[Review] The Michael J. Fox Show 1x03/04 - Art/Hobbies

Precisam mudar a maneira de jogar.

Michael J. Fox Show começou bem. Os primeiros dois episódios não tinham sido hilários, mas conseguiram de forma eficaz entreter o público. O problema é: parece que a série até o momento não está muito consistente. 

O terceiro episódio foi, de longe, o melhor da série até aqui. Foi o primeiro que conseguiu arrancar uma gargalhada (além de ter sido o primeiro momento em que eu gostei da filha do meio), e em nenhum momento o episódio pareceu chato. As três partes diferentes do enredo (a aula de fotografia, o relacionamento do filho mais velho e o Graham usando as “palavras mágicas” que seu pai ensinou) se juntaram muito bem, e não havia nenhum momento em que a série não conseguisse, no mínimo, colocar um sorriso no meu rosto. As partes que envolviam as aulas de fotografia da Eve foram as mais divertidas (e os comentários sobre como ela era no passado ajudaram bastante), mas tenho que admitir que o Graham se livrando de quase tudo o que fazia apenas por admitir que estava errado me lembrou um pouco de Eu a Patroa e as Crianças, e isso só fez o episódio todo parecer muito melhor.

A segunda metade do episódio foi a mais maluca, e é ai que nos lembramos de que, por mais que séries assim tentem fazer o dia a dia ficar engraçado, são na verdade os exageros e situações irreais que nos fazem rir mais. O Mike e a Annie invadindo o local da exposição para roubar a foto que a Eve tirou de sua mãe nua foi incrível. E a forma como eles escaparam do segurança também. No final, a lição sobre família, e como acabamos cometendo os mesmos erros dos nossos pais, ultrapassou a barreira da comédia e ficou interessante. Mas eu não sabia se achava engraçado ou triste por já ter ouvido da minha mãe tudo o que eles falaram para a filha.

Mas como eu falei no começo, falta um pouco de consistência para a série. Enquanto o primeiro episódio brincou com clichês, o segundo teve um pouco de clichê, o que é uma pena levando em conta o ótimo episódio anterior. Aqui os enredos principais foram dois: a necessidade de colocar o filho mais novo em alguma atividade após o horário da escola (que não envolvesse o vídeo-game); a briga entre Eve e uma colega de classe pelo twitter; e uma ex-colega do Mike que agora volta a trabalhar com ele depois de  tê-lo abandonado “para morrer”. E aqui estava o problema: nenhuma das partes foi interessante o bastante. 

A chegada da nova âncora no canal do Mike foi a parte mais engraçada, onde novamente o exagero apareceu de forma inteligente, mas não foi o bastante. A busca para uma nova atividade para o Graham soou como algo esperado: quando tudo começou, já dava pra saber que não ia dar certo. Mas a parte menos interessante foi mesmo a briga via celular.

Agora basta esperar para que a série consiga melhorar um pouco e que consiga manter o nível, pois o quarto episódio foi decepcionante. A série tem personagens bons e possibilidades de enredo de sobra para que essa melhora aconteça, e eu acredito que isso seja possível.