[Review] Sons of Anarchy 6x05 - The Mad King
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Há alguns meses o Kurt Sutter, criador e roteirista de Sons of Anarchy disse que teríamos uma
temporada sangrenta pela frente. Eu não imaginava que seria tão intensa assim.
“Três armas e uma se apaga. Uma
está vazia, a outra não é rápida o suficiente. Uma queimadura, um vermelho, um
sorriso. Procure nas sepulturas enquanto a câmera gira.” Pode parecer um ponto
dispensável no comentário geral do episódio, mas achei inovador The Mad King começar com Tessellate, música de uma banda
classificada como indie. Sons of Anarchy optar por indie em detrimento dos velhos country e blues significa muita coisa. Diferentemente do conutry, que tem um ar de tranquilidade e
soberania, o indie tem uma melodia dramática,
melancólica e com um estranho senso de estar em uma calmaria que precede uma
impetuosa tempestade. Uma fragilidade desesperada. E condisse com o episódio.
Talvez o clube ainda não tenha
passado por um sufoco tão grande como o de agora. Eles tiveram que se antecipar
ao ataque dos Kings, do Real IRA. Velhos milionários, bem
armados, com muito poder e que acreditam que fazem o que fazem por Deus. Só
pode dar merda. Para chegar a um acordo com
Gaalan e os outros, SAMCRO vira a noite de tocaia nos possíveis locais onde os
irlandeses poderiam aparecer. Até a divisão dos grupos é bem pensada. Jax está
ao lado de Happy, fiel que não faz muitas perguntas; Tig está junto ao Juice, a
escória do clube; e Chibs e Rat, os que ainda têm a cabeça no lugar, vigiam
juntos.
Ir atrás do Connor foi uma jogada
muito boa. Boa jogada também do Kurt Sutter. Com o final da temporada passada,
Clay foi colocado para escanteio. Preso e banido do clube, restou pouca coisa
para se fazer. É, então, quando Gaalan entra na jogada. Ele não apenas mais um
pé no saco do clube. Ele é o que o Clay seria se fosse irlandês. Mas já volto a
falar dos Kings. Barosky é um cara que me
preocupa. Ainda não entendi direito o que exatamente ele faz para mandar em uma
região. A prosperidade da Diosa Norte
depende do aval dele? Não é muito a cara do SAMCRO ficar no bolso de qualquer
pé rapado da esquina. Eu me lembro dele em Dexter, então talvez a imagem que eu
tenha dele é daquele filho da puta capaz de fazer muitas merdas sem muita
ajuda.
Outra pessoa que me preocupa é a
Tara. Isso que ela vem semeando desde o começo da temporada me parece
exatamente a bomba que vai estourar e mover a sétima e última temporada de Sons of Anarchy. Esses dias lendo sobre
os Hell’s Angels MC, grupo de motoqueiros nos quais a série foi inspirada, eu li a
respeito de um integrante efetivo do grupo que entregou informações suficientes
para prenderem mais de cem pessoas em uma única operação. Eu temo que o
produtor use isso na série. Eu temo que essa pessoa seja a Tara. Eu consigo
tranquilamente imaginar a Tara entregando todos do clube, em troca de
imunidade. Um final de série, no qual a Tara se muda para alguma outra cidade e
cria o Abel e o Thomas, enquanto SAMCRO é destruída pela polícia, me parece
totalmente plausível. Amo a Tara, mas amo mais o MC.
Como parte inusitada de um
episódio espetacular, a cena em que a Gemma vai à cadeia para falar com Clay me
causou uma mistura de nojo, constrangimento e tensão. Kurt Sutter é
absolutamente um maníaco! Falando no Clay, uma coisa que eu
aprendi sobre ele foi: enquanto ele tiver alguma forma de poder, ele vai
machucar o clube. Ainda mais se for para sobreviver. Ele é como um animal sagaz
e traiçoeiro. Esse papo de ajudar o clube pode vir com um acordo que prive o
Jax de qualquer outra vingança. Digo isso porque arrependimento é o sentimento
que menos faz sentido. Ele matou John Teller, Donna, Piney, Frankie... não
seria agora, que ele foi preso injustamente, que ele “cairia em si”.
Quando vemos que o caso Erin
Byrne está para explodir, com os resultados do DNA, outra bomba explode no
seriado. Literalmente. E mais uma vez, quase sobra para o Chibs, que foi o
último a sair da sede. É como se meu coração tivesse parado por uns instantes. O
Real IRA é uma organização criminosa
extremamente poderosa. Envolvem-se com frequência em pequenas guerras. Não vejo
um fim nisso, a menos que seja estabelecida alguma treta do Gaalan que o ponha
como bode expiatório e livre o clube.
Como disse no começo, não
esperava que fosse tão intenso assim.