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[Review] Masters of Sex 1x09 - Involuntary

Sobre verdades.


Sobre verdades.

Um furacão chamado Estabrooks Masters. É certo que todas as vezes que esta corajosa mulher der as caras pela série, uma enxurrada de águas irá rolar. Se anteriormente sua primeira aparição levou Bill refletir mais do que o normal sobre a vida que vinha levando, Involuntary foi um verdadeiro soco no estômago para vários dos nossos personagens.

Quando dizem que mães têm a capacidade de sentir o que ninguém mais sente, acreditem. Mas no caso da mãe em questão, ela não só sentiu, como jogou para fora toda a raiva que estava presa, é claro que levando em consideração que ela viu em seu filho o péssimo marido que teve um dia. A personalidade e a verdadeira face do sr. Masters tem sido revelada aos poucos, com dicas sutis de que tipo de homem ele foi. Já sabemos que ele foi um dos piores entre os piores pais e, agora, tivemos a descoberta de que este homem tinha um ótimo apetite sexual. Com outras. É óbvio que toda a curiosidade de Estabrooks não se resumiu a conhecer melhor sobre o trabalho do filho após uma descrição grosseira e provocativa feita por ele. Mães sentem. E ela acertou em cheio. Somado aos relatos do casamento fajuto e descontente vivido através da versão de Libby, bastou um inocente jantar com a "equipe" de Masters para confirmar toda a verdade: é por Virginia que Bill se sente atraído. É por ela que ele faria toda e qualquer coisa.

E como Esta (vou chamá-la carinhosamente de Esta) já tem mesmo um estrondoso nome de furacão, foi só jogar na cara de Bill quem seu pai foi um dia, e ainda cometer o pecado de compará-lo a ele. Pronto, foi armado o circo. Neste episódio, tive a impressão de que, mais que os outros, Gini esteve mais solta e mais oportuna quanto a sua convivência com Bill. Todas as suas observações e brincadeiras tiradas nas conversas com seu "chefe" deixaram - ainda mais - claro o quanto as coisas se aprofundaram. Desde o início da série já se passaram muitos meses, cerca de 9 ou 10, pelas minhas contas mais superficiais, tempo este suficiente para o desenvolvimento desta relação, e para o perigo que ela pode significar. Por mais que não percebamos com facilidade, William Masters é um homem que se importa - e muito - com as aparências. Lembrem-se de que falamos aqui de alguém que se casou para manter uma reputação e conseguir seus objetivos e, por isso mesmo, foi óbvio sua reação ao tentar mostrar para si mesmo que não herdou nada do seu pai. Ruim para Gini, que sofreu uma das piores humilhações em consequência disso. Virginia vem sacrificando sua vida para dar vida ao tão sonhado estudo de Masters, e não ser considerada parte disso doeu. Me senti tão desconfortável ao ver William oferecendo dinheiro a Gini pelo seu trabalho daquela forma, que só pude ter pena. Foi este o sentimento.

Para Libby, as coisas também não foram das melhores. Apesar de se mostrar mais sagaz e vir crescendo ao longo da trama, Lib não sai de seu lugar comum. Por nada no mundo. Para ela, seu casamento serve, apenas, como fonte de construção para sua própria família, família que ela mesma nunca teve o prazer de fazer parte por muito tempo. Libby é introspectiva, é subordinada, e seu maior ato de rebeldia foi tentar engravidar às escondidas. Sinceramente, não sei se esta gravidez se completará desta vez, mas tenho a leve impressão de que um filho só pioraria a situação de um casamento que já se encontra no fundo do poço. Masters não a ama. Ponto. O sentimento por ela é simples: ele sente que deve protegê-la como esposa, e mesmo nisso tem falhado. A expressão de tristeza e solidão de Masters ao assistir as gravações de Virginia são marcantes. Um homem que não consegue - ou não quer - expressar seus sentimentos verdadeiros por status. Por medo. Por angústia. Ou por sei lá mais o que houver de pior.

E o romance Ethan+Vivian acabou - mais rápido do que imaginei - e foi justamente o senso de urgência que sentimos durante todo o episódio que nos fez prever o quanto tudo daria errado. De uma conversa qualquer sobre judaísmo versus catolicismo, o relacionamento foi inteiro por água abaixo. Ethan melhorou e muito com Vivian, e se ele aprendeu com isso, esta curta história entre os dois já valeu demais a pena. Como Ethan bem falou, ela o escolheu, e mesmo que com um final triste, que bom que ele não optou pela covardia. Com um término tão oportuno para o momento, resta saber se haverá um revival Ethan+Virginia, que agora mais do que nunca se torna propício aos dois.

Mas nem tudo se resumiu a tristeza neste episódio, certo? Lilian DePaul me ganhou de vez. Suas observações e uma comunicação um tanto quanto ríspidas, fazem da personagem algo indispensável na trama. DePaul figura lado a lado com Virginia numa história paralela de crescimento pessoal: a médica com uma história de convivência de dar dó, sem conseguir sequer proferir palavras sem parecer um insulto e, portanto, com as maiores dificuldades do mundo para se inserir em seu meio; Virginia, ao contrário de DePaul, com jeito para as palavras e com as pessoas, enfrenta também a falta de oportunidade a sua própria maneira, tentando driblar os obstáculos do melhor jeito possível. É claro que mesmo com uma certa resistência - e por que não preconceito? - com Virginia, Lilian vê na assistente um modelo de superação a seguir. Espero por muito mais cenas entre as duas.

P.S.1: A coisa tá ficando pesada! Essa selvageria de Gini com Masters...sei não, hein.

P.S.2: Pobre Libby, já não bastasse estar perdendo o marido, perdeu o pai para uma também "Virginia". Quase infartei com a subliminaridade desse texto.

P.S.3: Pessoas indo comer vestindo jaleco nos refeitórios since 1956. E a coisa não mudou, acreditem. Gente, higiene e bom senso, por favor! Você não vai deixar de ser um profissional da saúde se não ostentar suas vestes brancas por aí.

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