[Review] Homeland 3x06 - Still Positive

Depois de dois anos, finalmente Saul se torna o destaque da temporada.

Nos acostumamos, com o passar dos episódios, a ver Carrie sempre roubar a cena, ofuscando todos os outros personagens. Nem mesmo os melhores momentos de Brody na série conseguiam ser mais impactantes que as ações da Agente Mathison. Seja pelos riscos, ou surtos de temperamento, ou situações constrangedoras, era Carrie o grande centro das atenções no universo de Homeland. Porém, na atual temporada, é necessário destacar que isso não vem acontecendo com tanta frequência. Obviamente Claire Danes ainda está afiada em sua atuação, mas apesar de tudo, é Saul que finalmente ganha seu merecido destaque. Observando todo o contexto da trama dessa temporada, o (por enquanto) diretor da CIA vem sendo a peça mais importante. É até possível dizer que a série incorporou a personalidade de Saul, com um ritmo mais calmo do que o comum, mas até mesmo Saul tem seus momentos explosivos como foi visto em Still Positive. 

Sem Abu Nazir, as atenções se voltam para Majid Javadi. Diferente de Nazir, que tinha uma história com o quase esquecido Brody, o passado de Javadi é entrelaçado com o de Saul. Ambos são "velhos conhecidos" desde a Revolução Iraniana de 1979 (tema do filme vencedor do Oscar, Argo) e o que torna o novo "vilão" interessante foi demostrado nesse episódio. Javadi é uma pessoa fria e cometeu dois assassinatos brutais por vingança, sem hesitar. Era perceptível a vontade de Peter de matá-lo ali mesmo na casa onde Javadi cometeu os crimes. Seja como for, ele foi levado até Saul, que então demonstrou sua raiva com um belo soco no iraniano. Em um episódio onde a própria esposa do diretor da CIA pediu que ele deixasse de ser tão calmo, esse foi um gesto bem significativo. 

A questão agora é o que Saul vai conseguir extrair de Javadi. Vale lembrar que ele tem pouco tempo para resolver tudo isso. Em breve um novo diretor deve assumir a Agência. Lockhart é o típico arrogante que acha que tem talento para resolver tudo, quando na verdade é apenas mais um com pretensão demais. Só espero que ele quebre a cara bonito e Saul consiga se manter no cargo que pertencia a David Estes. Dessa vez podemos perceber que Dar Adal é um aliado de Saul que sabe como o jogo político funciona, mas ainda é um personagem misterioso.  

Se Carrie parece meio perdida neste episódio, ela mesmo reconheceu ao dizer a Quinn que não sabe quem é. Uma crise dessas surge no momento de uma possível gravidez e realmente não consigo dizer o que isso vai significar para a série. Também não sei dizer quem é o pai, provavelmente é Brody. Essa história ainda vai precisar mostrar a que veio. Com Javadi sob interrogatório, não consigo ver quais horizontes Homeland pretende ultrapassar nessa temporada. Os seis episódios finais provavelmente devem trazer reviravoltas, além do retorno de Brody, que definitivamente faz falta.

Por fim, não sei quantas piadas surgiram ofendendo Dana por seu casual novo sobrenome. Mas comentando o que importa, ela não foi tão irritante dessa vez e apareceu pouco. Se não voltar a aparecer tão cedo não fará falta. Jess e o personagem com menos falas na TV, Chris Brody, continuam sem função nessa temporada. Novamente só resta repetir que a razão de existir uma família Brody na série era o próprio Brody. Agora que ele está desaparecido, ela perde sua função. Como a série foi renovada, não é errado se decidirem cortar esses personagem da trama. No momento que Homeland experimenta uma nova fórmula, é possível também dedicar a história para outro rumo, como já vem sendo feito. Se a família Brody sair de cena de vez, não fará falta.

Homeland tem seis episódios para mostrar a que veio nesse terceiro ano e continuo apostando em seu potencial. Quem reclama de seu ritmo provavelmente não acompanha a quarta temporada de Boardwalk Empire. Essa sim, quase torturante. 

Considerações Finais

- Carrie, recordista em testes de gravidez. Mais um para a lista dela.