica, onde tornou-se uma lenda ao levar multidões para verem o filme "Garganta Profunda", que revolucionou para sempre o segmento, mas também acarretou uma série de conflitos para Linda, com seu marido, a ambição dentro da própria indústria e sua família, que acabaram sendo enfrentados por esta até o final de seus dias. A direção de Arte é hábil na retratação dos costumes da época, e no papel principal, a bela Amanda Seyfried (O Casamento do Ano) esforça-se com resultados para tornar a personagem uma figura mais profunda e simbolizar tudo o que fora passado por esta, uma vez que a abordagem do longa prefere apostar apenas numa melancolia generalizada que a rodeia, sem jamais aprofundar-se realmente nos questionamentos particulares da importante mulher, ou sequer numa visão mais geral de sua influência social na época. Com isto, a obra praticamente esvazia-se de maiores significados e torna-se um melodrama extremamente dependente de suas atuações, bem entregues pelo vasto elenco que, além de Seyfried, ainda conta com as presenças de James Franco (Spring Breakers - Garotas Perigosas), Hank Azaria (Os Smurfs 2), Peter Sarsgaard (da série The Killing) - o provável melhor trabalho de interpretação do filme -, Juno Temple (Killer Joe - Matador de Aluguel) e Sharon Stone (Ruas de Sangue), todos com suas participações significantes, ainda que algumas bem curtas. Quando abre espaço para o diálogo do conflito drástico entre o conservadorismo que parte da influência familiar de Linda e a total subversão deste, vivida pela moça a partir de seus próprios passos e da influência de seu marido Chuck Traynor (Sarsgaard) - que consequentemente torna-se uma figura quase paternal para esta, a partir de sua independência dos pais -, Lovelace ganha conteúdo para debate e reflexão, ainda que não demore muito para este voltar a ser marcado mais por sua narrativa inchada e cansativa - em apenas 90 minutos - do drama de uma artista, que jamais tem seus conflitos devidamente compreendidos pela visão artística proposta por esta cinebiografia. Uma conferida válida para os mais curiosos sobre a vida de Linda Lovelace, mas os outros espectadores provavelmente deixarão suas sessões domiciliares frustrados.

Outros lançamentos das últimas semanas que ganharam críticas quando em cartaz:


Homevideo 4116063716162731173

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